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Como a China está acabando com protestos contra restri??es da covid
发布日期:2023-05-30 21:41:48
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seleção feminina de futebol globo esporteevam de Oliveira; FERREIRA, João Paulo Mesquita Hidalgo. “A nova medida do Homem”. In: Nova História Integrada – Ensino Médio Volume Único. Campinas: Companhia da Escola, 2005. pp. 114-115.LIMA, Lizânias de Souza; PEDRO, Antonio. “As reformas religiosas”. In: História da civilização ocidental. São Paulo: FTD, 2005. pp. 164-165.http://www.lucasbanzoli.com/2018/01/a-venda-de-indulgencias-ate-epoca-de.htmlhttps://www.publico.pt/2017/10/31/culturaipsilon/noticia/martinho-lutero-o-monge-que-mudou-o-mundo-1790862http://www.estudantedefilosofia.com.br/conceitos/ummundoemtransformacao.phphttps://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft1102200915.htmTexto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/venda-de-indulgencias/Arquivado em: Idade MédiaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Arte no PaleolíticoArtes » Arte no PaleolíticoCompartilhar no WhatsappPor Liane Carvalho OlequesMestre em Artes Visuais (UDESC, 2010)Graduada em Licenciatura em Desenho e Plástica (UFSM, 2008)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Para entendermos a arte pré-histórica é necessário conhecer o contexto histórico que compreende tal arte, nesse caso o período Paleolítico. A arte do período Paleolítico é a mais antiga que se tem conhecimento, pode-se dizer que é a gênese da História da Arte. No entanto, foi no final desse período, também conhecido como Paleolítico Superior que se encontra uma produção artística mais consistente, provavelmente resultado de um longo processo de amadurecimento. Somente no século XX é que são descobertos os primeiros vestígios de uma arte pré-histórica que vem colaborando para o entendimento da mentalidade e dos costumes do homem pré-histórico.Também conhecido como Idade da Pedra Lascada, o Paleolítico Superior tem início a cerca de 35 mil a.C. É no período Paleolítico que surgem as primeiras interferências humanas no ambiente em que viviam, em especial a lapidação da pedra afim de fabricar utensílios que foram sendo aperfeiçoados ao longo dos anos. Essa é a habilidade humana mais antiga que se tem conhecimento.Caverna de Lascaux, França. Foto: Everett - Art / Shutterstock.comOs homens do período Paleolítico eram basicamente caçadores e coletores, além de nômades, abrigavam-se em cavernas ou sob grandes rochas. Os pesquisadores dividiram esses “homens das cavernas” em grupos de acordo com o local onde viviam. Sabe-se que os madalenianos e os aurinhacenses têm as produções artísticas mais salientes.Os desenhos e pinturas que se destacam nesse período são as incríveis imagens de bisões, cavalos e bois pintadas em paredes e tetos de escuras e quase inacessíveis cavernas. As cavernas mais conhecidas são as cavernas de Lascaux na França e Altamira na Espanha. Os desenhos dessas cavernas, embora tenham milhares de anos, ainda passam a extraordinária sensação de vitalidade. Algumas representações de animais foram feitas apenas com contornos pretos, provavelmente com carvão e outras apresentam um colorido espetacular com traço seguro e sombreado controlado. Muitos pintores das cavernas ainda utilizaram a própria ondulação e textura da rocha para conferir volume aos seus desenhos. Essas técnicas deixam claro o grau de maturidade e domínio artístico dos homens do Paleolítico.Além das inúmeras imagens nas cavernas os homens do Paleolítico também criaram pequenas esculturas, aproximadamente do tamanho de uma mão, em pedra, osso ou madeira. Como exemplo é possível citar a intrigante Vênus de Willendorf confeccionada em pedra, possui aproximadamente 12 cm de altura e tem cerca de 25 mil anos.Muitas coisas ainda deixam os atuais pesquisadores intrigados acerca dessas pinturas e esculturas pré-históricas. Pode-se dizer que a principal questão é: a quais objetivos atendiam essas imagens? Os antropólogos e historiadores, no entanto, concordam que essas imagens atendiam a um objetivo muito mais sério que a simples decoração de interiores. Acredita-se que possivelmente as imagens estavam relacionadas a algum ritual que tinha por objetivo primeiro assegurar uma boa caça ou no caso das esculturas, auxiliar na procriação.Referências:JANSON, H. W e JANSON, Anthony F. Iniciação à história da arte, 2ªed. São Paulo, Martins, 1996.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/artes/arte-no-paleolitico/Arquivado em: Artes, Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Arte rupestreArtes » Arte rupestreCompartilhar no WhatsappPor Liane Carvalho OlequesMestre em Artes Visuais (UDESC, 2010)Graduada em Licenciatura em Desenho e Plástica (UFSM, 2008)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Se hoje os pintores compram suas tintas e pinceis, no passado suas ferramentas eram bastante diferentes. Utilizavam terra colorida, sangue e pelos de animais para criar imagens de silhuetas de grandes feras em paredes e tetos de escuras e quase inacessíveis cavernas.Arte Rupestre em rocha nos EUA. Foto: Mark Herreid / Shutterstock.comUsa-se o termo arte rupestre para designar as inúmeras pinturas encontradas no interior de cavernas pré-históricas por todo mundo. Mas será que os desbravadores dessas cavernas que a usavam como tela para seus desenhos tinham a intenção de fazer arte? Este é uma questão quase impossível de responder, hoje tratamos essas representações como arte em função das suas qualidades técnicas, no entanto a hipótese mais aceita entre os historiadores é de que, nossos antepassados pensavam e criavam essas imagens como algo, acima de tudo, utilitárias. Assim é quase certo que nossos antepassados não penetrariam cavernas tão inacessíveis com o simples propósito de decora-las.A sugestão mais viável para tal feito é de que esses homens e mulheres primitivos que viviam essencialmente da caça, acreditavam no “poder das imagens” que desenhavam, ou seja, eles imaginavam que criando imagens de suas presas em situação de caça, os animais reais também se renderiam às suas caças. Assim as criações dessas imagens poderiam servir como uma espécie de magia para uma caça bem sucedida. Mesmo assim é difícil afirmar com exatidão o significado e função dessas imagens, exceto que elas nos trazem valiosas pistas acerca da cultura e modo de vida dessas antigas civilizações e, principalmente, que nossos antepassados possuíam uma capacidade simbólica, intelectual e artística similar ao homem contemporâneo.A maioria dessas pinturas, feitas com restos de carvão, pigmentos de plantas e terra colorida, combinadas ao sangue de animais, representavam animais selvagens, pessoas, geralmente em situação de caça, plantas e símbolos abstratos. Para tanto usavam pinceis feitos com pelos de animais e as próprias mãos. Em outros casos, suas mãos serviam como uma espécie de carimbo nas paredes.Arte rupestre. Foto: Janelle Lugge / Shutterstock.comEm muitos países do mundo encontram-se cavernas com pinturas rupestres, uma das mais famosas cavernas – Lascaux - localiza-se ao sul da França e foi descoberta em 1940 por um grupo de jovens. Desde então vários historiadores a visitaram com a intenção de estuda-la e descreve-la. Atualmente a caverna não pode ser visitada por turistas para evitar eventuais prejuízos as pinturas. Pesquisas sugerem que esses desenhos datam de aproximadamente 17.000 anos atrás, embora existam outras pinturas rupestres muito mais antigas como as encontradas na gruta de El Castillo, na Espanha que datam de 40.000 anos atrás.Caverna de Lascaux, França. Foto: Everett - Art / Shutterstock.comNo Brasil também é possível encontrar manifestação de pinturas rupestres por todo território nacional. Um dos mais estudados e importante sítio arqueológico fica no Parque Nacional da Serra da Capivara no Piauí. Tem o maior acervo do continente americano e é, assim como a caverna de Lascaux na França, considerado Patrimônio Mundial da Unesco.Referências bibliográficas:Arte Rupestre. Disponível em: < http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo5354/arte-rupestre >.Arte rupestre encontrada na Espanha tem 40 mil anos, diz estudo. Disponível em: <http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/06/na-espanha-primera-arte-rupestre-do-mundo-tem-40-mil-anos-revela-estudo.html>.GOMBRICH, E.H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2013.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/artes/arte-rupestre/Arquivado em: Artes, Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Cro-MagnonCiências » Antropologia » Cro-MagnonCompartilhar no WhatsappPor Saulo CastilhoMestre em História Comparada (UFRJ, 2020)Bacharel em História (UFRJ, 2018)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Cro-Magnon foi o nome dado aos vestígios fósseis de humanos (Homo sapiens) encontrados em um abrigo de pedra no sítio arqueológico em Les Eyzes (imagem abaixo), sudoeste francês, no ano de 1868. Seu nome vem do sítio arqueológico, chamado Abri de Cro-Magnon. Como a descoberta foi por acaso, durante as obras para a construção de uma estrada, a pesquisa ficou a cargo do notável geólogo francês Édouard Lartet (1801-1871), resultando na descoberta de cinco exemplares diferentes, quatro adultos e uma criança.Abri de Cro-Magnon, França. Foto: Rilba / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 3.0Na época de sua descoberta os cientistas consideraram a hipótese de se tratar de uma espécie diferente dos Homo sapiens e dos Homo Neanderthalensis. A medida em que novos fósseis semelhantes foram encontrados em cavernas na Europa e na Ásia, pesquisadores atribuíram o nome de Cro-Magnon.Porém, a partir de novas evidências os pesquisadores chegaram ao consenso de que se tratava de exemplares de antigos Homo sapiens e posteriormente o termo Cro-Magnon caiu em desuso para classificar uma espécie. Desta forma, passou a ser utilizado na linguagem comum como um nome para os humanos modernos ancestrais dos europeus (European Early Modern Humans), os primeiros Homo sapiens a chegarem ao continente, aproximadamente 45 mil anos atrás.Conteúdo deste artigoCaracterísticasCulturaA cor e o destino dos Cro-MagnonCaracterísticasOs ossos de Cro-Magnon eram robustos e provavelmente carregavam fortes músculos, guardando certa semelhança com o Homo neanderthalensis, com quem conviveram durante milhares de anos. Sua altura variava entre 1,65 m e 1,70 m. O crânio, porém, é de Homo sapiens, apesar de ser maior. Em média 1600 cm³ (imagem abaixo).Crânio de Cro-Magnon (Georgian National Museum). Foto: Mostafameraji / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 4.0Estes primeiros humanos eram seminômades e exímios caçadores. Construíram abrigos temporários com pedras, presas e pele de animais. Abatiam suas caças mais como os neandertais que os sapiens mais modernos, aproximando-se e atacando com uma arma perfurante. Depois carregavam as carcaças e precisavam abrir e cortar a carne e ossos, um trabalho que demandava grande força física. Além da caça, mantinham uma dieta variada com indícios da inclusão de plantas na alimentação.CulturaO início da ocorrência dos Cro-Magnon na Europa aconteceu alguns milhares de anos após o florescimento criativo no Paleolítico Superior, 50 mil anos atrás. Isto foi reforçado pelos materiais encontrados com os primeiros Homo sapiens da Europa, dentre eles materiais feitos de marfim, ossos e pedras bem trabalhadas, conhecidos como cultura Aurignaciana.São notáveis suas pinturas e esculturas, como o “feiticeiro” de Les Trois-Frères, nos Pirenéus franceses; as esculturas femininas conhecidas antigamente como “Vênus” e o “Homem-leão” (foto abaixo), datado de 40 mil anos atrás. Esta figura humana com cabeça de leão foi encontrada em 1939 nos alpes suábios, sul da Alemanha, e pode estar ligada ao xamanismo. Isto é, as práticas religiosas destes humanos envolviam a possibilidade de humanos assumirem a perspectiva de um animal e vice-versa.Homem-leão. Museu de Ulm, Alemanha. Foto: Dagmar Hollmann / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 4.0Além da cultura material, paleoantropólogos descobriram que os primeiros Homo sapiens na Europa cuidavam dos seus feridos e enterravam os mortos. Os vestígios encontrados foram de pessoas enterradas em um funeral, acompanhadas de objetos e ervas queimadas. Estes humanos também tinham marcas cicatrizadas, indicando que foram tratados e se recuperaram de lesões.A cor e o destino dos Cro-MagnonEmbora muito se especule, em especial pelo fato de sua ocorrência ter sido na Eurásia, o mais aceito é que os Cro-Magnon tinham a pele escura. A ocorrência da pele branca entre os Homo Sapiens data apenas de 14 ou 12 mil anos atrás, época em que estes primeiros humanos, denominados Cro-Magnon, estavam praticamente absorvidos e substituídos pelos humanos culturalmente modernos.Em 2003 cientistas analisaram amostras do genéticas de dois exemplares de Cro-Magnon, de aproximadamente 24 mil anos atrás, e identificaram a presença do Haplogrupo de DNA mitocondrial (mtDNA) N. Esta variação característica é encontrada em humanos na Europa, na península arábica, na Ásia, na Melanésia e entre os nativos americanos.Leia mais:Homo sapiensHomo NeanderthalensisArte no paleolíticoArte rupestreReferências:CRO-Magnon 1. Smithsonian National Museum of Natural History. Disponível em: https://humanorigins.si.edu/evidence/human-fossils/fossils/cro-magnon-1. Acesso em 17/09/2021.FAGAN, Brian. Cro-Magnon: How the Ice Age gave birth to the first modern humans. Bloomsbury Publishing USA, 2011.NEVES, Walter. A SAGA da Humanidade -- Aula 3 (Evolução em mosaico). Publicado pelo Canal da USP [S. l.; s. n]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=nYb4kbYwANE. Acesso em: 13/09/2021._____________. A SAGA da Humanidade -- Aula 11 (Homo Sapiens). Publicado pelo Canal da USP [S. l.; s. n]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=AwAq2xCqXDo. Acesso em: 13/09/2021.THE editors of Encyplopaedia Brittanica. Cro-Magnon. Encyplopaedia Brittanica. 29 de maio de 2020. Disponível em: https://www.britannica.com/topic/Cro-Magnon. Acesso em: 17/09/2021.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/antropologia/cro-magnon/Arquivado em: Antropologia, Evolução, Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Guerras na pré-históriaHistória » Guerras na pré-históriaCompartilhar no WhatsappPor Pedro Eurico RodriguesMestrado em História (UDESC, 2012)Graduação em História (UDESC, 2009)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Falar sobre guerras no período pré-histórico não é tarefa fácil, especialmente quando falamos dos povos nômades. O nomadismo foi a forma de vida de boa parte dos grupos humanos antes da Revolução Agrícola e do processo de sedentarização. Só depois, com as Revoluções Urbanas, é que os povos passaram a desenvolver códigos de comunicação, desenvolvendo o pensamento matemático e a escrita.Por isso, quando queremos conhecer mais sobre os povos pré-históricos precisamos recorrer aos estudos de arqueólogos e paleontólogos. Os nômades não deixaram nenhum rastro escrito e por isso o estudo dessas sociedades é feito por meio de escavações e análise do material encontrado. Ossadas, utensílios e ferramentas são encontrados e a partir deles é possível compreender um pouco como viviam os homens e mulheres nômades.Já os debates sobre a existência de guerras entre grupos neste período são controversos. Enquanto há estudiosos que afirmam não ser possível defender a ideia de guerras entre eles, outros estudos apontam a existência de mortes de grupos por violência.É o caso de um grupo de arqueólogos da Universidade de Cambridge. Eles pesquisaram ossadas e utensílios encontrados no Quênia, na região do Lago Turkana. Em suas escavações encontraram crânios que, segundo suas análises, apresentam marcas de morte por violência, notadamente ataques na cabeça com uso de lâminas, sendo este ataque o motivo do óbito. Ao total foram encontrados restos mortais de 27 pessoas, enterradas juntas, que se acredita que foram mortas em situação de guerra/batalha entre grupos, durante o período conhecido como Idade da Pedra.Crânio de Paranthropus boisei, espécie de hominídeo, encontrado no lago Turkana (Quênia). Cientistas estimam que a ossada tenha aproximadamente 1,6 milhão de anos. Foto: Adam Jan Figel / Shutterstock.comEncontrar indícios da vida de homens e mulheres em um tempo tão distante não é muito comum. A maioria das pistas que nos levam a conhecer esse passado tão remoto se encontra no continente africano. Para se ter uma noção, o fóssil mais antigo foi encontrado na Etiópia, região próxima ao Quênia.O grupo de pesquisadores da Universidade de Cambridge acredita que o que resultou nas mortes violentas por eles identificadas pode ter sido um ataque premeditado de um grupo em busca dos recursos abundantes da região de Nataruk, próximo às margens do Lago Turkana. A região era abundante em recursos hídricos e por isso havia muito alimento disponível para coleta.O que é possível afirmar é que foram encontradas ossadas com sinais de morte por violência, com utilização de ferramentas pontiagudas. Além disso, há a interpretação de que houve um ataque de um grupo contra outro, possivelmente pela disputa de recursos da região. Os corpos não estavam enterrados de forma organizada ou que demonstrasse qualquer tipo de ritual, levando a crer que foram deixados ali de qualquer forma pois eram mortes resultantes de batalhas. Um feto de 8 meses no ventre de uma mulher, que foi encontrado neste mesmo local, é outro indício que leva a crer que houve uma batalha entre os grupos.Acredita-se que a violência faça parte da condição humana. Por isso não é tão difícil encontrar e atestar mortes por violência em ossadas pré-históricas. No entanto, é difícil atestar se houve, efetivamente, confrontos de guerra entre grupos nômades durante o período que chamamos de pré-história. Os debates sobre a existência de guerras no período pré-históricos ainda seguem sem conclusão unânime por parte dos arqueólogos. No entanto sabe-se que grupos humanos de caçadores e coletores disputavam alimentos e território.Referência:LAHR, M. Mirazón; RIVERA, F.; POWER, R. K.; MOUNIER, A.; COPSEY, B.; CRIVELLARO, F.; EDUNG, J.E.; MAILLO FERNANDEZ, J. M.; KIARIE, C.; LAWRENCE, J.; LEAKEY, J.; MBUA, E.; MILLER, H.; MUIGAI, A.; MUKHONGO, D. M.; VAN BAELEN, A.; WOOD, R.; SCHWENNINGER, J-L.; GRÜN, R.; ACHYUTHAN, H.; WILSHAW, A.; & FOLEY, R. A. Inter-group violence among early Holocene Hunter-gatherers of West Turkana, Kenya. In: Nature. Volume 529, 2016.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/guerras-na-pre-historia/Arquivado em: Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Homem de NeandertalBiologia » Evolução » Homem de NeandertalCompartilhar no WhatsappPor Saulo CastilhoMestre em História Comparada (UFRJ, 2020)Bacharel em História (UFRJ, 2018)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Homo neanderthalensis ou neandertal (imagem abaixo) é o nome dado a uma espécie extinta de hominina do gênero homo que ocorreu aproximadamente entre 400 mil e 35 mil anos atrás. Surgiram no norte da Europa e, ao longo dos seus mais de 350 mil anos de existência, se espalharam pelo continente europeu, migrando também para o oriente médio e o sul da Sibéria. O Homo neanderthalensis era extremamente adaptado a temperaturas frias e secas, o que explica sua ocorrência geográfica.Seus vestígios foram descobertos pela primeira vez em uma caverna no vale Neander, no oeste da Alemanha. Daí seu nome: Neander + thal, com o sufixo semelhante ao alemão tal, que significa vale.Reconstrução imaginativa de um Homo neanderthalensis no Museu Smithsonian (EUA).A princípio cientistas disputaram argumentos se estes teriam sido os primeiros europeus, narrativa que sobreviveu graças a icônica imagem do “homem das cavernas”, ou uma outra espécie semelhante aos humanos.Após análises morfológicas os pesquisadores encontraram diferenças suficientes para sustentar que esta seria outra espécie. Todavia, cientistas ainda divergem sobre a capacidade comunicativa e de simbolismo entre o Homo neanderthalensis, e mesmo outros homo.Isto quer dizer que é possível encontrar defensores da inclusão do neandertal na categoria “humano”, como uma subespécie, Homo sapiens neandethalensis. Apesar disso, o consenso mais aceito é considerá-lo como uma espécie diferente.CaracterísticasOs exemplares de Homo neanderthalensis encontrados apresentam características físicas bem diversas, mas em comum é possível afirmar que eram robustos, tinham troncos largos, grandes aberturas nasais. Sua estatura girava em torno de 1,60m e a capacidade craniana média de 1600 cm³. A cabeça maior, porém, não quer dizer que eram mais espertos que os humanos modernos.Os neandertais também tinham como característica não apresentarem testa e queixo (característica dos humanos modernos), além de osso supra orbital (sobrancelhas) protuberante, o palato (boca) e a mandíbula puxados para frente e um nariz grande, especialmente útil em climas mais frios. De fato, várias partes do corpo desses fósseis tendem a forma circular, o que reforça a relação entre o processo evolutivo do Homo neanderthalensis e as baixas temperaturas.O Homo neanderthalensis também caçava grandes animais à curta distância, utilizando lanças com pontas, sendo forte o suficiente para carregar as carcaças depois. Tal afirmação é sustentada por diversas fraturas ósseas características de impactos sofridos e arremessos, o fêmur (osso da coxa) curvo, além dos restos de grandes mamíferos (renas) encontrados nos mesmos locais, que provavelmente serviram de alimento.Origem, cultura, misturas e extinçãoSua origem deriva um grupo de Homo heidelberguensis, como indicam os vestígios de homininas intermediários encontrados no sítio arqueológico de Atapuerca, Espanha, datados de 430 mil anos atrás.Os neandertais também desenvolveram ferramentas sofisticadas de pedra lascada (imagem abaixo), geralmente identificada como cultura mousteriana. Além do mais, foram capazes de navegar, ainda que por distâncias mais curtas, e de explorar recursos e adquirir alimento do mar.Ponta de lança mousteriana. Foto: Guérin Nicolas / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 3.0Cientistas acreditam que o Homo neanderthalensis tinha uma vida cultural organizada, já que encontraram vestígios de ervas utilizadas para fins medicinais, além da indicação de que eles realizavam ritos funerais e enterravam seus mortos, o que explica a grande quantidade de vestígios encontrados.Os neandertais passaram também por processos de hibridização. Primeiro com seres da espécie Homo denisovano, oriunda também do Homo Heidelbergensis e vinda da Ásia. Depois, houve mistura com outra espécie que teve o heidelbergensis como ancestral: os sapiens mais antigos, chamado anteriormente de Cro-magnon, os primeiros Homo sapiens a chegarem a Europa. Por fim, o Homo neanderthalensis também cruzou com o humano culturalmente moderno, que saiu da África, poucos milhares de anos antes da sua extinção.Cientistas atribuem seu desaparecimento aos encontros com dois grupos dos Homo sapiens que saíram da África. Os primeiros misturaram-se e mesmo trocaram tecnologia, já os mais recentes provavelmente disputaram territórios e recursos, consequentemente superando os neandertais. Cientistas ainda divergem sobre os motivos da substituição, mas geralmente é atribuída aos lobos que os sapiens domesticaram (cães de caça) e a hipótese, cada vez mais questionada, do superior desenvolvimento comunicativo e simbólico dos humanos modernos.Leia mais:Homo sapiensHomo heidelbergensisPaleolíticoReferências:CONDE-VALVERDE, Mercedes et al. Neanderthals and Homo sapiens had similar auditory and speech capacities. Nature Ecology & Evolution, v. 5, n. 5, p. 609-615, 2021.EVOLUÇÃO e dispersão dos hominídeos (Parte 2: demasiado humanos) (#Pirula 338.2). Publicado pelo Canal do Pirula. [S. l.: s. n.]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=IK10Iqqzv1c. Acesso em: 11/09/2021.NEVES, Walter. A SAGA da Humanidade -- Aula 10 (Homo neanderthalensis). Publicado pelo Canal da USP [S. l.; s. n]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_XWwZoYKKbQ. Acesso em: 15/09/2021.SMITHSONIAN National Museum of Natural History. Homo Neanderthalensis.. Disponível em: https://humanorigins.si.edu/evidence/human-fossils/species/homo-neanderthalensis. Acesso em: 16/09/2021.TRINKAUS, Erik. Neanderthal. 06 de fevereiro de 2020. Encyclopedia Britannica. Disponível em: https://www.britannica.com/topic/Neanderthal. Acesso em: 17/09/2021.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/evolucao/homem-de-neandertal/Arquivado em: Antropologia, Evolução, Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Homo erectusBiologia » Evolução » Homo erectusCompartilhar no WhatsappPor Saulo CastilhoMestre em História Comparada (UFRJ, 2020)Bacharel em História (UFRJ, 2018)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Homo erectus é considerada a mais longeva espécie do gênero homo, tendo vivido aproximadamente entre 1,9 milhões e 110 mil anos atrás. Pesquisadores acreditam ter se originado no Cáucaso a partir de um grupo de Homo habilis, migrando de volta a África, para a Europa e Ásia.O Homo erectus foi provavelmente o precursor de subespécies e espécies do gênero homo, como o H. antecessor, H. floresiensis, H. heidelbergensis e H. denisovano.O tempo do Homo erectus trouxe transformações biológicas e culturais significativas herdadas pelas espécies sucessoras. Destas mudanças podemos citar a menor quantidade e/ou menor espessura dos pelos, a proporção dos membros superiores e inferiores, a postura ereta terrestre. Posteriormente também desenvolveu a prática da caça e o controle do fogo.Reconstrução do Homo Erectus “Menino de Turkana”. Museu Neanderthal, Alemanha. Foto: Neanderthal Museum / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 4.0A descoberta do primeiro vestígio coube ao paleoantropólogo holandês Eugéne Dubois (1848-1940). O fóssil foi encontrado entre 1890 e 1895 na ilha de Java (atual Indonésia), quando esta era uma parte do império colonial holandês, por isto é mais conhecido como “Homem de Java”.A princípio Dubois o nomeou de Pithecanthropus erectus, pensando se tratar de um elo perdido entre o homem e os macacos, completamente adaptado ao bipedismo. Porém, à medida que novos fósseis e evidências surgiram em outras partes do mundo (imagem abaixo), cientistas descartaram se tratar de um Pithecanthropus, mas sim de uma espécie do gênero homo. Homo erectus.Sítios onde foram encontrados fósseis relacionados ao Homo erectus. Mapa: https://www2.palomar.edu/anthro/homo/homo_2.htmCaracterísticasO crânio do Homo erectus (imagem abaixo) era maior que o de seu antecessor, Homo habilis, e menor que dos sucessores Homo neanderthalensis e sapiens. Dependendo de diferentes condições, sua caixa cranial poderia medir entre 700 e 1200 cm³, mas em comum tinham a face plana. Sua altura poderia variar entre 1,40 e 1,80 metros.Os ossos eram mais espessos que dos Homo sapiens, indicando que sua sobrevivência dependia da superação de condições físicas mais pesadas. A ponte nasal proeminente revela que o Homo erectus foi uma espécie adaptada a tempos frios e secos, o que ajudou em sua rápida dispersão para ambientes de temperaturas mais baixas fora do continente africano.Crânio do Homo erectus KNM ER 3733, no Museu do Quênia. Foto: Akrasia25 / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 4.0Outra característica marcante do Homo erectus foi sua capacidade de produzir novas, mais eficientes e sofisticadas ferramentas de pedra, como bifaces e machados de mão. Essa produção ficou conhecida como cultura Acheuliana, cujo surgimento é concomitante a manifestação do chamado Homo ergaster, como era conhecido o Homo erectus.Vestígios desta cultura se encontram em diversas partes do mundo e indicam a capacidade de dispersão desta espécie de hominina. Há indícios também que o Homo erectus foi o primeiro a usar o fogo, aproveitando-se de raios ou incêndios.Homo erectus: dispersão e evoluçãoUm tipo sem nome definido de Homo erectus surgiu na África entre 1,8 e 1,5 milhões de anos atrás, sem os pelos do corpo e com a pele escura. Este se espalhou rapidamente pela Europa posteriormente chegando na Ásia, onde além do fóssil encontrado em Java, há também um exemplar encontrado na China durante a década de 1920, conhecido como “Homem de Pequim”. Pesquisadores encontraram uma série de vestígios humanos junto a diversas ferramentas.Marcas nas ferramentas construídas por esta espécie indicam diferenças regionais entre os grupos de Homo erectus. Além do mais, vestígios apontam que o uso do fogo controlado ocorreu a primeira vez em África por um grupo de Homo erectus. Isto por volta de 1 milhão de anos atrás. A capacidade de cozer os alimentos reduziu gradativamente a arcada e os dentes dos seus sucessores, permitindo também a absorção de novos nutrientes.Leia também:Homo habilisHomo sapiensHomo heidelbergensisMigrações pré-históricasReferências:EVOLUÇÃO e dispersão dos hominídeos (Parte 1: origem das espécies) (#Pirula 338.1). Publicado pelo Canal do Pirula. [S. l.: s. n.]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8ox6Ff2SbWw. Acesso em: 11/09/2021LEAKEY, Richard. Os homens fósseis africanos. Em: KI-ZERBO, Joseph et al. História Geral da África, Vol. I: Metodologia e pré‐história da África. UNESCO, 2010.LEAL, Elaine. Descoberta de ferramentas de pedra lascada na Jordânia leva à reinterpretação dos rumos da evolução humana. Setor de Ciências da Terra, UFPR. 08 de Julho de 2019. Disponível em: http://www.terra.ufpr.br/portal/blog/2019/07/08/descoberta-de-ferramentas-de-pedra-lascada-na-jordania-leva-a-reinterpretacao-dos-rumos-da-evolucao-humana/. Acesso em: 10/09/2021.TOBIAS, V. Philip; RIGHTMIRE, G. Philip. Homo erectus. Encyclopaedia Britannica. 13 de novembro de 2020. Disponível em: https://www.britannica.com/topic/Homo-erectus. Acesso em: 09/09/2021Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/evolucao/homo-erectus/Arquivado em: Antropologia, Evolução, Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Homo habilisHistória » Homo habilisCompartilhar no WhatsappPor Saulo CastilhoMestre em História Comparada (UFRJ, 2020)Bacharel em História (UFRJ, 2018)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Homo habilis é considerada uma das mais antigas espécies de hominina do gênero homo. Viveu aproximadamente entre 1,5 e 2,5 milhões de anos no leste da África, possivelmente migrando para o oriente próximo.Seus primeiros vestígios fósseis foram encontrados em 1959, na Garganta de Olduvai (imagem abaixo), Tanzânia, um importante sítio arqueológico no Vale do Rift africano. A descoberta foi realizada pela equipe britânico-queniana liderada por Mary Leakey (1913-1996) e Louis Leakey (1903-1972).Garganta de Olduvai. Foto: mwanasimba / CC-BY-SANa época de sua descoberta o consenso científico era de que o Homo Erectus seria o mais antigo homo ancestral do Homo Sapiens. Desta forma, somente cinco anos depois, em 1964, os antropólogos Louis Leakey, Phillip Tobias (1925-2012) e John Napier (1917-1987) divulgaram a descoberta.Os cientistas afirmaram se tratar de uma espécie do gênero homo mais antiga que o Homo Erectus, intermediário entre este e o Australopithecus. Além dos fósseis encontrados em Olduvai, outros vestígios atribuídos ao Homo habilis foram encontrados, como nos sítios arqueológicos Koobi Fora (1972), no Quênia e no Vale do Zarqa (2019), Jordânia.CaracterísticasRéplica do fóssil de um crânio de Homo habilis. Foto: Gunnar Creutz / via Wikimedia Commons / CC-BY-SA 4.0O Homo habilis era completamente bípede e poderia medir entre 1,0m e 1,4m. Seu crânio, significantemente maior que o do Australopithecus, tinha um tamanho entre 500 e 800 cm³, indicando um cérebro maior. De uma maneira geral sua morfologia era similar à de seu antecessor, com braços mais longos. Porém, o pescoço, a mandíbula e os dentes eram menores. Estas e outras diferenças fizeram os pesquisadores o definirem no gênero homo, o que ainda é uma discussão. Sua dieta incluía vegetais, sementes e restos de animais.Seu nome, Homo habilis ou homem habilidoso¸ foi escolhido porque os cientistas encontraram junto a pedras lascadas e acreditavam ser esta espécie a primeira a construir ferramentas. A partir de novas descobertas, porém, pesquisadores chegaram à conclusão que uso de ferramentas não era uma exclusividade dos homininas do gênero homo, tampouco poderia ser um critério para o surgimento do homo.Pesquisadores encontraram objetos que atendiam a vários tipos de propósitos como o corte de pequenas plantas, cortar o couro e retirar a carne de carcaças de grandes animais (necrofagia).Dentre os objetos estão seixos (pedras) talhados, objetos pontiagudos e em formato de disco, além da construção de abrigos. Os objetos feitos pelo homo habilis são geralmente relacionados às culturas líticas olduvaienses, entretanto, outras espécies ancestrais também fizeram ferramentas enquadradas sob esta denominação.Novas descobertas, controvérsias e divergênciasA princípio os pesquisadores acreditavam que o Homo erectus teria sido o primeiro a migrar para outros continentes além do Africano. Esta narrativa foi contestada por pesquisadores da Universidade de São Paulo em 2015, quando estes descobriram ferramentas de pedra lascada provavelmente feitas por um tipo de Homo habilis na Jordânia, datadas entre 1,9 e 2,5 milhões de anos atrás. Estes vestígios indicam que possivelmente esta espécie foi a primeira do gênero homo a sair de África.Outros fósseis foram atribuídos, ainda que sem consenso, ao Homo habilis. Como é o caso do Homo rudolfensis. Todavia, os pesquisadores ainda não chegaram a um consenso se os exemplares podem ser alocados na mesma espécie ou se são duas diferentes.Desde sua descoberta até o ano 2000 acreditava-se que o Homo habilis era um precursor direto do Homo erectus, dando lugar a este quando foi extinto. Entretanto, evidências apontam que estas duas diferentes espécies de homininas viveram em épocas contemporâneas.Paleoantropólogos ainda divergem sobre diversos aspectos do Homo habilis, desde a sua organização social especial quanto a capacidade comunicativa e o domínio de símbolos, geralmente relacionados ao Homo erectus.Leia também:Primeiros humanos na ÁfricaPaleolíticoReferências bibliográficas:KI-ZERBO, Joseph et al. História Geral da África, Vol. I: Metodologia e pré‐história da África. UNESCO, 2010.LEAL, Elaine. Descoberta de ferramentas de pedra lascada na Jordânia leva à reinterpretação dos rumos da evolução humana. Setor de Ciências da Terra, UFPR. 08 de Julho de 2019. Disponível em: http://www.terra.ufpr.br/portal/blog/2019/07/08/descoberta-de-ferramentas-de-pedra-lascada-na-jordania-leva-a-reinterpretacao-dos-rumos-da-evolucao-humana/. Acesso em: 10/09/2021.NEVE, Walter. A SAGA da Humanidade -- Aula 7 (Homo Habilis). Publicado pelo Canal USP [S. l.; s. n]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=l5GHKjdoiqU. Acesso em: 13/09/2021RIGHTMIRE, G. Philip. Homo habilis. Encyclopaedia Britannica. 12 de novembro de 2020. Disponível em: https://www.britannica.com/topic/Homo-habilis. Acesso em: 08/09/2021Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/homo-habilis/Arquivado em: Antropologia, Evolução, Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Homo HeidelbergensisCiências » Antropologia » Homo HeidelbergensisCompartilhar no WhatsappPor Saulo CastilhoMestre em História Comparada (UFRJ, 2020)Bacharel em História (UFRJ, 2018)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Homo heidelbergensis ou Homo rhodesiensis (imagem abaixo), foram nomes dados a uma espécie de hominina do gênero homo que ocorreu provavelmente entre 700 mil e 200 mil anos atrás. De acordo com os pesquisadores esta espécie dá origem aos homens modernos, posto anteriormente ocupado pelo Homo erectus.Além de ser o ancestral mais recente dos Homo sapiens, o Homo heidelbergensis deu origem a outras duas espécies do gênero homo: o Homo denisovano e o Homo neandethalensis, sendo o último ancestral comum entre estas espécies de hominina.Possível aparência do Homo heidelbergensis –Foto: Museu Smithsonian (EUA). Os primeiros registros fósseis deste hominina surgiram ainda no início do século XX, próximo a cidade de Heidelberg, no sudoeste da Alemanha, daí seu nome. Todavia, até a década de 1990 estes fósseis eram categorizados como Homo erectus, neanderthalensis ou mesmo uma versão arcaica de Homo sapiens. Isto quer dizer que o consenso sobre o Homo heidelberguensis ser uma espécie é relativamente recente, o que explica sua comum ausência nos livros didáticos.Esta espécie foi a primeira a ocupar efetivamente a Europa. Além da Alemanha, cientistas encontraram fósseis relacionados ao Homo heidelberguensis em outros lugares do continente europeu. Entre 500 mil e 400 mil anos atrás foi a espécie predominante na massa continental europeia.No continente africano, por sua vez, a espécie está associada ao Homo rhodesiensis. Além do mais, foram encontrados também fósseis em diversas partes da Ásia, indicando uma grande dispersão desta espécie de hominina.CaracterísticasDiversas características desta espécie são muito semelhantes à do Homo erectus, em especial o formato do crânio. Porém, a diferença mais notável entre o Homo heidelbergensis e os homininas anteriores está no tamanho da caixa cranial (imagem abaixo), aproximadamente 1200 cm³, ou seja, 1/3 maior que a do Homo erectus e ligeiramente menor que dos Homo sapiens (1350 cm³). Sua altura poderia variar entre 1,5 m e 1,7m, pesando entre 50 e 65 kg.Kabwe 1 – Crânio de aproximadamente 300 mil anos encontrado na Zâmbia (antiga Rodésia). Museu Smithsonian.Os toros supra orbitais do Homo heidelbergensis são bem protuberantes e robustos, características que permanecerão com os Homo neanderthalensis, mas não com os sapiens. Por sua vez, a face é levemente puxada para frente.Os dentes são pequenos, embora a mandíbula seja poderosa. Esta característica aproxima esta espécie dos Homo sapiens e indica a continuidade do uso controlado do fogo para cozer alimentos, iniciada 1 milhão de anos atrás com o Homo erectus. Segundo o paleoantropólogo Walter Neves, o crânio encontrado na Zâmbia (antiga Rodésia), tem o registro mais antigo de cáries dentárias entre os homininas.Tecnologia e culturaEm geral, as ferramentas utilizadas pelo Homo heidelbergensis eram bem semelhantes às do Homo erectus, que pesquisadores associam a cultura acheuliana. Isto é, ferramentas de perfuração, para retirada de carne de carcaças e afins, mas há também registros de armas de caça e mesmo machadinhas utilizadas para abater grandes animais.O fogo também era utilizado para fazer lareiras, rodeadas por abrigos construídos por estes homininas. Embora seja mais provável e recorrente a procura e o uso de abrigos naturais, pesquisadores encontraram também vestígios de construções simples rodeando vestígios de material carbonizado. Ou seja, é provável que os Homo heidelbergensis reuniam-se em torno do fogo para aquecer-se e manterem-se protegidos. É possível também que o Homo heidelbergensis tenha realizado algum tipo de ritual. Esta hipótese se baseia nos ossos de 30 pessoas deliberadamente jogados em um poço no norte da Espanha, no sítio de Atapuerca.Leia mais:Homo sapiensHomo neandethalensisHomo erectusReferências:DOREY, Fran. Homo heidelbergensis. 28 de junho de 2021. Australian Museum. Disponível em: https://australian.museum/learn/science/human-evolution/homo-heidelbergensis/. Acesso em: 20/09/2021,NEVES, Walter. A SAGA da Humanidade -- Aula 9 (Homo heidelbergensis). Publicado pelo Canal da USP [S. l.; s. n]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=knTZzX957LM. Acesso em: 20/09/2021.MCHENRY, Henry. 19 de junho de 2020. Encyclopaedia Britannica. Dispon

Como a China está acabando com protestos contra restri??es da covid

seleção feminina de futebol globo esporteível em: https://www.britannica.com/topic/Homo-heidelbergensis. Acesso em: 18/09/2021.SMITHSONIAN National Museum of Natural History. Homo heidelbergensis. Disponível em: https://humanorigins.si.edu/evidence/human-fossils/species/homo-heidelbergensis. Acesso em: 16/09/2021.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/antropologia/homo-heidelbergensis/Arquivado em: Antropologia, Evolução, Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Homo sapiensCiências » Antropologia » Homo sapiensCompartilhar no WhatsappPor Saulo CastilhoMestre em História Comparada (UFRJ, 2020)Bacharel em História (UFRJ, 2018)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Homo sapiens, também conhecidos como humanos modernos (imagem abaixo), é a única espécie de hominina do gênero homo remanescente. Em 2021, estima-se sua população global em torno de aproximadamente 7,8 bilhões de indivíduos, espalhados por todas as massas continentais.Cientistas discutem se o presente pode ser caracterizado como a “era do Antropoceno”, iniciada com os testes nucleares, em 1945, e desde então marcada pela maior capacidade humana em esgotar recursos, destruir biomas e levar o planeta ao limite, colocando em risco a própria existência.Fotos: PixabayParte significativa dos Homo sapiens do século XXI vive em grandes agrupamentos de pessoas, chamadas de cidades; outra parte considerável vive sedentarizada em regiões de plantio, agricultura e pastoreio. Há também grupos de Homo sapiens que vivem de maneira nômade ou semi-sedentária em florestas, desertos, estepes, savanas, tundras, montanhas, na órbita da terra e em espaços virtuais.Origem e dispersãoOs primeiros Homo sapiens surgiram há aproximadamente 160 mil anos, no leste africano. Este, de fato, considerado o humano moderno, hipótese foi reforçada por estudos genéticos sobre DNA mitocondrial. Existem fósseis mais antigos anteriormente atribuídos ao Homo Sapiens, de 300 mil anos atrás, todavia, estes ainda possuem características híbridas com o Homo heidelbergensis/rhodesiensis. O Homo sapiens conviveu com outras espécies de hominina do gênero homo durante aproximadamente 120 mil anos. Embora tenha visto a extinção dos outros, e talvez tenha responsabilidade indireta nestes processos, o Homo sapiens também se misturou a diferentes espécies, embora ainda não se saiba o quanto. Tal cruzamento foi comprovado a partir de fósseis e pesquisas genéticas que descobriram variantes de genes ancestrais em pessoas nas diversas partes do mundo, o que também derrubou a hipótese da evolução como processo linear.Apesar de certas pessoas no mundo terem variações genéticas derivadas de outras espécies humanas, há apenas uma espécie dominante, caracterizada pela estrutura genética onde todos carregam uma combinação média de 30 mil genes. Estas variações relacionadas a outras espécies também não definem a cor ou características físicas dos humanos.Cientistas concordam que as diferenças físicas entre Homo sapiens decorrem de múltiplos fatores possíveis e mesmo acidentais. Dentre eles podemos citar as constantes variações climáticas ao longo de milhares de anos; o processo migratório de caráter episódico, resultando em períodos de isolamento, que por sua vez foram seguidos de novos encontros e cruzamentos entre humanos.CaracterísticasFisicamente o Homo sapiens difere das espécies ancestrais em muitos aspectos. A começar pelo tamanho do crânio, em média 1350 centímetros cúbicos, bem maior que do Homo erectus (700 a 1200cc), mas menor do que do Homo neanderthalensis (aproximadamente 1600cc). Plenamente adequado ao bipedismo, seus ossos são mais leves que dos outros Homo. Além da mandíbula e a arcada menores, os sapiens têm como característica única o queixo.Os sapiens, porém, têm pouca variabilidade genética graças ao que pesquisadores chamam de “gargalo de garrafa”, ou seja, um momento em que poucos no mundo sobreviveram. Isso aconteceu provavelmente 75 mil anos atrás, após a erupção do super vulcão Toba, na atual Indonésia.Tão importantes quanto as mudanças biológicas foram as mudanças culturais. A possibilidade de simbolizar e, consequentemente, imaginar sistemas complexos foi uma vantagem que o Homo sapiens teve como grande trunfo a partir de 50 mil anos atrás.Graças a isso desenvolveu também grande capacidade comunicativa, que permitiu também domesticar animais, e tecnológica (imagem abaixo). Pesquisadores chamam esse marco como “Revolução criativa do paleolítico superior” e a compreendem como uma segunda fase do Homo sapiens, desta vez uma versão culturalmente moderna.Graças a uma gestação relativamente rápida e pré-matura em relação a outros animais, os humanos nascem totalmente dependentes e precisam ser cuidados e ensinados durante anos. O que parece uma desvantagem, no entanto, pode ser o oposto, já que isto permite que o Homo sapiens seja formidavelmente adaptado as mais diversas condições climáticas e culturais.Leia também:Homo neanderthalensisHomo heidelbergensisCro-MagnonReferências:ARTAXO, P. Uma nova era geológica em nosso planeta: o Antropoceno?. Revista USP, [S. l.], n. 103, p. 13-24, 2014.EVOLUÇÃO e dispersão dos hominídeos (Parte 2: demasiado humanos) (#Pirula 338.2). Publicado pelo Canal do Pirula. [S. l.: s. n.]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=IK10Iqqzv1c. Acesso em: 11/09/2021.NEVES, Walter. A SAGA da Humanidade -- Aula 3 (Evolução em mosaico). Publicado pelo Canal da USP [S. l.; s. n]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=nYb4kbYwANE. Acesso em: 13/09/2021._____________. A SAGA da Humanidade -- Aula 11 (Homo Sapiens). Publicado pelo Canal da USP [S. l.; s. n]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=AwAq2xCqXDo. Acesso em: 13/09/2021.TATTERSALL, Ian. Homo sapiens. 12 de novembro de 2020. Encyclopaedia Britannica. Disponível em: https://www.britannica.com/topic/Homo-sapiens. Acesso em: 12/09/2021.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/antropologia/homo-sapiens/Arquivado em: Antropologia, Evolução, Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Idade da PedraHistória » Pré-História » Idade da PedraCompartilhar no WhatsappPor Pedro Eurico RodriguesMestrado em História (UDESC, 2012)Graduação em História (UDESC, 2009)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: A Idade da Pedra é marcada pelo início da fabricação de utensílios em pedra pelos seres humanos. A humanidade passou a construir de forma contínua e regular utensílios em pedra, tendo um formato e uma finalidade específicos. É esta produção de objetos que diferem os seres humanos dos demais animais.O gênero Homo é datado de aproximadamente 2 milhões de anos atrás. E o período de atividade humana com domínio e fabricação em pedra ficou conhecido como paleolítico. Este recorte é finalizado com o início da agricultura, ou Revolução Agrícola ou Revolução Neolítica, ocorrido há aproximadamente 10 mil anos, que dá início à Idade da Pedra polida.Arqueólogos imaginam que outras matérias-primas para confecção de objetos e utensílios devem ter sido utilizadas, porém, os materiais em pedra foram os únicos a sobreviverem até os dias atuais, possibilitando o estudo e interpretações pelos estudiosos no presente. Ainda que o recorte temporal seja muito longo, entende-se que este foi um tempo de transformações, em que os humanos foram se adaptando à natureza, desenvolvendo técnicas e aprimorando suas formas de sustento e sobrevivência.A grande maioria dos artefatos foi produzida com uma intenção específica e prática: facas para a caça, por exemplo. Porém, o aperfeiçoamento de alguns materiais possibilitou as primeiras manifestações artísticas. Pinturas e gravuras marcaram a produção destes grupos humanos e são usualmente conhecidas por pinturas ou figuras rupestres. As primeiras formas de arte surgiram entre 35 e 30 mil anos. Inicialmente as figuras eram mais abstratas, mas, aos poucos, as figuras ganharam traços reais e mais próximos do que se conhecia deste então.Pintura rupestre na caverna de Lascaux, França. Foto: Everett - Art / Shutterstock.comOs primeiros humanos que dominaram e lascavam as pedras, tinham por prática produzir materiais batendo pedras umas nas outras para produzir uma ponta afiada. Estes artefatos serviam, especialmente, para o corte de carnes e peles de animais. Porém, há aproximadamente 700 mil anos, o homo erectus, passou a talhar as pedras. Este fazer só foi possibilitado pelo domínio do fogo, que tinha diversos fins: afastar os animais, iluminar os acampamentos provisórios durante a noite e, especialmente, cozinhar. O alimento cozido foi outro ponto significativo para o aumento populacional e para a sobrevivência dos seres humanos.Pontas de lanças feitas de pedra há milhares de anos. Foto: Juan Aunion / Shutterstock.comAssim, a Idade da Pedra pode ser dividida em dois momentos: o que chamamos de Paleolítico, ou Idade da Pedra Lascada, e o Neolítico, ou Idade da Pedra Polida. No período que chamamos de Paleolítico vivia-se de forma nômade e foi quando se desenvolveram as primeiras ferramentas e utensílios para o uso nas atividades de caça e coleta. Foi também um período marcado pelo domínio do fogo e pelas primeiras manifestações artísticas e religiosas. Já o Neolítico foi marcado pelo início do sedentarismo que marcou o que Gordon Childe chamou de Revolução Neolítica ou Revolução Agrícola, que durou aproximadamente 10 mil anos e foi quando houve o domínio da agricultura e a domesticação de animais, bem como uma divisão social do trabalho nas comunidades.O domínio do fogo e o desenvolvimento de técnicas para construção de ferramentas foram fundamentais para o aumento populacional, para a sobrevivência humana e para o início do processo de sedentarização. Embora este período seja conhecido como pré-história, termo carregado de preconceitos, entende-se que havia uso de raciocínio lógico e da inteligência humana na forma de vida dos homens e mulheres da Idade da Pedra.ReferênciasCHILDE, Gordon. A evolução cultural do homem. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1975.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/pre-historia/idade-da-pedra/Arquivado em: Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Idade do BronzeHistória » Idade do BronzeCompartilhar no WhatsappPor Ana Luíza Mello Santiago de AndradeGraduada em História (Udesc, 2010)Mestre em História (Udesc, 2013)Doutora em História (USP, 2018)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: A Idade do Bronze foi o período que ficou conhecido pelo desenvolvimento de ferramentas e utensílios feitos com o bronze como matéria-prima. O bronze é a liga metálica feita a partir da junção de cobre com estanho que resulta em um material resistente e ótimo para produção de ferramentas.Este período compõe o que chamamos de Idade dos Metais, subdividida em Idade do Cobre, do Bronze e do Ferro. Este período faz parte do que conhecemos por pré-história, os tempos que precederam a Idade Antiga.Antes do domínio dos metais os homens e mulheres utilizavam a lapidação em pedras para produzir seus utensílios para uso cotidiano. Aproximadamente em 6.500 a.C., com a descoberta do cobre, os humanos passaram a utilizar os metais para produção de ferramentas e instrumentos, modificando as formas de viver e sobreviver no mundo. O domínio dos metais iniciou-se no Oriente Próximo e espalhou-se pela Europa. O bronze foi uma grande descoberta pois era mais duro e mais resistente que o cobre, fazendo com que seus instrumentos tivessem uma durabilidade maior.O início da Idade do Bronze ocorreu tanto na Grécia como na China por volta de 3.000 a.C., mas também se desenvolveu em outros locais como a Mesopotâmia e o Egito, marcos das civilizações antigas.O processo do domínio da liga metálica é marcado por rupturas e permanências. Por mais que houvesse o domínio de metais, o uso de utensílios em pedras foi bastante comum por muito tempo. O domínio de uma técnica não envolveu o fim da outra. Pedras e metais estiveram presentes na vida dos homens e mulheres concomitantemente e assim, a substituição da pedra pelo bronze se deu de forma processual.O manuseio das ligas metálicas fez com que pessoas passassem a trabalhar com os metais. É a atividade dos metalúrgicos que marca o início da Idade do Bronze, pois dominaram a técnica de misturar o estanho com o cobre formando a liga metálica que denomina o período. Essa atividade esteve presente em relações comerciais que envolviam, além dos metalúrgicos, artesãos e produtores que se encontravam nas cidades para realizar trocas de suas mercadorias. Assim, ferramentas e utensílios em bronze foram difundidas, assim como seu uso.Outro ponto interessante do manuseio de ligas metálicas como o cobre e o estanho é o fato de elas terem sido fabricadas conscientemente, o que demonstra que os homens e as mulheres deste período intencionalmente fabricavam o bronze, sabendo de sua durabilidade e qualidade para os materiais que produziam. O fabrico do bronze envolvia a extração do estanho, que devia ser fundido separadamente, depois adicionado ao cobre e por fim derretido em forno mantido por carbono.A adoção do bronze em diversas culturas se deu em diferentes tempos, ou seja, nem todas as culturas dominaram o bronze ao mesmo tempo nos diferentes espaços do globo. Se na Ásia central seu domínio se deu por volta de 2.000 a.C., na porção ao sul do Saara do continente africano o domínio do bronze não ocorreu, e a transição da Idade da Pedra se deu diretamente para o domínio do Ferro, sem a experiência com o bronze entre elas. Assim, o local e o tempo não foram sincrônicos no processo de conhecimento e domínio dos metais.Desta forma pode-se compreender que a chamada pré-história em nada tem a ver com aquilo que é anterior à história, mas sim – e somente – a experiência de homens e mulheres que precederam à escrita. Mas, não só de escrita a história dos homens e mulheres na terra é feita. Seus vestígios, como os deixados na Idade dos Metais, são testemunhos das ações humanas também.Referências:http://escola.britannica.com.br/article/480850/Idade-do-Bronzehttps://pt.wikiversity.org/wiki/Pr%C3%A9_Hist%C3%B3ria/Idade_do_BronzeTexto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/idade-do-bronze/Arquivado em: Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Idade do CobreHistória » Idade do CobreCompartilhar no WhatsappPor Pedro Eurico RodriguesMestrado em História (UDESC, 2012)Graduação em História (UDESC, 2009)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: A Pré-história é dividida em três períodos: o Paleolítico, o Neolítico e a Idade dos Metais. Neste último recorte há uma subdivisão pelos tipos de metais dominados pelos homens: Cobre, Bronze e Ferro.O cobre foi o primeiro metal a ser encontrado e utilizado para a produção de ferramentas, utensílios e armamento. O domínio do fogo desde o paleolítico foi crucial para a sobrevivência humana. Além de proteger do frio, a possibilidade de cozinhar alimentos evitou a contaminação pelo apodrecimento de carnes e vegetais. Mas, mais do que isso, o fogo foi utilizado para produção de ferramentas em metais a partir do processo de fundição.Inicialmente o cobre era moldado a frio, com o uso de martelos que davam a forma necessária. Com a metalurgia a produção de utensílios para o cotidiano se intensificou, mas os produtos feitos a partir de outras matérias primas – como madeira, por exemplo – não deixaram de existir. Assim, artefatos próprios para o dia-a-dia, como vasilhas e potes para armazenar comida. Essa foi uma prática que permitiu a garantia de alimentos por mais tempo por uma comunidade e o consequente crescimento populacional. Para se ter dimensão, as produções em metais ocupavam várias esferas da vida humana. Além da além dos utensílios para guardar alimentos, foram produzidas armas para a caça a animais e para defesa dos grupos, tendo em vista que muitos deles entravam em conflito; ferramentas próprias para a agricultura, como as enxadas. Tudo isso possibilitou, além do crescimento populacional, o desenvolvimento de ofícios.Dada a complexidade da extração de minerais e da sua transformação em materiais úteis para os grupos humanos pode-se perceber que foi necessário mobilizar um conjunto complexo de conhecimentos, como, por exemplo, conhecimentos do campo da geologia ao localizar e identificar os minérios, e do campo da química para conseguir reduzi-los no processo de fundição. Tudo isso nos mostra o quanto era preciso dominar e desenvolver conhecimentos para produzir materiais em metal.Para Gordon Childe a divisão pré-histórica em diferentes idades demonstra diferentes etapas econômicas, e para cada uma delas há uma nova forma econômica de organização das sociedades. O domínio do bronze, por exemplo, envolveu a existência de locais especializados para sua fundição e envolveu, provavelmente, um comércio bastante avançado. Além disso, para que um grupo da sociedade pudesse se dedicar à extração do minério foi preciso que o grupo já estivesse em estágio avançado, no sentido de conseguir produzir excedentes alimentares. Só assim um grupo poderia se dedicar a outra atividade que não fosse a produção de alimentos para a sobrevivência. Além disso, transportar os metais das encostas das montanhas, onde os metais são mais facilmente encontrados, exigia um trabalho organizado e dedicação. Tudo isso indica a formação de cidades populosas, que atingiram um nível considerável de complexidade, desenvolvendo atividades secundárias e o comércio.Assim, durante a Idade dos Metais, houve um importante crescimento populacional e uma diversificação das atividades. Não mais centrados em somente sobreviver, homens e mulheres passaram a exercer diferentes atividades, como o artesanato, o comércio, o transporte de metais, além da agricultura, do pastoreio e da caça, que já faziam parte das sociedades.A Idade do Cobre marca o início da Idade dos Metais. Inicialmente foi o primeiro metal a ser dominado pelos homens. Paulatinamente passou-se a fundir o cobre com o estanho, dando origem ao bronze, que marca a Idade do Bronze. Somente depois que se passou a utilizar o ferro, mais abundante, mais maleável e mais acessível.Referências:CHILDE, Gordon. Los origenes de la civilizacion. Fondo de Cultura Económica, Mexico, 1996.PINSKY, Jaime. As Primeiras Civilizações. São Paulo: Contexto, 2011.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/idade-do-cobre/Arquivado em: Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Idade do FerroHistória » Idade do FerroCompartilhar no WhatsappPor Ana Luíza Mello Santiago de AndradeGraduada em História (Udesc, 2010)Mestre em História (Udesc, 2013)Doutora em História (USP, 2018)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: A Idade do Ferro faz parte do que conhecemos como Idade dos Metais, que é subdividida em Idade do Cobre, Idade do Bronze e Idade do Ferro, marcando o fim do que chamamos de pré-história. Entretanto o termo pré-história é comumente utilizado para designar os povos e ações humanas no tempo anterior à escrita. Sabe-se, pelo estudo de artefatos e objetos deixados por estes povos, que não é possível considera-los apenas como pré-históricos. O termo carrega a ideia que a história só existe quando existe escrita e as ações dos homens na terra podem ser analisadas por outros meios que não só os documentos escritos, como é o caso dos grupos humanos que viveram no período denominado de Idade do Ferro.Ferramentas de ferro encontradas onde hoje é o Belarus. Foto: Dzmitry Samakhvalau / via Wikimedia Commons / CC-BY-SA 4.0Marcando a transição da história anterior à escrita ao que estabelecemos como Idade Antiga, a Idade do Ferro é precedida pela Idade do Bronze, o que significa uma alteração nas formas de vida e sobrevivência, marcados pelo domínio de técnicas para fundição do ferro e sua utilização em ferramentas e armas, utilizadas no cotidiano. O período que define a Idade do Ferro é estabelecido pelo primeiro surgimento que se tem acesso de sociedades com conhecimento do manuseio do ferro, datado de 1200 anos a.C., ou seja, no século XII a.C., nas regiões do Oriente Próximo e do Sudeste da Europa. Entretanto, a data de início do período varia em diferentes regiões pois depende de quando cada uma das sociedades dominou o ferro. No restante da Europa, por exemplo, a datação da Idade do Ferro é posterior.A Idade do Ferro marca, portanto, uma era arqueológica referente à utilização deste metal na fabricação de ferramentas e armas. A principal datação é a de que este período durou de 1.200 a.C. a 550 a.C. Entretanto já há indícios da utilização do ferro desde 3.200 a.C., mas sua larga utilização não se espalhou até o completo domínio da técnica fosse desenvolvido. Esta técnica envolvia a capacidade de fundição do minério de ferro; a remoção das impurezas; e a regulação da quantidade de carbono. Somente após o domínio desta técnica que utilização do ferro foi disseminada. Assim, mesmo que os primeiros artefatos encontrados no Egito datem de 3.200 a.C., eles não são suficientes para estabelecer o início da Idade do Ferro a partir deste século pois, até então, o bronze era o material mais utilizado para confeccionar as armas e ferramentas necessárias para estas sociedades.Assim, o ferro substituiu o bronze pois era mais facilmente encontrado e a durabilidade dos materiais confeccionados era maior. Não há, entretanto, nenhuma ruptura brusca que marque o fim da Idade do Bronze e o início da Idade do Ferro, e durante o início da última há uma certa continuidade com as culturas da primeira.No Oriente Próximo o ferro teve um uso limitado inicialmente, e era conhecido desde 3.000 a.C. como um metal precioso e raro. Somente séculos depois que o conhecimento do manuseio do ferro se difundiu e marcou a vida cotidiana dessas populações. Entre 1.200 e 1.000 a.C. o que se viu foi uma troca de conhecimento que se espalhou e que fez do ferro um metal utilizado para além da confecção de artefatos cotidianos mas também para feitura de adornos como joias.É o domínio do ferro que marca a transição da Idade do Bronze para a Idade do Ferro, pois, a partir do conhecimento técnico do seu manuseio novos artefatos puderam ser confeccionados. A arqueologia mostra que o desenvolvimento destas sociedades, mesmo que ágrafas, envolve ações de homens e mulheres no tempo e, portanto, são também históricas.Referências:https://global.britannica.com/event/Iron-Agehttp://www.bu.edu/anep/Ir.htmlTexto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/idade-do-ferro/Arquivado em: Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Idade dos MetaisHistória » Idade dos MetaisCompartilhar no WhatsappPor Pedro Eurico RodriguesMestrado em História (UDESC, 2012)Graduação em História (UDESC, 2009)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: O período que chamamos de pré-história é assim nomeado pois por muito tempo entendeu-se que a História era escrita a partir de documentos escritos. Essa visão é bastante questionada pelos historiadores atualmente, pois mesmo as sociedades que antecederam a escrita deixaram rastros de suas formas de vida, como é o caso dos grupos pré-históricos. Por muito tempo considerou-se os homens e mulheres dessas sociedades como primitivos no sentido pejorativo: como inferiores ou desprovidos de pensamento racional. Mas, como se sabe, os homens e mulheres do período pré-históricos desenvolveram diversas técnicas, dominaram a natureza, utilizaram racionalmente o fogo e desenvolveram técnicas para a agricultura. Cabe destacar: foram as sociedades pré-históricas que desenvolveram a tração animal, descobriram a roda, dominaram e utilizaram o fogo. Foram eles também que desenvolveram técnicas de agricultura que permitiram a sedentarização dos grupos humanos.A pré-história está dividida em três grandes períodos: o Paleolítico, ou Idade da Pedra Lascada, quando os povos eram nômades, viviam da caça e da coleta e dominaram o fogo; o Neolítico, ou Idade da Pedra Polida, quando iniciou-se a agricultura e os povos entraram em processo de sedentarização, e por fim a Idade dos Metais, marcada pelo desenvolvimento da metalurgia, das trocas comerciais e das primeiras cidades.A metalurgia foi uma atividade de crucial importância para a humanidade. A partir dela foi possível a fabricação de ferramentas e de armas em metais. A Idade dos Metais pode ser subdividida em três períodos: Idade do Cobre, Idade do Bronze e Idade do Ferro.A Idade do Cobre foi marcada, como o próprio nome denuncia, pelo uso do Cobre para a produção de ferramentas e armamento. Foi o ponto inicial da Idade dos Metais. Ao passo que os grupos humanos foram dominando novos materiais e novas técnicas, foram tornando-se mais complexas, o que permitiu, por exemplo, a criação de novos grupos sociais, que desenvolviam ofícios como os artesãos.A Idade do Bronze foi marcada pelo desenvolvimento de uma liga metálica de cobre com estanho, que origina o bronze, principalmente na região do Oriente Médio. Para chegar ao bronze foi necessário o desenvolvimento de diversas técnicas para sua produção. Por isso não se pode considerar os homens e as mulheres pré-históricos como pessoas desprovidas de razão: eles desenvolveram técnicas complexas e fundamentais para o desenvolvimento das sociedades. O uso de metais como o bronze também incentivou as trocas comerciais, mas não podemos homogeneizar: esse domínio se deu em diferentes tempos, nas diferentes regiões.Assim como a Idade do Bronze, a Idade do Ferro também se desenvolveu de formas diferentes em cada região e, portanto, as datas do domínio do minério variam. O Cobre e o estanho eram minérios difíceis de se extrair das jazidas e por tanto, eram bastante valorizados. A descoberta do ferro para a produção dos materiais foi impactante pois o ferro além de ser mais durável é também muito mais abundante, facilitando a produção de materiais. Além disso o ferro caracteriza-se por ser maleável. As descobertas arqueológicas apontam que as produções em ferro mais antigas estiveram localizadas na Anatólia (Ásia Menor) e no continente africano.O ferro passou então a ser dominante da confecção de ferramentas, armas e utensílios e paulatinamente substituiu o bronze, material mais caro, de extração mais difícil e de menor durabilidade.Leia também:Idade da PedraIdade do CobreIdade do BronzeIdade do FerroReferências:CHILDE, Gordon. Los origenes de la civilizacion. Fondo de Cultura Económica, Mexico, 1996.PINSKY, Jaime. As Primeiras Civilizações. São Paulo: Contexto, 2011.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/idade-dos-metais/Arquivado em: Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Migrações Pré-HistóricasHistória » Migrações Pré-HistóricasCompartilhar no WhatsappPor Saulo CastilhoMestre em História Comparada (UFRJ, 2020)Bacharel em História (UFRJ, 2018)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: A origem da palavra migração deriva do latim migratio, que significa deslocamento. As migrações populacionais fazem parte da história dos seres vivos que habitam o planeta, desde aves, peixes e mamíferos, como os Homo sapiens.O fato de existirem grupos humanos sedentários ou grupos migrantes não pode ser vista por uma perspectiva evolucionista, onde o nomadismo precede o sedentarismo, mas sim às condições encontradas por essas sociedades e as diferentes formas de lidar com elas.Durante milhões de anos e até o tempo presente existiram e existem grupos migrantes. Na pré-história, as migrações mais antigas que se tem registro datam de mais de 1,5 milhões de anos, com Homo Erectus. Posteriormente o Homo Heidelbergensis espalhou-se pelas massas terrestres conhecidas hoje como Eurásia e sul da ásia. Na Europa, essa migração deu origem ao Homo Neanderthalensis. Por fim, o primeiro grupo humano a ocupar praticamente todas as massas terrestres, com exceção da Antártida, foram os Homo sapiens.As migrações pré-históricas ocorreram por diversos fatores: busca de melhores condições, caçadas de grandes manadas, mudanças climáticas, guerras, etc.Início das migraçõesEssas transferências populacionais no período pré-histórico, apesar de serem motivadas por diversos fatores, estariam mais relacionadas com mudanças climáticas e com a procura por alimentos. Conforme a imagem abaixo demonstra, as migrações pré-históricas de Homo Sapiens se iniciaram no continente africano há 70 mil anos e foram se movimentando para a atual Europa e Ásia, seguindo para a América do Norte. Posteriormente, os deslocamentos foram se espalhando pelos demais territórios do continente americano.Movimentos migratórios. Mapa: NordNordWest / Wikimedia Commons / PDExistiram também outros grupos que foram diretamente para a Ásia em pequenas embarcações por volta de 50 mil anos atrás, alcançando as ilhas menores do Oceano Pacífico e o atual território da Austrália. Por conta de suas baixas temperaturas, o continente antártico não apresenta qualquer registro de ocupação humana e, consequentemente, migração.Novas pesquisasAs migrações são entendidas como um fenômeno de grande importância pois ajudam a explicar como o ser humano se adaptou fisicamente e biologicamente aos espaços que ocupava em um período de tempo remoto e sem maiores dados. No início do século XX, a antropologia e os demais campos das ciências humanas consideravam apenas um fluxo migratório saindo do continente africano e se espalhando ao redor do globo, que é o modelo que se conhece hoje em dia.No entanto, pesquisadores que buscam traçar os caminhos realizados por esses grupos podem ter confirmado recentemente que, ao contrário do que se imaginava, já existia um fluxo migratório a partir do território que hoje compreende a Austrália, tendo em vista a proximidade territorial dos continentes no período de tempo.A amostra de DNA extraído do cabelo de um jovem indígena, doado a um etnólogo britânico em 1923, mostra que cerca de 70.000 anos atrás os nativos australianos foram o primeiro grupo a se separar de outros agrupamentos humanos modernos. Isso desafia a teoria do estágio único da migração a partir do continente africano. Embora os grupos populacionais dessa época cruzem a Ásia e a Austrália, outros humanos permaneceram no norte dos continentes da África e do Oriente Médio até 24.000 anos atrás, antes de partirem para ocupar a Europa e o território asiático. Os resultados desta pesquisa foram uma nova compreensão sobre as rotas migratórias pré-históricas.Referências:Artigo “Mecha de cabelo pode desvendar mistério de migração humana a partir da Austrália”. https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2011/09/110923_aborigenes_imigracao_fn Acesso em: 08/10/2021.Artigo Pré-História e Migração do Homo Sapiens. https://www.kuadro.com.br/posts/resumo-teorico-pre-historia-e-migracao-do-homo-sapiens/. Acesso em 08/10/2021.Artigo Migrações pré-históricas e antigas. https://escola.britannica.com.br/artigo/migra%C3%A7%C3%A3o-humana/481905. Acesso em 08/10/2021.ELHAJJI, Mohammed. Mapas subjetivos de um mundo em movimento: migrações, mídia étnica e identidades transnacionais. Revista de Economía Política de las Tecnologías de la Información y de la Comunicación, v. 13, n. 2, mai./ago. 2011.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/migracoes-pre-historicas/Arquivado em: Antropologia, Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:NomadismoHistória » NomadismoCompartilhar no WhatsappPor Pedro Eurico RodriguesMestrado em História (UDESC, 2012)Graduação em História (UDESC, 2009)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: O nomadismo é uma forma de vida que esteve presente nos grupos humanos, especialmente antes da Revolução Agrícola. É uma prática humana de grupos que, ao invés de viverem fixos em um só local, espalham-se pelo território à procura de alimento. Sua caminhada gira em torno dos recursos naturais disponíveis: quando estes se esgotavam, moviam-se para outros locais. Entre 1 milhão de anos e 10 mil anos a humanidade viveu de forma nômade.Embora se compreenda que não é possível definir uma relação hierárquica entre os grupos nômades e os grupos sedentárias, é possível definir que a partir da vida fixa houve um aumento populacional, pois, as vidas nômades são mais instáveis no acesso à alimentação. Assim, a pré-história foi um período de grande incidência do nomadismo.Os nômades viviam da caça de animais e da coleta de frutos da natureza. Porém, ao longo do tempo, homens e mulheres foram desenvolvendo diferentes técnicas para suas atividades. Desta forma, se inicialmente caçavam pequenos animais, com o desenvolvimento de novas técnicas e utensílios passaram a caçar animais maiores, que auxiliavam na manutenção e sobrevivência do grupo.Em nossa sociedade atual é comum o estabelecimento de juízo de valor em relação aos grupos nômades, entendendo-os como menos racionais e, portanto, menos evoluídos. Entretanto, é preciso questionar esta linha de pensamento que atribui o domínio da natureza, ou seja, o domínio da natureza pela atividade humana, como um marco da racionalidade humana. Ora, é preciso compreender que mesmo as sociedades nômades utilizavam de racionalidade para desenvolver técnicas de caça e coleta, desenvolver instrumentos e habilidades para sustento e convivência em grupo, enfim, possuíam inteligência e raciocínio lógico.Ao passo que os grupos foram tornando-se sedentários foram também se tornando dependentes do trabalho coletivo. Seriam, portanto, os nômades mais livres que os sedentários? Embora os grupos nômades não tenham criado um sistema complexo de relações de trabalho, suas vidas eram pautadas pelas condições climáticas, pelo ritmo e necessidades do grupo, pela incidência de animais, dentre tantas outras questões. A liberdade, portanto, era também bastante limitada.Por não terem deixado bens materiais há uma interpretação errônea de que se tratavam de povos sem cultura. Entretanto, arqueólogos afirmam que suas vidas não giravam somente em torno da caça e da coleta ou das atividades com fim único da sobrevivência. Existiam formas de convívio social, lazer e rituais que marcavam a vida destes homens e mulheres.Há 10 mil anos iniciou-se a atividade agrícola, que se espalhou pelo mundo. A agricultura possibilitou a vida sedentária, o aumento populacional e o cultivo de alimentos que sustentavam um grupo durante todo o ano. A necessidade de cultivo fez com que se tornasse necessário o domínio dos rios e a construção de obras públicas, o que ocasionou em uma Revolução Urbana.O nomadismo foi a primeira forma de sobrevivência da humanidade, mas que durou milhares de anos e não deixou de existir com o início da agricultura. Os primeiros humanos surgiram em um ponto do continente africano, e, a partir dali, espalharam-se pelo globo. Mesmo a vida nômade passou por alterações significativas: inicialmente migravam com maior frequência em busca de água e comida. Com o desenvolvimento de técnicas e artefatos passaram a conseguir permanecer por mais tempo em uma determinada localidade e após cessarem-se os recursos, migravam novamente.O nomadismo existe até hoje em algumas regiões do planeta. Na foto, uma família nômade da Mongólia. Foto: Mehendra_art / Shutterstock.comReferência:PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. São Paulo: Contexto, 2011Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/nomadismo/Arquivado em: Pré-História, SociedadeEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Período EolíticoHistória » Pré-História » Período EolíticoCompartilhar no WhatsappPor Saulo CastilhoMestre em História Comparada (UFRJ, 2020)Bacharel em História (UFRJ, 2018)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: O chamado Período Eolítico, atualmente em desuso, foi considerado o primeiro período pré-histórico da humanidade, anterior à Era Paleolítica. Em suas investigações, os pesquisadores acreditavam que pequenas rochas encontradas desse suposto período teriam servido de instrumentos da espécie homo Erectus. Todavia, houve uma grande dificuldade em conseguir distinguir uma pequena pedra que sofreu interferência humana ou que tenha sofrido interferência animal. Outra hipótese que sustenta o erro na classificação desse período se deu por não ter sido encontrado nenhum vestígio rochoso que fosse considerado um objeto utilizado pelo homo Erectus quando este foi encontrado pela primeira vez.Homem de Java e o elo perdidoEncontrado na Ilha de Java no final do século XIX pelo paleoantropólogo e geólogo holandês Eugène Dubois, os restos mortais do que foi considerado nessa época o elo perdido para se entender a evolução humana foi datado com aproximadamente entre 2 milhões e 300.000 anos de idade do Pleistoceno inferior e médio.Com estrutura craniana proeminente e medindo entre 1,30 m e 1,70 m de altura de acordo com o fêmur achado, essa espécie é mais forte que o atual homem possuindo maior resistência física. Desde que foi descoberto, o homo Erectus passou a ser considerado pelos pesquisadores da época o ancestral direto do homo Sapiens justamente pela ausência de precisão nas análises realizadas.Ossos do Homem de Java, um dos primeiros fósseis a serem encontrados em escavações arqueológicas. Foto: Peter Maas / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 3.0O termo eolítico se fez presente nesse momento da arqueologia para tentar nomear uma antiguidade inédita. Acreditava-se que as pedras achadas faziam parte de algum artefato de mão ou de uma espécie de machado. Com isso, estaria evidenciado que os primeiros seres humanos desenvolveram um sistema de pensamento e técnica complexos a ponto de fabricar ferramentas que os auxiliaria nas atividades cotidianas.Dessa forma, os arqueólogos e geólogos concluíram que essas peças tinham sido produzidas no período pré-glacial, passando a utilizar o termo pré-paleolítico para datação e classificação. A expressão eolítico foi sugerida no século XIX pelo antropólogo francês Gabriel de Mortillet, que também denominou os artefatos de pedra achados de eólitos.A periodização eolítica também serviu para descrição de muitos itens encontrados que antes eram categorizados como pertencentes ao período pré-paleolítico. Os primeiros objetos a serem assim especificados foram encontrados em sítios arqueológicos na Europa no final da década de 1880.No entanto, ao examinarem com mais atenção os artefatos já encontrados, grande parte dos pesquisadores e analistas sobre o eolítico verificou que as datações estavam erradas pois foram marcadas de forma precipitada e sem o devido cuidado. Após essas análises, houve uma diminuição no uso do termo e na sua nomenclatura em materiais e pesquisas pré-históricas.Devemos levar em consideração que, por ser numa época onde o darwinismo social estava em evidência e ditava as regras de muitas pesquisas realizadas, este foi um grande fator para que a hipótese eolítica se mantivesse por alguns anos até ser contestada, corroborando para a teoria de gênese racial ao longo da evolução humana.Atualmente, há carência de artigos que abordam sobre a não utilização desse termo, mesmo com os motivos que corroboram para que caísse em desuso nos estudos arqueológicos e antropológicos sendo muito claros no meio científico.Referências:Artigo Homem de Java. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Homem_de_Java. Acessado em 22/10/2021.Etimologia da palavra Eolítico. Disponível em: https://www.dicio.com.br/eolitico/. Acessado em 22/10/2021.MACCURDY, George Grant. "Eolithic and Paleolithic Man." In: American Anthropologist, vol. 11, no. 1, 1909, p. 92-100. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/659742. Acessado em 23/10/2021.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/pre-historia/periodo-eolitico/Arquivado em: Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Período MesolíticoHistória » Pré-História » Período MesolíticoCompartilhar no WhatsappPor Saulo CastilhoMestre em História Comparada (UFRJ, 2020)Bacharel em História (UFRJ, 2018)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: O Mesolítico é considerado o tempo de transição entre os períodos Paleolítico e Neolítico, se estendendo de 13 mil a 8 mil a.C. e sendo marcado pelas alterações no clima e nas melhorias de vida dos seres humanos. É compreendido por uma época com profundas mudanças nas formas de subsistência humana e também conhecido como Idade Média da Pedra.No que diz respeito à cronologia, existe um debate entre especialistas sobre as datações utilizadas na pré-história. Pesquisadores sugerem que o Mesolítico durou de 13 mil a 8 mil a.C., enquanto outros propõem que seja delimitado entre 10 mil a 8 mil anos. Outro fator que é colocado em debate é o de que diferentes regiões do planeta não passaram por essa fase considerada como de grande transição na história, indo direto do Paleolítico para o Neolítico.Características do MesolíticoA transformação no meio ambiente é considerada por cientistas como a principal característica desse período, uma vez que as mudanças foram muito profundas a níveis geológicos. Por ser uma época que surge logo após a Era Glacial, foi nessa fase que ocorreu o nascimento das florestas, dos desertos e das estepes, fazendo com que alguns grupos humanos desenvolvessem o sedentarismo sazonal em regiões da Europa, por exemplo.Essa forma de nomadismo se dava por conta da alimentação. Os grupos ficavam por um tempo em determinado lugar até que a quantidade de alimento acabava, os forçando a buscar outras áreas que fornecessem alimento. A segurança também era um fator importante e que motivava alguns deslocamentos, uma vez havia o risco de que animais selvagens atacassem as aldeias.As mudanças climáticas ocorridas no Mesolítico trouxeram as primeiras plantações agrícolas, uma vez que o terreno passou a ser fértil para o cultivo com o crescimento de florestas e aberturas de rios. Ao se estabelecerem, os grupos humanos passaram a desenvolver melhores ferramentas se comparado com as lanças e outros objetos cortantes sofisticados.Expressões visuais na Pré-históriaNo final do período pré-histórico anterior ao Mesolítico, o Paleolítico Superior, novas formas de representações visuais surgiram. Figuras de animais, antropomórficas e pequenas figuras humanas eram esculpidas.Escultura encontrada em sítio arqueológico de Lepenski Vir (Sérvia), de quase 9.000 anos atrás. Foto: Petar Milošević / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 4.0É identificada também neste período uma arte rupestre mais sofisticada, com cenas de caça, de rituais e embates retratadas em pinturas feitas com pigmentos avermelhados ou pretos, feitos com frutas e madeira queimada. Nesses desenhos, se observa até mesmo imagens que remetem a encontros religiosos e com personagens em posições de poder.Para alguns arqueólogos, a mudança para o período Neolítico começou enquanto ainda vigorava o período Mesolítico. O surgimento da acumulação de bens e dos postos de chefia em agrupamentos, posteriormente transformou os grupos humanos em sociedades hierárquicas, com divisões de tarefas e com tomadas de decisões passando pela figura do líder que estava no poder naquele momento.A questão da caça trouxe, naturalmente, a domesticação de alguns animais, que auxiliavam nas buscas por alimentos. Por esses motivos, é considerado por muitos pesquisadores como o intervalo de tempo com mudanças mais significativas para a história da humanidade do que as outras fases pré-históricas.Referências:ZILHÃO, João. A passagem do Mesolítico ao Neolítico na costa do Alentejo. Revista Portuguesa de Arqueologia, v. 1, n. 1, p. 27-44, 1998.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/pre-historia/periodo-mesolitico/Arquivado em: Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Período NeolíticoHistória » Pré-História » Período NeolíticoCompartilhar no WhatsappPor Saulo CastilhoMestre em História Comparada (UFRJ, 2020)Bacharel em História (UFRJ, 2018)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Faça os exercícios!Ouça este artigo: O período Neolítico é o último dos grandes períodos pré-históricos antes da Idade dos Metais, indo dos anos 10 mil a 5 mil a.C. Também conhecido como Idade da Pedra Polida, pois foi nessa fase que as ferramentas foram produzidas, através do atrito.Com o final da Quarta Era Glacial, a água derretida das geleiras originou diversos rios, lagos e lagoas, trazendo fertilidade para o solo. Tal efeito fez com que o nível nutricional da terra aumentasse, possibilitando assim plantações de alimentos em grandes quantidades e favorecendo o surgimento das primeiras residências fixas.Conteúdo deste artigoCaça e colheitaOrganização SocialExpressões visuais do NeolíticoCaça e colheitaAo passar para o modelo sedentário, o homem neolítico foi observando que alguns alimentos poderiam ser armazenados por mais tempo, como foi o caso do trigo e do milho. Além destes, passaram a entender o cultivo de outras sementes. A domesticação de animais de médio porte, como o boi, começa nesta fase, em especial pela sua função no arado. Outros animais, como cães, eram utilizados na segurança ao redor dos assentamentos e nas caçadas.Os grãos eram moedas de troca e parâmetro de preços para diversos produtos, eram centrais para o funcionamento do sistema econômico. Transformações também ocorreram nas ferramentas utilizadas, com pedras mais polidas, objetos de caça com cabos feitos de madeira e arco e flecha.Organização SocialO surgimento de pequenas cabanas reunidas trouxe a aparição de aldeias, onde os grupos se ajudavam na alimentação em geral e na defesa contra animais selvagens que poderiam atacá-los. O acúmulo de bens era coletivo, o padrão de diferenciação social era através da designação de uma liderança.A fixação em uma única localidade trouxe diversos avanços para a sociedade neolítica. Uma mudança na forma de se vestir foi uma delas, uma vez que não era mais necessário o uso de peles de animais, por serem muito pesadas e reterem muito calor, um problema em temperaturas mais amenas. No lugar dessas peles, tecidos feitos à mão com fibras utilizadas nas lavouras passaram a fazer parte do vestuário de grande parte desses grupos, principalmente na Europa.Nesse período surge também uma das primeiras formas de divisão sexual do trabalho, onde cada gênero era designado para tarefas específicas. Para as mulheres, era designado o cuidado com a família, com os filhos gerados e com as colheitas. Aos homens, cabia as tarefas envolvendo a caça, a pesca e os demais afazeres externos, principalmente a segurança da aldeia.Diorama apresentando o modo de vida no período neolítico. Foto: Biswarup Ganguly / Science and Technology Heritage of India Gallery / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 3.0Expressões visuais do NeolíticoAs representações da vida coletiva passam a fazer parte das formas de expressão do período. Foi nessa fase que a cerâmica se desenvolveu, uma vez que já existiam pequenos objetos fabricados com material calcário. Os usos variavam desde armazenamento de grãos, demais produtos agrícolas e água, até em rituais religiosos primitivos com a arte ligada ao divino, cultuado em figuras femininas.Pesquisadores do período acreditam que os desenhos deixados nas paredes de cavernas e em pedras tinham a função de registrar os acontecimentos do que acontecia e para fins de contabilidade das colheitas e das trocas realizadas.Esta fase termina com o surgimento da escrita em algumas populações, que desenvolveram sistemas para expressar ideias, contabilizar colheitas e produtos que eram comercializados. Mesmo sendo melhor aprimorada nos anos seguintes, este foi um dos principais frutos do período.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/pre-historia/periodo-neolitico/Arquivado em: Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Período PaleolíticoHistória » Pré-História » Período PaleolíticoCompartilhar no WhatsappPor Saulo CastilhoMestre em História Comparada (UFRJ, 2020)Bacharel em História (UFRJ, 2018)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Faça os exercícios!Ouça este artigo: O Paleolítico corresponde ao período da pré-história que se iniciou há 2,5 milhões de anos atrás até 10.000 a.C., sendo a época onde os antepassados do atual homem moderno passaram a produzir objetos de pedra com pontas no seu cotidiano. Popularmente conhecido como Idade da Pedra Lascada, os seres humanos desta época são conhecidos por serem nômades e por ter uma alimentação baseada em animais selvagens e plantas silvestres, caracterizando-os como caçadores-coletores.Exemplo de pedra lascada ("biface") do Paleolítico utilizada como ferramenta e arma. Encontrada em Cintegabelle, França. Foto: Didier Descouens / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 4.0Fases PaleolíticasO termo surgiu pela primeira vez com o historiador John Lubbock, que introduziu este e a palavra neolítica pela primeira vez no cenário científico. Esse longo período da pré-história pode ser dividido em três fases onde cada um possui suas características particulares: Inferior, Médio e Superior.O Paleolítico Inferior se inicia no momento em que ocorre o desenvolvimento nos hominídeos conhecidos como homo Habilis e homo Erectus, ancestrais do homo Sapiens, sobre a capacidade de fabricarem utensílios e ferramentas para usarem em seu dia a dia. Teve duração entre 3 milhões a 250 mil anos passados.O Paleolítico Médio começa logo após, se estendendo de 250 mil anos passados até 40 mil anos passados. A principal marca desse período é o surgimento do homo Neanderthalensis, o homem de neandertal, que habitou a Eurásia no Paleolítico Inferior. Este espécime, que viveu na mesma época que o homo Sapiens, ficou conhecido por sua estrutura corporal com 1,70 m de altura, conseguindo reter maior quantidade de calor, o que possibilitou maior resistência a baixas temperaturas. Nesse período, pesquisas arqueológicas indicaram que o modo de vida dos antepassados do homem já estava mais aprimorado, com novos tipos de utensílios e com a descoberta e uso do fogo, sendo este último com início datado entre 100 mil e 50 mil anos atrás.O Paleolítico Superior é classificado como a última das três fases do período Paleolítico, durando entre 50.000 a.C. até 10.000 a.C. Por representar uma fase onde já existiam maiores achados arqueológicos de ferramentas, machados, anzóis, dardos, entre outros, os grupos humanos foram considerados cada vez mais complexos.Ilustração: Esteban De Armas / Shutterstock.comOs grupos populacionais tinham o costume de se deslocarem para encontrar alimentos, tornando-os assim nômades e sem moradia fixa. Procuravam se abrigar em cavernas que serviam de habitações por conta das temperaturas baixas do período. Nessa época também foram descobertas as primeiras formas de arte, com pinturas rupestres nas paredes de cavernas.De uma maneira geral, pode-se considerar o Paleolítico como uma época onde os seres humanos sobreviviam de caça e coleta para garantir sua alimentação, tendo por isso desenvolvido ferramentas capazes de capturar e cortar animais, quebrar frutas com casca dura, entre outros.Pintura rupestre presente em caverna de Altamira, Espanha. Foto: Museo de Altamira y D. Rodríguez / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 3.0ReligiãoNos anos finais desse longo período, pesquisadores apontam o surgimento das primeiras experiências religiosas, sendo assim uma crença primitiva. Com base principal no culto à figura feminina e ao poder de gerar vida, foram encontradas esculturas de mulheres com idade estimada entre 28.000 e 25.000 anos em escavações na região de Willendorf, na Áustria. Esculpidas em calcário oolítico, eram cobertas de pigmento vermelho simbolizando sangue, evidenciando a capacidade de gerar filhos, e com seios fartos, em referência à amamentação.Leia também:Arte no paleolíticoReferências:BAPTISTA, António Martinho; REIS, Mário. Prospecção da Arte Rupestre na Foz do Côa. Da iconografia do Paleolítico superior à do nosso tempo, com passagem pela IIª Idade do Ferro. 2008.IMBROISI, Margaret; MARTINS, Simone. Arte Rupestre em Altamira, Espanha. História das Artes, 2021. Disponível em: historiadasartes.com/sala-dos-professores/arte-rupestre-em-altamira-espanha/. Acesso em 03/11/2021.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/pre-historia/periodo-paleolitico/Arquivado em: Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Povos sambaquisHistória » Pré-História » Povos sambaquisCompartilhar no WhatsappPor Saulo CastilhoMestre em História Comparada (UFRJ, 2020)Bacharel em História (UFRJ, 2018)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Os Sambaquis são sítios arqueológicos construídos por populações litorâneas pré-históricas e seu estudo é considerado de grande importância para entender como as populações pré-históricas se organizavam nas mais diferentes formas. Por terem sido construídos próximos a locais de restinga, no litoral, os principais Sambaquis no Brasil se localizam entre as regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste. Sua estrutura é composta principalmente de conchas, moluscos e plantas rasteiras litorâneas.Os mais antigos sambaquis brasileiros datam de cerca de 10 mil anos e as escavações arqueológicas indicam que não havia apenas uma única função para essas construções. Na região Sul estão localizados os maiores sambaquis do país, com até 30 metros de altura e 500 metros de comprimento. Verdadeiros marcos na paisagem litorânea, os Sambaquis auxiliam no entendimento da vida social e cotidiana pré-histórica.Sambaqui de Santa Marta, em Laguna (SC). Foto: Ana Paula Cittadin / IPHANOs povos sambaquianosA palavra Sambaqui tem origem na palavra tupi “tambaqui”, que significa amontoado de conchas. Nestes montes, cada comunidade construía seus sambaquis de acordo com questões específicas, incluindo o descarte de materiais orgânicos como ossos de peixes e tubarões. Também são encontrados restos de fogueiras, facas, anzóis, arpões, moedores e machados pequenos. A presença de figuras geométricas, chamadas de zoólitos, em formatos de animais, confirma que as existências desses artefatos são evidências da presença de inteligência humana operante no momento em que foram pensados e fabricados.Esses montes, que dão nome ao tipo de população que residia em cima deles, comprova que os habitantes pré-históricos eram pescadores e coletores, consumindo frutos do mar e utilizando de seus restos para a construção dessas estruturas que posteriormente serviriam de habitação por serem altas e secas naquele ambiente litorâneo. Em alguns sambaquis foram encontrados até mesmo restos de esqueletos humanos, o que demonstra que essas estruturas também eram utilizadas para fins de rituais funerários.Por conta dos tamanhos, é considerado que esses povos tenham sido sedentários, uma vez que a construção de um sambaqui leva alguns anos até ser concluído. Outro fator que corrobora essa teoria é a densidade populacional confirmada nesse período. Estima-se que o número real de residências fixas seja maior que 90 por etnia em cada sambaqui. Também devemos levar em consideração que, por estarem no litoral, esses grupos foram os primeiros a terem contato direto com os colonizadores que chegaram à América. Com isso, o contato com o homem branco e suas doenças desconhecidas deve ser mencionado por ter sido um grande fator de extinção dessas populações.Fisicamente, esses povos tinham uma média de altura entre 1,60m e 1,50, com expectativa de vida entre 30 e 35 anos. Com a parte superior desenvolvida, estudos apontam que eram bom nadadores e remadores de pequenas embarcações. Outro ponto importante se dá pela análise utilizando as arcadas dentárias encontradas nas escavações, uma vez que o tártaro presente ajuda a encontrar vestígios de amido, que auxilia no entendimento da dieta desses grupos, e pedaços de fibras ao utilizarem os dentes como forma de cortá-las.Estudo dos Povos SambaquisA história dessas populações segue em constante investigação. Por englobar diversos fatores a serem analisados, são necessárias mais de uma área de pesquisa nas investigações, dentre elas os arqueólogos, historiadores, biólogos e geólogos fazem parte dos estudos envolvendo essas populações.O trabalho se baseia em coleta de evidências, escavações, georreferenciamento e delimitação de sítios arqueológicos. A estratigrafia também é importante para entender as camadas de terras e os componentes orgânicos e inorgânicos encontrados. Depois do trabalho de campo, as evidências recolhidas são levadas para laboratórios para demais estudos.Na década de 1990 houve uma ruptura com o que se conhecia dos povos sambaquieiros, trazendo novas interpretações para essas construções. Os Sambaquis são imprescindíveis para entender o passado e a evolução do homem e da sociedade, em especial nas Américas.Referências:DEBLASIS, Paulo et al. Sambaquis e paisagem: dinâmica natural e arqueologia regional no litoral do sul do Brasil. Arqueologia suramericana, v. 3, n. 1, p. 29-61, 2007.OKUMURA, Mercedes. Populações Sambaquianas Costeiras: saúde e afinidades biológicas dentro de um contexto geográfico e temporal. Tempos Acadêmicos, n. 11, 2013.SCHEEL-YBERT, Rita. Paleoambiente e paleoetnologia de populações sambaquieiras do sudeste do Estado do Rio de Janeiro. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, v. 9, p. 43-59, 1999.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/pre-historia/povos-sambaquis/Arquivado em: Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Pré-HistóriaHistória » Pré-HistóriaCompartilhar no WhatsappPor Pedro Eurico RodriguesMestrado em História (UDESC, 2012)Graduação em História (UDESC, 2009)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: O termo pré-história talvez seja um dos mais injustiçados de todo o conhecimento histórico. A expressão em si transmite a ideia de que pré-história é tudo aquilo que tenha vindo, supostamente, antes da História. Ou seja, antes dos primeiros registros escritos. A disciplina histórica, etnocêntrica e excludente, especialmente a parir do século XIX, definiu que a História deveria ser produzida com base em documentos oficiais, ou da burocracia geral do estado. Neste sentido as populações que não dominavam a escrita ficaram subalternizadas e foram por muito tempo consideradas irracionais ou pouco desenvolvidas. Desta forma como dar conta então de grupos e sociedades ágrafas e sem domínio da cultura escrita? Embora agrafes, não ficam de fora da História e tem seu lugar reservado nos estudos históricos. O acesso ao passado se dá pelo trabalho de arqueólogos, antropólogos, biólogos e paleontólogos em conjunto. O primeiro fóssil foi encontrado no século XIX, quando houve a definição de campos científicos como Antropologia, História, Arqueologia. Neste mesmo século criaram-se as primeiras instituições voltadas para o estudo da cultura material do passado remoto.Pinturas rupestres na Caverna de Magura, Bulgária. Foto: MilenG / Shutterstock.comOs estudos biológicos, arqueológicos e antropológicos definem que o gênero homo pode ser encontrado há 2,5 milhões de anos. O Homo habilis é o primeiro do gênero a ser definido e foi encontrado na parte oriental do continente africano. Foi o Homo habilis que iniciou a atividade de lascar pedras para a confecção de ferramentas e utensílios e marcou o início do que chamamos de Idade da Pedra, e, dentro deste recorte, do Paleolítico. Já o Homo erectus foi responsável pelo domínio do fogo e sua aparição data de aproximadamente 2 milhões de anos. Estes foram os primeiros a migrar para longe, e chegaram em locais fora do continente africano, caminhando em direção ao Norte, há aproximadamente 1 milhão de anos. Por fim os Homo sapiens datam de 500 mil anos e foram encontrados na Etiópia com datação de 160 mil anos. Já o Homo sapiens sapiens tem sua existência há 50 mil anos. Outras espécies foram registradas porém não sobreviveram, como é o caso do Homo sapiens neanderthalensis, ou o homem de Neandertal.Os grupos humanos pré-históricos deixaram rastros de sua existência, seja por meio da cultura material, seja pela expressão artística. A arte rupestre foi uma das formas de expressar o cotidiano por meio de pinturas e gravuras, deixadas na pedra, em paredes de abrigos e cavernas. Inicialmente as figuras representavam apenas animais e paulatinamente foram dominando a técnica e produzindo imagens mais complexas, chegando a representar também figuras humanas em atividades de rituais e de caça. Representavam o cotidiano dos grupos humanos. Outra técnica pré-histórica é o desenvolvimento da cerâmica. A transformação da argila em utensílio foi importante para esses grupos humanos pois a confecção de potes para conservação de alimentos foi crucial para o aumento demográfico. Além disso, neste tipo de materiais o cozimento de alimentos era possível e as carnes não eram mais consumidas cruas, diminuindo o índice de mortalidade.A pré-história foi, portanto, um período rico em atividade humana, diverso em diferentes experiências e que é caracterizado pelo desenvolvimento e sobrevivência do gênero Homo, sua difusão pelo globo e pelo domínio de tecnologias, como o fogo, técnicas de manuseio de materiais, como a pedra lascada e a pedra polida, e expressões artísticas como a arte rupestre.Leia também:Paleolítico - idade da pedra lascadaNeolítico - idade da pedra polidaIdade dos metaisPré-descobrimento do BrasilReferências:FUNARI, Pedro Paulo. A Arqueologia no Brasil e no mundo: origens, problemáticas e tendências. Cienc. Cult. [online]. 2013, vol.65, n.2, pp.23-25. ISSN 2317-6660.PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. São Paulo: Contexto, 2011.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/pre-historia/Arquivado em: História, Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Pré-história brasileiraHistória » Pré-história brasileiraCompartilhar no WhatsappPor Saulo CastilhoMestre em História Comparada (UFRJ, 2020)Bacharel em História (UFRJ, 2018)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: É denominada pré-história brasileira o período que compreende os séculos anteriores à ocupação dos primeiros colonizadores portugueses. Tal época também ficou conhecida como História Pré-cabralina e acompanha a evolução no território, que hoje compreende o Brasil, e de seus habitantes, permitindo assim descobrir e acompanhar o desenvolvimento de espécies e o surgimento de ferramentas que auxiliaram a existência desses grupos em um tempo remoto.A descoberta de formas de escritas utilizadas no período é considerada o principal ponto de partida de estudo dos arqueólogos. O descobrimento de diferentes sítios arqueológicos no Brasil possibilitou aos pesquisadores investigações mais precisas sobre o passado pré-histórico nas Américas. Novos estudos apontam que há cerca de 10.000 anos atrás, o território de brasileiro já era ocupado por diferentes populações de caçadores-coletores.A divisão do período pré-histórico brasileiro é diferente das fases utilizadas ao redor do mundo. Utilizando de Eras Geológicas, os pesquisadores definem dois grandes períodos de estudo: o pleistoceno, compreendendo 12 mil anos atrás, e o holoceno, de 11 mil anos atrás até a primeira embarcação portuguesa atracar em terras brasileiras em 1500.Evidências arqueológicas indicam que a ocupação na América iniciou há 22.000 anos atrás. No entanto, com o constante avanço do uso de novas tecnologias para análise de fósseis encontrados em escavações e com novas investigações, já se tem o conhecimento de estruturas ósseas com idade estimada em 44.000 anos.Conteúdo deste artigoSítios Arqueológicos BrasileirosLuzia e a Pré-História BrasileiraPovos SambaquianosSítios Arqueológicos BrasileirosAtualmente, o Brasil possui registrados aproximadamente 700 sítios arqueológicos protegidos por lei federal e sob o controle do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN), de acordo com último levantamento realizado. Dentre os mais conhecidos, o Parque Nacional da Serra da Capivara (Piauí), se destaca por ter a maior concentração de pinturas rupestres do mundo.Destacam-se também o Sítio Arqueológico do Lajedo de Soledade (Rio Grande do Norte), o Parque Nacional do Catimbau (Pernambuco) e o Sítio Arqueológico Pedra Pintada (Pacaraima, Roraima). Outros importantes sítios no Brasil são: Boqueirão da Pedra Furada (Piauí) e Santana do Riacho (Minas Gerais).Pinturas rupestres no Parque Nacional da Serra da Capivara (PI). Foto: Janine Moraes / Ministério da Cultura / CC-BY 2.0Luzia e a Pré-História BrasileiraNo sítio arqueológico de Lagoa Santa (Minas Gerais) foi descoberta um dos mais importantes achados da arqueologia mundial. O fóssil de Luzia, como foi nomeado, é considerado o mais antigo já encontrado em escavações e foi descoberto em 1975 por arqueólogos franco-brasileiros. Com idade próxima de 12.000 anos, o crânio encontrado no interior do estado mineiro trouxe novas questões sobre o processo de ocupação em território americano, uma vez que a teoria principal de imigração no período pré-histórico estabelece que a ocupação se iniciou pelo estreito de Bering e seguiu para o sul, levando alguns milhares de anos para ser concluída.Os traços de Luzia, por serem bem semelhantes aos traços negróides, trouxeram a suspeita de um fluxo migratório com origem no continente da Oceania. Através do estudo dos seus ossos e dos demais objetos encontrados, pesquisadores denominaram o “Povo de Luzia” os primeiros habitantes de tal região, descobrindo que eram coletores de frutos, vegetais e caçadores de animais de pequeno e médio tamanho.Crânio e rosto reconstituído de Luzia. Foto: Dornicke / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 4.0Povos SambaquianosSão os grupos que viveram em torno dos Sambaquis, grandes aglomerados de conchas e demais materiais orgânicos e não orgânicos próximos às regiões litorâneas, no período pré-histórico nacional. Com datações que variam de 6 a 3 mil anos atrás, esses grandes montes são utilizados por arqueólogos, geólogos e biólogos para as investigações sobre as formas de sobrevivência no passado.Por conter mais de um tipo de material em sua estrutura, os sambaquis contam com grandes possibilidades de estudo. Essas populações se alimentavam basicamente de frutos do mar e sementes pequenas, caracterizando-os também como coletores.Foram localizados sambaquis de até 30 metros de altura, tamanho que só seria possível com anos de sedimentos acumulados. Com isso, percebe-se que os povos sambaquianos foram sedentários e também por não se deslocarem a grandes distâncias para procurar alimentos. Outro fator atrelado aos sambaquis é o de rituais funerários e o uso dessas pequenas montanhas para enterro de corpos e descarte de objetos como pequenas lanças, pedras polidas e pedaços de carvão.Sambaqui de Santa Marta, em Laguna (SC). Foto: Ana Paula Cittadin / IPHANReferências:BARRETO, Cristiana. A construção de um passado pré-colonial: uma breve história da arqueologia no Brasil. Revista USP, n. 44, p. 32-51, 1999.FAUSTO, Carlos. Os índios antes do Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.Sítios arqueológicos no Brasil. Disponível em https://uc.socioambiental.org/noticia/183048. Acessado em 29/10/2021.TENÓRIO, Maria Cristina. Pré-História da Terra Brasilis. Rio de Janeiro: UFRJ, 1999.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/pre-historia-brasileira/Arquivado em: História do Brasil, Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Primeiros humanos na ÁfricaHistória » Primeiros humanos na ÁfricaCompartilhar no WhatsappPor Ana Luíza Mello Santiago de AndradeGraduada em História (Udesc, 2010)Mestre em História (Udesc, 2013)Doutora em História (USP, 2018)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: A diversidade do continente africano nos coloca uma série de possíveis respostas para o aparecimento dos primeiros humanos no planeta. A África é sem dúvida o continente mais antigo em todo globo terrestre, e sua paisagem mantém as formas geológicas que adquiriu até o presente. Com uma extensão territorial de mais de 30 milhões de km², este continente tem o equivalente a pouco mais de 20% da superfície terrestre. O continente é banhado por grandes volumes de água, ao norte pelo Mar Mediterrâneo, ao Leste pelo oceânico Índico e o Mar Vermelho, ao Oeste pelo oceano Atlântico. Esse conjunto possibilitou uma enorme diversidade ambiental, e foi onde ocorreu o longo processo da evolução humana.Devido às suas características geomorfológicas o continente africano foi uma paisagem favorável para a evolução humana. Foi o menos afetado durante o desprendimento das outras porções territoriais que deram origem à América, à Eurásia e à Antártida quando antes eram apenas um único continente - a Pangeia. Esta formação permitiu que as primeiras formas de vida ali se desenvolvessem. Há cerca de 70 milhões de anos os primeiros animais mamíferos surgiram, entre eles os prossímios e há 12 milhões de anos surgiram os primatas que dariam origem aos macacos atuais e aos hominídeos, os ancestrais mais antigos do gênero Homo. Estes primatas, segundo os paleontólogos, eram vegetarianos e andavam sobre quatro patas.Somente há 3,5 milhões de anos surgiria o primeiro elo que levaria à espécie humana, o Australopithecus afriucanus, que foi descoberto em 1924 pelo cientista Reymond Dart, na África do Sul. Um fóssil mais completo do gênero, da espécie A. afarensis, foi descoberto por Yvens Coppens, 50 anos depois, em 1974 em Afar, na Etiópia e ficou conhecido como Lucy. Os australopitecos, assim como Lucy, tornaram-se bípedes, que para o processo de hominização foi um ganho muito significativo, pois além de se locomover por distâncias maiores, os primeiros hominídeos puderam carregar objetos e filhotes, facilitando a conservação da espécie. Este processo de usar as mãos constantemente fez mais tarde que os humanos desenvolvessem o movimento de pinça que possibilitou não só segurar objetos como fabricá-los.Há 1,5 milhões de anos surgia no continente africano o Homo habilis, primeiro no gênero Homo. As habilidades do bipedismo e a construção de ferramentas a partir de ossos de animais e pedras, possibilitaram-no explorar o meio a sua volta. Isso tudo se deu graças ao aumento da sua caixa craniana e consequentemente o aumento do seu cérebro. O Homo habilis era caçador e conquistava suas presas se articulando em grupo, o que provavelmente possibilitou as primeiras tradições sociais. Do mesmo modo que a fala, houve a necessidade de uma comunicação verbal para transmitir conhecimentos prévios. Foi este gênero que conseguiu manipular, pela primeira vez, segundo arqueólogos, o fogo. Este avanço possibilitou ingerir alimentos mais facilmente, bem como afugentar animais perigosos, aquecer-se e até mesmo fabricar armas mais eficientes.No Paleolítico, situado entre cerca de 2,4 milhões e 12 mil anos, a África foi palco de diversos grupos humanos, entre caçadores e coletores, que usavam diversos artefatos. Por volta de 1 milhão de anos atrás é que estes grupos resolveram explorar outros territórios, como a Ásia e a Europa, levando sua base cultural originária na África. Neste período, acerca de 200 mil anos, surge o Homo sapiens que se aproximava do negro-africano atual. Foi a espécie que mais se adaptou aos climas variados da terra, gerando adaptações como a cor da pele; afinar e aumentar o nariz; pelos e gorduras corporais; Desta forma podemos verificar que os homens e as mulheres modernos(as) tem suas raízes mais profundas na África.Referências:PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. 25 ed. São Paulo: Contexto, 2011.MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Contexto, 2013.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/primeiros-humanos-na-africa/Arquivado em: Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Primeiros povos da ÁfricaHistória » Primeiros povos da ÁfricaCompartilhar no WhatsappPor Saulo CastilhoMestre em História Comparada (UFRJ, 2020)Bacharel em História (UFRJ, 2018)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: O território africano, devido à sua diversidade do ponto de vista físico, foi cenário do surgimento de culturas complexas e sociedades pluralizadas. Há no continente africano savanas, florestas, desertos, estepes, além das grandes bacias fluviais formadas pelos rios Nilo, Niger, Zaire e Congo, o maior de todos.Por sua vez, o deserto do Saara atuou como uma espécie de divisor geográfico no continente, de maneira que separou populações saarianas e subsaarianas. Ao longo do vasto território africano surgiram povos com características culturais, atividades econômicas, reinos e impérios diversificados.Em torno do Rio Nilo houve a expansão da cultura agrícola e da domesticação de animais. Isso se deu devido à abundância de água e às cheias do grande rio, propiciando a atividade agrícola nas margens. A proximidade com a região da Mesopotâmia e a semelhança do clima dessa região gerou, portanto, o desenvolvimento de sociedades como os núbios, os egípcios e os númidas.Os núbios eram povos antigos do Alto do Nilo, nos limites do atual Egito e do Atual Sudão. Alguns historiadores como o Dr. Cheikh Antah Diop (1923-1986), defenderam que os núbios, também conhecidos como etíopes, influenciaram as culturas do delta do Nilo, faraônica. Isto porque a maioria dos deuses egípcios têm em suas origens expressões derivadas dos núbios. Vestígios arqueológicos indicam diversas missões militares enviadas pelos egípcios as terras dos núbios entre 3000 a. C e 1650 a. C, quando finalmente conquistaram o reino de Cuxe.A organização social egípcia girava em torno da figura do faraó, considerado rei e Deus, senhor absoluto que centralizava o poder estatal. O faraó detinha a posse das propriedades de plantio, e as distribuía aos sacerdotes e chefes militares, que constituíam uma pequena elite. O restante da população, a maior parte, plantava e participava da construção de obras públicas, em regime de trabalho servil. Havia ainda, mas em menor número, os escravizados; estes eram os indivíduos prisioneiros de guerras ou possuidores de dívidas em relação ao Estado.Grande parte dos vestígios sobre o Egito antigo foi conservada nas tumbas dos faraós, localizadas nas pirâmides e em outros sítios arqueológicos. Múmias, jóias, objetos diversos e pergaminhos egípcios estão espalhados em museus ao redor do mundo, em especial nos países Europeus e nos Estados Unidos. Uma grande parte dos objetos saiu das tumbas nas mãos de ladrões e aventureiros.A sociedade númida ocupava uma região importante localizada na estratégica rota de comerciantes da península arábica. Por conta disso, os núbios intermediavam o comércio dos produtos que partiam da Ásia, além de praticarem a agricultura e a pecuária. Por conta da proximidade com as terras do Egito, os núbios foram fortemente influenciados pela cultura egípcia e submetidos às suas organizações sociais.Devido ao processo de ressecamento do Saara, ocorrido em 2000 a.C, o deslocamento de populações em busca de água e alimento foi inevitável. Neste sentido, o contato entre grupos provenientes do norte do continente e povos do Mediterrâneo possibilitou uma rica mistura cultural.Neste contexto de transição para o norte da África, os saarianos encontraram os povos berberes, ocupantes da costa mediterrânea. A miscigenação entre estes dois grupos deu origem a vários povos que estabeleceram-se na região e passaram a praticar atividades típicas de sociedades nômades, como o pastoreio e comércioOs povos nômades não organizavam formas permanentes de Estado; apesar disso, possuíam grande importância política e econômica, por conta da intermediação comercial e cultural que proporcionavam. Por outro lado, o historiador Roland Oliver considera as caravanas desses povos nômades “organizadas como um reino em movimento”. (OLIVER, 1980, p. 149). Por meio de rotas comerciais dos povos nômades foi estabelecido o comércio de ouro, sal, pimenta, essências, tecidos e, claro, escravizados entre povos subsaarianos e berberes.Leia também:Primeiros povos da ÁsiaPrimeiros povos da AméricaPrimeiros povos da EuropaReferências:DIOP, Cheikh Anta; COOK, Mercer. The African origin of civilization: Myth or reality. Chicago Review Press, 2012 [1974].ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA, The Editors. “Nubia”. Encyclopaedia Britannica. Disponível em:https://www.britannica.com/place/Nubia. Acesso em: 26/11/2021.FERNANDEZ-ARMESTO, F. Então você pensa que é humano?: uma breve história da humanidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.MORAES, José Geraldo Vinci de. História Geral e Brasil: ensino médio: volume único. 3.ed. Atual. São Paulo, 2009.OLIVER, Roland. Breve história da África. Portugal/; Livraria Sá Costa, Portugal, 1980.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/primeiros-povos-da-africa/Arquivado em: Pré-HistóriaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Primeiros povos da AméricaHistória » Primeiros povos da AméricaCompartilhar no WhatsappPor Saulo CastilhoMestre em História Comparada (UFRJ, 2020)Bacharel em História (UFRJ, 2018)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Faça os exercícios!Ouça este artigo: As primeiras sociedades do continente americano, também chamadas pré-colombianas, são propriamente aquelas que ocuparam e desenvolveram-se nesta região no período anterior à chegada dos europeus. É importante ressaltar a diversidade desses povos, para que sejam compreendidas as diferentes características e formas de organização de cada grupo. As distintas realidades ambientais, sobretudo, condicionaram os modos de vida dessas sociedades.A teorias acerca do povoamento da América relacionam-se à ideia de que esses primeiros habitantes seriam nômades, isto é, deslocavam-se de um lugar para o outro caçando grandes manadas de animais.A teoria cientificamente mais aceita é de que, por conta do fenômeno da glaciação, houve a possibilidade de imigração entre os continentes asiático e americano. Os povos teriam chegado à América do Norte por meio de uma ponte natural formada de gelo, no Estreito de Bering (entre a Sibéria e os EUA).Mapa ilustra o caminho percorrido pelos primeiros humanos na América. Ilustração: Roblespepe / via Wikimedia Commons / CC-BY-SA 3.0A arqueologia foi fundamental para que o acesso a artefatos e vestígios (datados de 11.500 a 12 mil anos) fosse possível. Estudiosos traçaram, por meio destes artefatos, semelhanças entre os habitantes das américas e os da ásia. Há, no entanto, outra teoria, a partir de vestígios encontrados no Brasil e na América do Sul, de que teriam ocorrido diversas ondas migratórias no processo de povoação da América vindas da África e da Oceania. Povos teriam migrado gradativamente em direção à América do Sul utilizando embarcações, por volta de 30 mil anos atrás.Em 1975, na região brasileira de Lagoa Santa (MG), arqueólogos encontraram um fóssil que foi batizado de Luzia, datado de mais de 12 mil anos. Este fóssil permitiu o desenvolvimento da segunda teoria, visto que a presença de traços negróides, indicava a possibilidade de ocupação africana e australiana nas américas

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estratégicos, os estadunidenses apoiaram com empenho crescente grupos armados e revolucionários no Afeganistão, em Angola, em Camboja e na Nicarágua. A assistência foi muito grande para se combater governos socialistas e comunistas. Ajudas financeiras e técnico-militares foram fundamentais para fazer crescer os grupos anti-comunistas nos respectivos locais. Entretanto passada a Guerra Fria e anos após tais movimentos, os Estados Unidos sofrem hoje com ações terroristas desses mesmos grupos que armaram anteriormente e que hoje são contra os costumes ocidentais. O caso mais emblemático é o do Afeganistão, terra do terroristas Osama Bin Laden que usara o dinheiro dos Estados Unidos para ampliar o arsenal contra os soviéticos na década de 1980 e hoje o utiliza contra os estadunidenses.A Doutrina Reagan faz parte de uma tradição muito marcante dos Estados Unidos que é o fato de estabelecer a paz através da força. Foi fundamental para a derrocada da União Soviética e o triunfo da ideologia capitalista.Fonte:KARNAL, Leandro. A História dos Estados Unidos. Editora Contexto, 2007.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/doutrina-reagan/Arquivado em: Estados Unidos, Idade ContemporâneaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Embargo dos Estados Unidos a CubaEconomia » Embargo dos Estados Unidos a CubaCompartilhar no WhatsappPor Felipe AraújoEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Conhecido em Cuba como "el bloqueo", o embargo dos Estados Unidos em relação a Cuba consiste em uma interdição de caráter econômico, financeiro e comercial imposta pelos EUA ao governo cubano no ano de 1962. Posteriormente, o bloqueio tornou-se lei no começo dos anos 90.O então presidente Bill Clinton, no ano de 1999, aumentou a proibição comercial entre as duas nações ao limitar as comercializações de filiais estrangeiras de empresas americanas com Cuba em setecentos milhões de dólares por ano. Com a ampliação do esquema de interdição, o embargo a Cuba é considerado um dos mais longos do mundo contemporâneo.Porém, o embargo não impede completamente que os EUA relacionem-se com a economia cubana. A partir do ano de 2000, a exportação de alimentos norteamericanos para Cuba teve autorização com a condição de que o pagamento fosse realizado sempre à vista, sendo que os produtos deveriam ser pagos antes que as embarcações saíssem dos portos dos Estados Unidos. Desta forma, os EUA tornaram-se o 7º exportador de produtos alimentícios para Cuba, levando-se em consideração a ajuda humanitária.Na comunidade internacional, o embargo dos Estados Unidos a Cuba é um assunto bastante delicado e gera controvérsias, além de não ser apoiado pelas Nações Unidas. Em 2007, na Assembleia Geral das Nações Unidas, o embargo dos Estados Unidos a Cuba foi condenado pela décima sexta vez. Na ocasião, os países que se demonstraram favoráveis ao embargo foram os seguintes: EUA, Ilhas Marshall, Palau e Israel. Com este resultado, a Organização das Nações Unidas pediu pela "finalização do embargo financeiro, comercial e econômico dos EUA em relação a Cuba da forma mais rápida possível". Porém, apesar de influenciar a opinião pública em escala mundial, a proposta da ONU não pode ser legalmente imposta contra os Estados Unidos, tornando-se mais uma ação teórica e sem aplicação da ONU.A interdição sofre críticas até mesmo dos que são contra o regime socialista cubano. Para eles, o embargo mais ajudou Fidel Castro do que qualquer outra coisa, pois lhe proporcionou uma desculpa para os reais problemas da ilha. Homens de negócios e empresários afirmam que, ao coibir as relações comercias entre Estados Unidos e Cuba, outros países podem levar vantagens caso o embargo seja suspenso, justamente por já conhecerem melhor o funcionamento da economia cubana . Outra razão alegada pelos contrários à medida é que, ao isolar Cuba, as relações dos EUA com as nações latino-americanas são prejudicadas, podendo endossar a criação de um bloco contra os Estados Unidos.Fontes:http://pt.wikipedia.org/wiki/Embargo_dos_Estados_Unidos_a_Cubahttp://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/25433/governo+dos+estados+unidos+mantera+embargo+a+cuba+diz+porta-voz.shtmlhttp://www.brasil247.com/pt/247/poder/93967/Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/economia/embargo-dos-estados-unidos-a-cuba/Arquivado em: Economia, Idade ContemporâneaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Emenda PlattHistória » Emenda PlattCompartilhar no WhatsappPor Tiago Ferreira da SilvaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: A Emenda Platt foi um dispositivo Constitucional assinado pelo Senado norte-americano em 1901, para garantir que os Estados Unidos pudessem intervir política e militarmente na ilha de Cuba.No final do século XIX, após a independência, os norte-americanos trataram de se livrar dos interesses comerciais europeus para conquistar de vez a hegemonia no continente.Com políticas articuladas, os Estados Unidos apoiaram a descolonização dos países vizinhos para tê-los como aliados e atingir seus interesses geopolíticos e econômicos de forma efetiva.Com Cuba não foi diferente. Em 1898, o intelectual José Martí liderou um processo de independência da ilha, que estava sob domínio da Espanha. Ágeis, os governantes dos Estados Unidos viam na ilha uma grande possibilidade de expansão comercial e apoiaram os cubanos na expulsão dos espanhóis.Os norte-americanos venceram e impuseram a assinatura do Tratado de Paris, que dava aos Estados Unidos o direito de controlar Cuba.Antes de elaborar uma Constituição cubana, os Estados Unidos elaboraram a Emenda Platt para garantir que a ilha estaria sob seu controle total, com o argumento de que, desta forma, Cuba estaria ‘protegida’ das invasões europeias.A Emenda Platt deixou Cuba sob domínio norte-americano até 1933, ano em que o soldado e ditador Fulgêncio Baptista assumiu o governo cubano pela primeira vez.Segundo Fidel Castro, socialista que derrubou a ditadura de Baptista em 1959, a emenda determinada pelos Estados Unidos só contribuiu para a intensificação do colonialismo econômico da ilha.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/emenda-platt/Arquivado em: Cuba, Estados Unidos, Idade ContemporâneaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Era da InformaçãoSociedade » Era da InformaçãoCompartilhar no WhatsappPor Felipe AraújoEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: A Era da Informação tem início nos últimos anos do século XX. Ela parte do princípio da substituição da cultura material pelo avanço do segmento informacional que advém das novas tecnologias. Este período de revoluções no campo técnico engloba os avanços nas telecomunicações, na computação – incluindo softwares e hardwares – e na microeletrônica. Com a interconexão entre estas ferramentas veio à tona o progresso em campos como transportes, produção industrial, medicina e fontes de energia.Alguns especialistas integram na Era da Informação também a engenharia genética. Isso ocorre devido ao fato de que, na década de 1990, campos como o da informática, da biologia e da eletrônica criaram uma interlocução entre suas aplicações. Além disso, os genes são considerados códigos de informação que passaram a ser decodificados, manipulados e até mesmo reprogramados.Ilustração: rzoze19 / Shutterstock.comEsta expansão dos limites tecnológicos, antes somente operados por profissionais especializados, deu-se por meio de uma interface simples e, assim, ampliaram-se as possibilidades de acesso. Com uma linguagem em comum para seu próprio armazenamento, recuperação, processo e transmissão, a Era da Informação realizou a concepção de um mundo digital que, segundo os preceitos da Quarta Revolução Industrial, integra-se cada vez mais ao real devido ao avanço da tecnologia 5G.Outro termo usual para se referir a estes avanços no campo tecnológico é Era Digital. O virtual, a troca de milhões de dados diariamente através do ciberespaço são os elementos principais desta revolução. Neste aspecto, a informação apresenta-se com igual importância ao que foram as fontes de energia para as revoluções industriais anteriores. Assim como os recursos naturais, as ferramentas da tecnologia da informação e, mais do que isso, os dados das pessoas, passam a ser disputados globalmente como forma de poder geopolítico.O sociólogo espanhol Manuel Castells afirma que a Era da Informação é um evento histórico com a mesma importância da Revolução Industrial do século XVIII, pois ocasionou uma alteração em campos como cultura, sociedade e economia. Em seu livro, “A Sociedade em Rede”, Castells coloca a relevância desta nova era no campo da informação não somente com foco no conhecimento de dados, mas na aplicação do know-how que o origina.Para ele, as descobertas no segmento geram um ciclo que se retroalimenta. Neste sentido, o usuário de uma tecnologia primeiramente aprende por meio da utilização, depois passa a configurar as redes e descobrir aplicações novas.Este fenômeno pode ser observado em um dos subprodutos notáveis da Era da Informação: as mídias sociais. A partir do início de seu funcionamento na primeira década do século XXI, os usuários passaram por um processo de transformação. Primeiramente utilizadores, tornaram-se produtores e modificadores de conteúdo ao longo do tempo, criando uma troca constante e massiva de dados entre as redes e as pessoas.O indivíduo passou a ser, desta forma, também produto, ou seja, um ativo das companhias que gerenciam as redes sociais, haja vista que sem a sua interação, estas empresas simplesmente inexistem.Este fenômeno é apontado por alguns especialistas. As críticas são a respeito da intromissão das grandes companhias do gênero nas esferas particulares dos usuários. Ocorre, assim, uma crise entre o público e o pessoal e são levantadas questões sobre os limites entre o real e o digital.Derivado de uma pesquisa envolvendo especialistas da área, um paradigma tecnológico foi apontado na Era da Informação. Ele diz respeito a algumas características problemáticas do funcionamento entre a tecnologia e os indivíduos. Entre elas, as mais notáveis são: a penetrabilidade dos efeitos das novas tecnologias, que poderiam moldar processos individuais e coletivos, e o que diz respeito à lógica das redes, que implica no crescimento exponencial da tecnologia e um possível panorama de exclusão digital.Este processo poderia gerar contradições devido às interpretações do algoritmo aliadas aos problemas em sociedades nas quais o avanço tecnológico não caminha em paralelo à compreensão dos cidadãos, mas parece refrear o desenvolvimento referente a questões que envolvem a ética.Fontes:CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.https://pesquisa-eaesp.fgv.br/publicacoes/pibic/etica-na-era-da-informacaohttps://www.senior.com.br/blog/tecnologia-o-uso-de-drones-na-industria-4-0https://fia.com.br/blog/era-da-informacao/Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/sociedade/era-da-informacao/Arquivado em: Idade Contemporânea, Informática, SociedadeEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Era das LetrasHistória » Era das LetrasCompartilhar no WhatsappPor Felipe AraújoEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Durante o século XVIII, o continente europeu passou por um processo de grande disseminação de ideias que foi chamado, por alguns historiadores, de Era das Letras. Naquela época, concentrada em países como Inglaterra, França e Estados alemães, a atividade intelectual começa a dar valor a algo chamado “luz da razão”, que seria o caminho a ser seguido para se chegar perto da verdade. Tal movimento foi nomeado como Iluminismo e contava com estudiosos nas seguintes áreas: filosófica, científica e literária. Desta forma, o século XVIII tornou-se o chamado “Século das Luzes”.Uma das principais características deste período era a discussão entre os intelectuais e os diferentes pontos de vista que apresentavam sobre variados temas. Apesar disso, em alguns aspectos, havia uma concordância generalizada. Entre as características do Iluminismo, estavam: estimular o conhecimento através da divulgação de ideias em literatura mais acessível e impulsionar o desenvolvimento dos meios de comunicação daquela época. Palco de grandes discussões intelectuais, os panfletos, livros, revistas, folhetins, jornais e outras publicações começam a publicar assuntos polêmicos. Com isso, tinham o objetivo de modificar a realidade através dos pensamentos.Séculos antes havia ocorrido a Revolução Científica, quando a Ciência desatrelou-se da Filosofia e tornou-se um conhecimento mais prático e estruturado, e as obras de cunho político de Locke, Hobbes e Maquiavel já tinham sido escritas. Na Era das Letras, com o Movimento Iluminista, houve secularização do pensamento, do movimento científico e das ideias destes intelectuais.Desta forma, com o conhecimento adquirido através da razão, sendo ela a maior autoridade, as crenças e práticas derivadas da religião, que eram tidas pelos iluministas como superstições, começam a sofrer uma série de críticas. Porém, não se pode dizer que o materialismo e o ateísmo eram as principais bases do pensamento dos iluministas. Para estes pensadores, o cristianismo reduzia-se a uma crença nos ensinamentos de Cristo. Entretanto, por causa de algumas ideias iluministas sobre a religião, diversos intelectuais acabaram sendo perseguidos.Um deles foi Voltaire, filósofo, deísta, escritor e ensaístas de origem francesa que foi autor de comédias e sátiras ao clero. O pensador foi preso diversas vezes e teve suas obras apreendidas no Antigo Regime. Entre seus livros proibidos naquela época, destacam-se Dicionário Filosófico e Cartas Inglesas. Outro intelectual controverso do Iluminismo foi Jean-Jacques Rousseau, que estabeleceu o conceito de “vontade geral”, regra que funcionaria como um princípio primeiro da economia e do governo.Entre outras ideias que ganharam força com o Iluminismo, estão: separação entre Estado e Igreja (influência de John Locke), estabelecimento de leis justas e a separação entre os poderes Judiciário, Executivo e Legislativo (Barão de Montesquieu na obra Do Espírito das Leis).Fontes:http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=156915http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_cient%C3%ADficahttp://pt.scribd.com/doc/32200585/Trabalhos-apresentados-na-7a-semana-pedagogica-da-fafipar-paranaguaTexto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/era-das-letras/Arquivado em: Idade ContemporâneaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Era das RevoluçõesHistória » Era das RevoluçõesCompartilhar no WhatsappPor Felipe AraújoEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Nos primeiros 50 anos do século XIX, ocorreram várias transformações na parcela ocidental do mundo. A indústria e as comunicações mostraram crescimento significativo. Outro setor que cresceu foi o militar, em que a oportunidade de seguir carreira no exército era uma grande atração para a juventude da plebe, influenciada pela filosofia liberalista. Naquele momento houve também um processo de expansão da educação primária pública e aumento da população que habitava as principais cidades.Com este advento, as pessoas que viviam na cidade começam a ter mais acesso à cultura e participar mais ativamente de questões referentes à sociedade. Além disso, este fenômeno ganha maiores proporções com as publicações de imprensa, que fomentavam a opinião pública. Desta forma, alguns grupos com ideais liberais iniciam movimentos de contestação à Santa Aliança, que tinha o objetivo de conter os ideais disseminados pela Revolução Francesa. Gradualmente, os liberais, anteriormente vistos como subversivos, começam a ter suas ideias vistas como justificáveis, endossando as revoluções que estavam por vir. Sob este ponto de vista, o povo europeu começa a ver as autoridades e monarcas que não se submetiam as leis, como tiranos.De acordo com Eric Hobsbawm, historiador marxista britânico, esta primeira etapa do século XIX é considerada a Era das Revoluções justamente pela disseminação de ideais de liberdade por grupos organizados na Europa. Eles defendiam temas como direitos humanos, igualdade entre os cidadãos e soberania da população. Influenciados pela Revolução Francesa, ativistas de cunho nacionalista e liberal acirravam a revolução permanente. Naquele momento, ocorriam movimentos importantes como guerras pela independência nacional das colônias na América Latina, entre outros levantes.No que se refere aos países da Escandinávia, Grã-Bretanha e Países Baixos, ocorreram disputas acirradas dentro dos parlamentos. Porém, no período que engloba os anos de 1815 e 1848, foram realizados conflitos contundentes na Era das Revoluções. Do início destes confrontos até 1829 destacam-se os movimentos liberais que organizaram levantes na região mediterrânea da Rússia. No ano de 1825, os “dezembristas” iniciaram uma insurreição liberal.Em 1830, ocorrem as Ordenações de Julho, feitas por Carlos X, que dissolveu a câmara liberal recentemente eleita, censurando a imprensa e as novas atribuições do sufrágio. Desta forma, uma revolução explodiu em Paris e os franceses conseguiram, após diversos embates, fazer com que Carlos X abdicasse. Assim, a alta burguesia, que era a favor da monarquia constitucional, dá o trono a Luís Filipe, conhecido como duque de Orleans. Essa revolução na França ecoou em outros países como a Bélgica, que se tornou independente da Holanda, e outras nações.Fontes:http://pt.wikipedia.org/wiki/Era_das_Revolu%C3%A7%C3%B5eshttp://pt.shvoong.com/books/164016-era-das-revolu%C3%A7%C3%B5es-1789-1848/http://historica.com.br/book-review/a-era-das-revolucoesCOTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/era-das-revolucoes/Arquivado em: Idade ContemporâneaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Era MauáHistória » Era MauáCompartilhar no WhatsappPor Felipe AraújoEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: A Era Mauá é determinada pelas ações do Barão de Mauá, político e industrial brasileiro, no intuito de acelerar o cenário industrial do País. No começo do século XIX, o panorama socioeconômico nacional apresentava-se da seguinte forma: concentração de interesses no campo, trabalho escravo e uma aristocracia que investia somente em terras e na própria segurança. Todos estes fatores atravancavam o crescimento do Brasil no que se refere à industrialização e ao capitalismo. A preocupação com o comércio e a indústria era mínima, assim como a continuidade do escravismo, que dificultava o desenvolvimento da economia.Isso começa a mudar no ano de 1844, quando a produção interna do País é favorecida com a Tarifa Alves Branco, pois as alíquotas, que são percentuais de incidência de imposto no valor tributado, aumentaram no que se refere aos importados. Ou seja, o mercado de produção interna tornava-se mais competitivo com os produtos que vinham do exterior. Outro fator que ajudou na mudança dos rumos da economia brasileira foi o fim do tráfico de escravos (1850). Assim, uma grande quantidade de capital incidiu sobre o setor industrial e comercial.Ainda naquele ano foi criado o Código Comercial, que era uma ferramenta de regulação em transações comerciais e para companhias capitalistas que surgiam. Desta forma, essa combinação de fatores favoreceu a economia brasileira e, entre os anos de 1850 e 1889, diversas pequenas fábricas de muitos setores começaram a surgir. Entre as áreas econômicas que se desenvolveram, destacam-se as que produziam couro, sabão, papel e bens de consumo.Neste momento surge a figura do Visconde de Mauá, como era conhecido Irineu Evangelista de Souza. Entre suas ações para o impulso da economia, estão: criação de estaleiros e fundições, companhias de linhas telegráficas, ferrovias, iluminação a gás, transporte urbano, entre outros negócios. O Barão tinha, até mesmo, bancos no Brasil e no exterior. Porém, o crescimento industrial brasileiro incomodava a elite rural escravista e os países concorrentes.Assim, começa um processo que levaria o Barão à falência. O mercado interno ainda não estava completamente estabilizado, pois os escravos não tinham participação nas trocas monetárias e as relações de mercado não se desenvolviam de forma plena. A constante oposição dos senhores rurais freavam o crescimento econômico, além de Mauá possuir diversos inimigos no Brasil e no exterior. Devido a isso, as transformações na economia tornaram-se ações isoladas de alguns empresários. O País continuava dominado pela elite rural arcaica, o que gerou o fim da Era Mauá.Fontes:http://pt.scribd.com/doc/37574087/Era-Mauahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Irineu_Evangelista_de_SousaCOTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/era-maua/Arquivado em: História do Brasil, Idade ContemporâneaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Era VitorianaHistória » Era VitorianaCompartilhar no WhatsappPor Ana Lucia SantanaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: A Era Vitoriana foi o período no qual a Rainha Vitória reinou sobre a Inglaterra, no século XIX, durante 63 anos, de junho de 1837 a janeiro de 1901. Ela subiu ao trono quando seu tio Guilherme VI morreu sem deixar herdeiros. Ela é coroada ainda muito jovem, aos 18 anos.Vitória deu início a uma prolongada etapa de progresso pacífico, conhecida como Pax Britannica, sustentada pelos ganhos obtidos com a difusão do empreendimento colonial da Inglaterra Imperialista no exterior, e pelo ápice da Revolução Industrial, que propiciou a criação de novas técnicas engenhosas. Este avanço deu impulso ao desenvolvimento de uma camada social média e ilustrada.Foi, portanto, no auge da industrialização e da política colonial que o Império Britânico se transformou na mais importante empresa planetária, provendo os centros globais com suas produções industriais. Além do enriquecimento da classe burguesa da Inglaterra, a era vitoriana se caracterizou também pela rigidez de princípios moralistas e por uma típica solidez política.Personalidades como Benjamim Disraeli e William Glastone instituíram no país o Parlamentarismo, que deu lugar a uma aproximação maior entre os estratos sociais, unidos em torno do objetivo de fiscalizar os governantes. Por outro lado, porém, foi intensa a confluência de bens nas mãos de poucos, ou seja, dos burgueses, e a consequente opressão dos trabalhadores, que pagaram as contas desta fartura econômica.Este período foi antecedido pela Era da Regência ou Período Georgiano, e deu lugar, após sua conclusão, ao Período Eduardiano, marcado pelo governo do Rei Eduardo VII. A parte final da Era Vitoriana ocorreu simultaneamente à eclosão da Belle Époque, atmosfera artístico-cultural e intelectual que atingiu, nesta época, o continente europeu.A política exterior foi marcada pelo Novo Imperialismo, que acirrou as disputas coloniais e deflagrou a Guerra Anglo-Zanzibari – confronto entre o Reino Unido e Zanzibar, situado próximo ao litoral da Tanzânia – e a Guerra dos Bôeres – este embate entre descendentes de holandeses e de franceses, de um lado, e ingleses, do outro, teve como cenário a África do Sul.Neste contexto a densidade populacional inglesa alcançou quase o dobro do índice anterior, transcendendo os 16,8 milhões em 1851 e atingindo os 30,5 milhões em 1901. Sob o reinado da Rainha Vitória a Câmara dos Comuns foi ocupada predominantemente por dois partidos, os Liberais e os Tories, depois denominados Conservadores.A temporada vitoriana foi determinada, na arquitetura, pelo confronto entre os conceitos góticos e clássicos. Na literatura destacaram-se a prosa de George Eliot, Charles Dickens, Sir Arthur Conan Doyle, das Irmãs Brontë, de Oscar Wilde, Lewis Carroll, Robert Louis Stevenson, entre outros; e a poesia de Tennyson, Dante Gabriel Rossetti, Swimburne, W. B. Yeats, Robert Browning, entre outros. De 1890 em diante os ingleses ensaiam a prática dos conceitos simbolistas importados da França.No teatro prevalecem montagens dos trabalhos de Mary Shelley, particularmente do clássico Frankenstein, e do novo estilo de obras que têm como tema os míticos vampiros. Sobressaem também o gênero dramático de Oscar Wilde e as polêmicas peças de Ibsen, James Joyce e George Bernard Shaw.Fontes:http://pt.wikipedia.org/wiki/Era_vitorianahttps://web.archive.org/web/20100429084213/http://pt.shvoong.com:80/humanities/history/1903920-era-vitoriana/http://bahai-library.com/?file=oliveira_vitoria_biografia_epistolaTexto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/era-vitoriana/Arquivado em: Idade Contemporânea, InglaterraEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Estatuto de Westminster de 1931História » Estatuto de Westminster de 1931Compartilhar no WhatsappPor Emerson SantiagoEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: O Estatuto de Westminster de 1931 é uma importante lei aprovada pelo Parlamento do Reino Unido a 11 de dezembro de 1931. Este dispositivo reconhece efetivamente a independência de todos os Domínios do Império Britânico por meio de sua autonomia legislativa. Trata-se do primeiro ato relevante no processo de descolonização mundial, que avançaria progressivamente nos próximos trinta anos.Dentro da organização do Império Britânico, os Domínios eram entidades que possuíam limitada autonomia interna, encontrando-se submetidas à coroa em vários assuntos, como política exterior ou comércio internacional. Além destes, havia também as colônias, os protetorados e os mandatos.Apesar de sair vitorioso da Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido passou os anos seguintes tentando recuperar sua economia dos custos e danos do conflito. Em 1931, ao avaliar as condições das suas principais colônias, e a participação destas na guerra, o governo resolve elevar os domínios a países formalmente constituídos. Na prática, foi a forma encontrada pelo Reino Unido de evitar que cada território rompesse formalmente com o império, garantindo um status de confederação.Em 1931, o Reino Unido possuía seis domínios:AustráliaCanadáNova ZelândiaTerra Nova (mais tarde unida ao Canadá)África do SulEstado Livre da Irlanda (atual República da Irlanda, formalmente independente desde 1922 e desligada completamente do Império em 1937, sendo substituída pela atual Irlanda do Norte).A validade do Estatuto dependia da ratificação da lei em cada parlamento local, e isso levou alguns anos. No caso do Canadá, sua organização jurídica recebeu o Estatuto sem necessidade de ratificação. Já a Terra Nova nunca realizou-a, pois seu status de domínio foi revogado a 30 de janeiro de 1934; a União da África do Sul ratificou de facto em 1934; A Austrália ratificou a 9 de outubro de 1942, com efeito retroativo a 3 de setembro de 1939; o Eire (já como sucessor do Estado Livre da Irlanda) e Nova Zelândia ratificaram a 25 de novembro de 1947.Quando cada Domínio ratificava o Estatuto, este se tornava uma comunidade autônoma dentro do império britânico, tendo o mesmo status de igualdade da Inglaterra. Os domínios não poderiam alterar a sua lei constitucional sem autorização do Reino Unido, mas tinham plenos poderes para criarem leis tanto em seus assuntos internos quanto extraterritoriais.A adoção do Estatuto cria o ambiente para a futura Comunidade Britânica de Nações, Commonwealth, formada por domínios com seus status de soberania que optaram por manterem laços de cooperação prática com o Reino Unido reconhecendo também o monarca britânico como chefe simbólico de sua associação.Bibliografia:CRUZ, Daniela. O Estatuto de Westminster e a Comunidade Britânica de Nações. Revista Eletrônica Boletim do TEMPO, Ano 6, Nº13, Rio, 2011 [ISSN 1981-3384].Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/estatuto-de-westminster-de-1931/Arquivado em: Idade Contemporânea, InglaterraEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:EurocomunismoHistória » EurocomunismoCompartilhar no WhatsappPor Emerson SantiagoEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Recebeu o nome de Eurocomunismo a política desenvolvida pelos principais partidos comunistas da Europa ocidental na década de 1970. O Eurocomunismo foi uma tentativa de adaptar o pensamento socialista à realidade da região, ao mesmo tempo que buscava estabelecer uma alternativa viável dentro do pensamento praticado no campo socialista, que sobrevivesse ao desgaste imposto pela hegemonia do pensamento soviético e que fosse capaz de se adaptar ao dinamismo econômico dos países europeus.Desde 1956, quando do advento do XX Congresso do PC Soviético (o primeiro após a morte de Stalin), além dos acontecimentos que cercaram a revolta húngara, a cisão sino-soviética, até a invasão da Tchecoslováquia em 1968, o pensamento, bem como a estrutura do regime soviético foi alvo de vários questionamentos, tanto internos quanto externos. O PCI (Partido Comunista Italiano), a partir da direção de Palmiro Togliatti, foi o precursor deste movimento, seguido logo após pelos seus colegas espanhóis e franceses. A ideia era que somente por meio de uma aliança com os democrata-cristãos, então no poder, é que seria possível desencadear a trajetória de transição para o socialismo na Itália. O PCI buscava organizar-se para uma reação frente ao movimento comunista internacional no sentido de adequar-se às transformações na estrutural social do capitalismo avançado, que conquistou gradualmente o apoio da classe operária nas décadas do pós-guerra, desmobilizando-a de seus propósitos de ruptura com o sistema democrático parlamentar.Tal aliança ocorreria em torno de um vigoroso programa de reformas democráticas, ao mesmo tempo em que buscava uma adequação programática do partido em duas frentes: a hegemonia soviética no campo socialista e o sucesso da social-democracia no ocidente. Na França, o partido comunista local chega a oficialmente abandonar o conceito de ditadura do proletariado, tão caro à filosofia marxista-leninista, e na Espanha, em meio à morte do ditador Franco, e da questão de sua sucessão, os comunistas irão apoiar os pactos de Moncloa, que serão importantes na transição democrática que de fato construiu a Espanha de hoje.O auge do Eurocomunismo vai de 1974 a 1977, onde os comunistas conquistam uma vitória inicial por meio das urnas. Mas, o resultado a longo prazo desta aproximação com forças políticas mais à direita será o de migração de membros dos partidos comunistas para outros grupos, como por exemplo, os socialistas. O PCI romperá com o PC russo em 1981, insistindo na ideia do Eurocomunismo, o que serviu apenas para dividir e diminuir a importância dos partidos de esquerda na Europa.Bibliografia:KOCHER, Bernardo. O Eurocomunismo. Disponível em <http://www.sobresites.com/socialismo/artigos/eurocomunismo.htm>. Acesso em: 06 fev. 2012.MALTEZ, José Adelino. Eurocomunismo. Disponível em <http://maltez.info/respublica/topicos/aaletrae/eurocomunismo.htm>. Acesso em: 06 fev. 2012.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/eurocomunismo/Arquivado em: Idade ContemporâneaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Exército Zapatista de Libertação NacionalGeografia » Continentes » América » México » Exército Zapatista de Libertação NacionalCompartilhar no WhatsappPor Felipe AraújoEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: O nome em espanhol para o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) é Ejército Zapatista de Liberación Nacional. Considerada uma organização composta por uma maioria indígena (de diversas etnias), o EZLN tem caráter político-militar e sua maneira de conseguir conquistar seus objetivos é a guerrilha terrestre. A inspiração ideológica da organização está baseada no marxismo e seu maior objetivo é "subverter a ordem para fazer a revolução socialista e criar uma sociedade mais justa".No dia 1º de janeiro de 1994, em Chiapas (México), um levante de indígenas armados e encapuzados atacaram várias instituições municipais, o que criou instabilidade dentro do sistema político mexicano. Neste mesmo dia, o Tratado de Livre Comércio da América do Norte começava a vigorar. O EZLN, após o primeiro fracasso da revolução, iniciou um empreendimento que contava com atividades radicais de guerrilha radical de esquerda.Hoje em dia o grupo se mantém com a ajuda de algumas comunidades organizadas de Chiapas e enfrenta a indiferença do governo do México. Outros fatores que dão sustentação ao EZLN são: turismo, população indígena local e apoio financeiro de grupos de guerrilha estrangeiros com ideais parecidos.Uma das organizações que antecederam o EZLN foram as Forças de Libertação Nacional (FLN). Elas foram fundadas no dia seis de agosto de 1969 em Monterrey, ao norte do México. De acordo com o general Mario Arturo Acosta Chaparro, muitos destes grupos “haviam estabelecido suas zonas de operação nos estados de Veracruz, Puebla, Tabasco, Nuevo León e Chiapas” (trecho do informe “Movimentos Subversivos no México”).Já em 1974, ocorreria um embate entre uma unidade do Exército Federal e os guerrilheiros das FLN, dentre os quais estava o coronel Acosta Chaparro, Carmen Ponce e Dení Prieto e María Gloria Benavides, alguns destes mortos e torturados pelo Exército.Assim, ao final deste confronto no qual houve diversas baixas importantes para as FLN, sua capacidade de operação e organização foi prejudicada. Apenas em 1980, alguns dos militares que resistiram à repressão, fundaram o Exército Zapatista de Libertação Nacional.Três anos depois, um grupo formado por mestiços e indígenas formou um exército e declarou guerra ao governo mexicano, como visto acima, no trecho que se refere ao combate de 1994.Um dos apoiadores mais conhecidos do EZLN é o vocalista da banda ativista Rage Against the Machine, Zack de La Rocha, que em muitos shows e entrevistas exalta o grupo e até usa camisetas com a sigla “EZLN”.Fontes:http://pt.wikipedia.org/wiki/Exército_Zapatista_de_Libertação_Nacionalhttp://www.ezln.org/https://web.archive.org/web/20151204200424/http://www.oolhodahistoria.ufba.br:80/03carval.htmlTexto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/mexico/exercito-zapatista-de-libertacao-nacional/Arquivado em: Idade Contemporânea, MéxicoEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Fim da Guerra do Afeganistão (2021)História » Fim da Guerra do Afeganistão (2021)Compartilhar no WhatsappPor Saulo CastilhoMestre em História Comparada (UFRJ, 2020)Bacharel em História (UFRJ, 2018)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: A Guerra do Afeganistão foi um conflito político-militar iniciado em 2001, envolvendo o Afeganistão e os Estados Unidos, para além dos aliados de ambos. Seu término se deu em agosto de 2021, com a retirada das tropas estadunidenses de solo afegão e o consequente retorno do Talibã ao poder.Ao longo de 20 anos, o conflito acumulou cerca de 171 mil mortes, das quais 47 mil são civis. Para os estadunidenses, ela teve um custo alto também em cifras: cerca de US$ 2,26 trilhões de dólares foram utilizados nas operações militares na região.A decisão dos Estados Unidos de retirar suas tropas do país resultou de diversos fatores. Por um lado, expressaram o desgaste de uma longa ocupação militar estabelecida sob o pressuposto de “trazer” a democracia para o Afeganistão e que falhou em alcançar tal objetivo.Por outro lado, a reorganização e crescimento do Talibã na última década contribuiu para limitar os planos estadunidenses para o Afeganistão.Conteúdo deste artigoContexto inicialO retorno TalibãConsequênciasAnos finaisContexto inicialA guerra começou no contexto dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, assumidos pela Al-Qaeda, à época liderada por Osama Bin Laden. Os ataques foram utilizados como justificativa pelo presidente George W. Bush e seu sucessor, Barack Obama, para invasões estadunidenses em países identificados como ligados ao terrorismo.Em 7 de outubro de 2001, os EUA invadiram o Afeganistão. A ação resultou na queda do Talibã, no poder desde 1993, e sua substituição por Hamid Karzai, o novo presidente do país. Nos anos seguintes, o grupo Talibã se deslocou para outros países, principalmente o Paquistão. Com isso, a chamada “guerra ao terror”, levada adiante pelos norte-americanos, se espalhou pela região, estimulando novos conflitos e guerras no oriente médio.O retorno TalibãEm 2006, reestruturado, o grupo voltou para o Afeganistão e conquistou diversas cidades, instaurando outro regime político no país. Opondo-se diretamente aos Estados Unidos. Eles conquistaram outras regiões em 2009, um feito para o qual a resposta do então presidente Barack Obama foi o envio de mais de 50 mil soldados para o país naquele ano.Dois anos depois, em 2011, os Estados Unidos anunciaram a morte de Osama Bin Laden, resultado de uma operação especial conduzida no Paquistão. Até 2017, o Talibã conquistou ainda mais territórios e escancarou a fragilidade do regime político apoiado pelos Estados Unidos no país.ConsequênciasDiferente do que a comunicação pública do governo norte-americano, a entrada norte-americana no Afeganistão não trouxe melhora para a sua situação política, econômica e social. Na realidade, ao longo da guerra, tropas da coalizão liderada pelos norte-americanos protagonizaram diversos escândalos como abuso de mulheres e humilhação de civis.O governo norte-americano instalou um regime cliente de características neocoloniais. À medida que perpetuou a concentração de poder e a desigualdade social durante os 20 anos em que vigorou. Tanto Karzai como seu sucessor, Ashraf Ghani, tiveram governos marcados por corrupção, fraudes eleitorais e subserviência aos interesses estrangeiros na região.Anos finaisQuando Donald Trump assumiu a presidência dos EUA, em 2017, recebeu o legado fracassado de uma ocupação de 20 anos em terras afegãs. Gerando altos gastos e perdas, a guerra começou a perder ainda mais legitimidade na opinião pública estadunidense. Donald Trump viu o seu fim como positivo para seu capital político, o que levou ao Acordo de Doha (2020), que previa a retirada das tropas.Quando Joe Biden assumiu a presidência, em 2021, levou adiante a retirada das tropas, cujas imagens rodaram o mundo: centenas de afegãos invadindo aviões que levariam de volta os estrangeiros, a maioria dos que tentavam escapar trabalhavam para o governo aliado dos Estados Unidos ou a outros países ocidentais. A saída apressada de diversos países teve uma repercussão negativa, piorando ainda mais a imagem dos Estados Unidos como ator global. Alguns especialistas dizem que este foi um momento emblemático do início de uma nova ordem global onde a China desponta como líder.Com o Talibã ocupando Cabul e a maioria do território do país, com exceção do Vale do Panjshir, uma nova era da história do Afeganistão, e talvez do mundo, se iniciou.Bibliografia:ALMEIDA, Filipe Velho; DE CAMPOS VELOZO, Sandra Marinês; DO CANTO CAVALHEIRO, Carmela Marcuzzo. Reflexões sobre os possíveis cenários após a retirada das tropas americanas do Afeganistão. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 13, n. 2, 2021.REIS, Bruno Cardoso et al. Afeganistão: Quo Vadis?. IDN Brief, 2021.WEINBAUM, Marvin. “Afghanistan”. Encyclopaedia Bri

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rios de desenvolvimento.Do ponto de vista da Era Moderna, existem divergências quanto a sua datação específica, uma vez que diferentes eventos podem marcar seu começo ou suas características mais definidoras. De modo esquemático, as raízes culturais da Modernidade encontram-se na Reforma Protestante do século XVI, no Renascimento do século XVII e espraiam-se para o Iluminismo do século XVIII, elevando a razão ao patamar de novo critério orientador da sociedade. Essas mudanças nas estruturas culturais abriram a brecha para as duas revoluções que determinam, agora politicamente, a Modernidade: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, ambas também na esteira de um acelerado movimento de urbanização.Essa série de acontecimentos formaram aquilo que o sociólogo Anthony Giddens considera três marcas que estariam associadas a Modernidade: 1) uma posição que entende o mundo como aberto à transformação dos homens; 2) um complexo de instituições econômicas baseadas na divisão do trabalho, na produção industrial e na economia de mercado e 3) um arranjo de instituições políticas, principalmente o Estado moderno centralizado e as democracias de massa. Essas profundas transformações culturais e sociais fizeram da Modernidade uma era pautada pela ideia de progresso, em detrimento do Antigo Regime, que baseava-se nas tradições e na conservação.Max Weber definiu essa tendência de alteração dos padrões sociais nos termos de uma dinâmica de racionalização: trata-se da prevalência da racionalidade com respeito a fins, ou seja, o cálculo e disposição dos meios para o alcance de um objetivo, sobre as formas tradicionais e afetivas de racionalidade. Assim, com o deslocamento do poder das imagens de mundo religiosas e das normas tradicionais para a lógica da razão instrumental, dá-se o fenômeno que Weber chama de “desencantamento do mundo”. Esse fenômeno, porém, não se dá apenas nas disposições e atitudes dos indivíduos: ele é institucionalizado nas duas instituições modernas que já foram mencionadas, o Estado e a economia capitalista, definindo assim uma dinâmica de secularização da sociedade. Ao mesmo tempo, a amálgama das transformações culturais e sociais possibilitaram o desenvolvimento da ciência e da técnica em níveis nunca antes visto.A Modernidade marca, então, a era de nossa história onde a razão, o progresso e a individualidade são tomados como os princípios centrais de organização da sociedade. Contudo, os processos de modernização, isto é, as diferentes maneiras como ele ocorreu pelo Ocidente, também vieram em par com seu oposto, como dominação: o colonialismo europeu e o próprio Holocausto podem ser entendidos como uma desenvolvimento nefasto da explosão da técnica e da ciência, isto é, da razão instrumental sobre outras formas de entendimento. Resta, portanto, conservar aqueles ideais políticos de igualdade e liberdade como legados da Modernidade e denunciar e combater suas formas de dominação que se escondem sob o manto de um progresso que só chega para alguns, mas nunca para todos.Fontes:GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. São Paulo: Editora UNESP, 1991WEBER, Max. Economia e sociedade. Brasília: Editora da UNB, 1991.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/sociologia/modernidade/Arquivado em: Idade Moderna, SociologiaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:NobrezaSociedade » NobrezaCompartilhar no WhatsappPor Fernanda Paixão PissurnoMestra em História (UFRJ, 2018)Graduada em História (UFRJ, 2016)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Designava-se como parte da nobreza quem nascia com a qualidade de nobre durante a Idade Média e a Idade Moderna, pertencendo assim a antigas famílias que transmitiam por via sanguínea seus direitos e deveres perante o soberano pelas sucessivas gerações. Além do nascimento, tornou-se possível na Era Moderna ascender à nobreza mediante uma dádiva especial do monarca ou como recompensa pelos serviços prestados ao Estado.A base do sistema nobiliárquico surgiu ainda no início da Idade Média. Depois da queda do Império Romano do Ocidente, pouco depois de meados do século V, a Europa ficou fragmentada em vários pequenos reinos. Estes foram dominados pela elite local, que paulatinamente se organizou em torno de uma dinastia real. Normalmente ligados ao soberano por laços de parentesco, a nobreza sustentava-se pelos serviços prestados ao rei, como a conquista de novas terras. Nesse período inicial, o patrimônio era dividido igualmente entre os herdeiros.À medida que se aproximava o ano 1000, porém, foi consolidando-se uma nova tendência nestes reinos em expansão: a primogenitura, ou seja, passar o patrimônio apenas ao filho mais velho de cada família nobre, de forma que este ficasse intacto. Nesta época, aconteceram as invasões islâmicas e vikings, o que consolidaria a nobreza como defensora do território. Assim, a classe aristocrática se tornaria equivalente à classe militar, o que estabeleceria definitivamente sua influência nos assuntos políticos.Mesmo que seu poder tenha sofrido variações em decorrência da região e do período histórico, a função mais importante dos nobres cristãos continuaria a ser prestar serviço formal ao rei como seus vassalos, sendo seus conselheiros e atendendo suas convocações para guerras. Com a fortificação política da figura do rei no fim da Idade Média, contudo, choques políticos entre este e a nobreza se tornariam relativamente comuns, gerando em determinados casos grandes conflitos, como pode ser entrevisto, por exemplo, na Guerra das Duas Rosas (1455-85), entre as Casa real inglesa de Lancaster e a família nobre dos York. No caso específico da Inglaterra, a limitação progressiva do poder real durante a dinastia dos Stuart acabaria por dar origem à chamada monarquia constitucional. Contudo, em outros reinos, como Espanha e França, condições favoráveis para o poder régio permitiriam a concentração do poder na figura do soberano, permitindo que ali o sistema político conhecido como absolutismo tivesse grande duração.No absolutismo francês, os reis da dinastia de Bourbon aplacariam a nobreza ao instituir um sistema de subordinação estrito centrado na corte de Versalhes, onde sucessivos reis tornariam a nobreza dependente dos favores e rendas ali distribuídos. Com o passar das décadas, entretanto, tal cara estrutura de controle tornaria a nobreza uma casta privilegiada vista como superficial. Este seria um dos fatores para a ocorrência de uma crise política e econômica da segunda metade do século XVIII, que eventualmente geraria a Revolução Francesa e o fim da Casa de Bourbon. Em geral, com as Revoluções Burguesas, o poder e influência da nobreza enquanto classe social seria intermitentemente diminuído até se tornar um resquício da antiga tradição política. Atualmente, embora o termo nobreza ainda designe uma classe social, costuma ser mais utilizado como adjetivo para caracterizar valores positivos como lealdade, retidão e generosidade.Bibliografia:http://super.abril.com.br/historia/como-se-organiza-a-nobreza/http://conceito.de/nobrezahttp://www.pliniocorreadeoliveira.info/DIS%20-%201991-11-13_AspectosFundamentaisNobreza.htm#.WVzye1UrLIUhttps://idademedia.wordpress.com/2013/09/17/nobreza-segunda-classe-da-epoca-medieval/http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_20/rbcs20_11Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/sociedade/nobreza/Arquivado em: Idade Média, Idade Moderna, SociedadeEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Nova FrançaHistória » Nova FrançaCompartilhar no WhatsappPor Emerson SantiagoEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Nova França ou Vice-reinado da Nova França (em francês, Vice-royauté de Nouvelle-France) era o nome dado aos territórios controlados pela França na América do norte entre 1534 e 1763. Sua área cobre atualmente boa parte das áreas centrais dos Estados Unidos e Canadá.A colonização francesa nas Américas é considerada tardia. Giovanni Verrazzano e Jacques Cartier são os responsáveis pelas primeiras explorações, reconhecimento e consolidação do território. Foi em 1534 que Cartier reclamou a soberania da área para o rei francês, e quase dez anos depois, funda a primeira colônia, Charlesbourg-Royal, próximo à atual cidade de Québec.Na verdade, o objetivo principal era a busca por uma passagem a noroeste para as índias. Sem a descoberta, e sem perspectiva de riquezas minerais, os franceses ignoram o território por cerca de 60 anos, exceto por uma pequena atividade de pescadores e caçadores de peles.A colonização efetiva se inicia em 1608, com a fundação da cidade de Québec por Samuel de Champlain, considerado o pai da Nova França, responsável por dar um novo alento à colonização. No entanto, aos poucos, a economia local novamente entra em decadência, e a colônia é entregue ao controle do rei Luís XIV. O rei tornou-a uma província da França, dando-lhe uma organização administrativa hierárquica similar, ampliando seu território e cuidando dos núcleos populacionais, além de estimular a exploração dos recursos naturais do território.A Nova França alcança sua maior extensão no início do século XVIII, ocupando a Terra Nova, Acádia (a parte mais a leste do Canadá, hoje dividida entre Québec e as Províncias Marítimas), a área em torno dos Grandes Lagos, a foz do rio Mississippi e mais ao sul a atual Luisiana, rasgando o continente de norte a sul e “cercando” as colônias britânicas. A colônia tinha cerca de vinte mil habitantes, na maioria agricultores espalhados ao longo de uma faixa entre os dois grandes centros urbanos, Québec e Montreal.Apesar desta expansão, a Nova França era um "colosso com pés de barro": as colônias britânicas da América eram vinte vezes mais populosas, e logo, essa vantagem numérica se traduziu em vantagem militar. Os ingleses conquistam Québec em 1759 e somente um ano depois, todo o norte da Nova França cai.A rendição formal ocorre em 1763, com o Tratado de Paris. Era o fim da presença francesa no Canadá. Uma parte de seus habitantes se transfere para a região da Luisiana, ainda sob domínio francês. Estes exilados, ao se misturarem a emigrantes do caribe francês dão origem à cultura local cajun (cajun é a forma corrompida do francês “acadien”, ou seja, cidadão da Acádia). No Canadá, a cultura e a língua de matriz francesa sobrevive ainda hoje, especialmente na província de Québec.Bibliografia:MATHIEU, Jacques. Nouvelle-France (em francês). Disponível em: < http://www.thecanadianencyclopedia.com/articles/fr/nouvellefrance#ArticleContents >. Acesso: 27/05/13.Mapa: http://www.socialstudieswithasmile.com/Newfrance.htmlTexto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/nova-franca/Arquivado em: Idade ModernaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Pacto ColonialHistória » Pacto ColonialCompartilhar no WhatsappPor Karine Ferreira BritoGraduada em História (UFRJ, 2016)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Faça os exercícios!Ouça este artigo: O chamado Pacto Colonial foi como ficou conhecido a relação de comércio entre a metrópole e suas colônias no período das colonizações europeias, na Idade Moderna. Ocorreu ao longo dos séculos XV, XVII e XVIII, de uma forma geral, dentro do chamado Antigo Sistema Colonial, onde as Américas eram colônias, sendo dominadas e exploradas pelas metrópoles europeias: Espanha, Portugal, França e Inglaterra. Assim, o Novo Mundo passou a ser fonte de abastecimento de sua economia.Para entender o pacto colonial é preciso entender a lógica do mercantilismo que foi a maneira com que a Coroa Portuguesa conseguiu maiores ganhos, atraindo para si a maior quantidade possível de metais preciosos, alcançando esse objetivo através de medidas protecionistas como a proibição da entrada de bens manufaturados estrangeiros, estimulando a exportação de manufaturas para alcançar uma balança comercial favorável e, assim, ter lucro.“O papel das colônias era contribuir para a autossuficiência da metrópole, transformando-se em áreas reservadas de cada potência colonizadora, na concorrência com as demais.”, segundo o historiador Boris Fausto em seu livro “História do Brasil”. (FAUSTO, 1996, p. 55)O Pacto Colonial consistia no “exclusivismo”, o que significava que a colônia só poderia comercializar com a sua metrópole ou para os mercadores que convinham a Portugal. Essa era uma medida para impedir que os navios estrangeiros comercializassem os produtos para vender e lucrar na Europa. Importante ressaltar também que a metrópole tinha reserva sobre o mercado brasileiro. Também era uma forma de impedir que produtos que a metrópole não produzia chegasse nas colônias. Ainda segundo o historiador Boris Fausto, “Em termos simplificados, buscava-se deprimir, até onde fosse possível, os preços pagos na colônia por seus produtos, para vendê-los com maior lucro na metrópole." (FAUSTO, 1996, p. 56)Assim, Portugal, a metrópole, conseguia obter grandes lucros. E esse “exclusivismo” tinha algumas formas como arrendamento, exploração direta pelo Estado e criação de companhias privilegiadas de comércio. É importante ressaltar que foi através deste aspecto que o Brasil se tornou totalmente refém e dependente da coroa portuguesa. Foi o exclusivismo o grande motivo para a transferência das riquezas do Brasil para Portugal.Os preços dos produtos poderiam ser impostos pelos mercadores portugueses, sendo o que eles achassem melhor, mas essa prática era evitada afim de não desestimular os colonos a continuarem produzindo já que haviam vindo de Portugal para tentar construir uma vida melhor, tornando-se ricos. O excedente econômico, uma parte pelo menos, era dividida para que os colonos reinvestissem na produção colonial e para sustentar seus luxos.Muito importante ressaltar que a produção na colônia era realizada pela mão de obra da população nativa, ou seja, dos indígenas, e, posteriormente, pelos escravos negros vindos da África.Como afirmado anteriormente, o Pacto Colonial foi uma prática que vigorou não só em Portugal e na Espanha, mas também na Inglaterra e suas colônias americanas. E foi um dos principais motivos de revoltas dos colonos que acabou levando ao processo de Independência dos Estados Unidos, assim como no caso português.Diversos produtos fizeram parte desse sistema de exploração como o pau-brasil, a cana-de-açúcar e minérios (ouro). O fim dessa relação ocorreu somente em 1808 com a vinda da família real para o Brasil, quando D. João assinou uma Carta Régia onde o Brasil deixava de comercializar somente com Portugal.Referência Bibliográfica:COSTA, Marcos. A História do Brasil para quem tem pressa. Rio de Janeiro: Valentina, 2016.DEL PRIORE, Mary, VENANCIO, Renato. Uma Breve História do Brasil. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2010.FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1996.PRADO, Edilaine Cristina. O Pacto Colonial e a Colonização do Brasil. Link: http://www.santacruz.br/v4/download/janela-economica/2008/2-o-pacto-colonial.pdfCARVALHO, Rodrigo Janoni. A Relação Metrópole-Colônia e o Debate Historiográfico sobre o Pacto Colonial. Cerro Grande – RS: ÁGORA – Revista Eletrônica, páginas 17 – 20.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/pacto-colonial/Arquivado em: Brasil Colônia, Idade ModernaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Reforma CatólicaHistória » Reforma CatólicaCompartilhar no WhatsappPor Felipe AraújoEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Em meio a diversas reformas que aconteciam no continente europeu, a reforma católica começa a ganhar força entre os anos de 1545 e 1563. Naquele período ocorria o Concílio de Trento, que tinha o objetivo de afirmar de forma mais enfática a disciplina eclesiástica e a unidade da fé católica.De acordo com o historiador Martin Dreher, no livro "Crise e Renovação da Igreja no Período da Reforma" (editora Sinodal): "Se antes do Concílio de Trento a autoridade, e inclusive, a continuidade do papado pareciam estar em jogo, ao final do concílio a autoridade papal estava confirmada. Esse dado se espelha principalmente no fato de que o concílio solicitou ao papa a confirmação de suas decisões e sua execução. O papado recuperava a função de autoridade das consciências”.Entre as decisões do concílio estavam a reorganização do Tribunal do Santo Ofício, criação da Companhia de Jesus e do Index Librorum Prohibitorum, que era uma lista de livros proibidos pela Igreja. Além disso, foi aumentado o incentivo à catequização dos nativos do Novo Mundo, adoção da Vulgata como forma oficial de tradução bíblica e reafirmação de valores como o celibato pontifício e a autoridade do papa. De acordo com alguns historiadores, essas decisões foram uma reação ao luteranismo.Entre outras reafirmações encontradas na Reforma Católica, está a preservação da representação de santos por meio de imagens que eram cultuadas. O Barroco se torna um grande aliado da Igreja neste aspecto, ajudando a ampliar o sentimento dos católicos por meio de obras de arte. Nessa época  são criados os seminários no intuito de investir na educação intelectual dos bispos que, antes da contrarreforma, levavam uma vida sem regras e de muitos excessos.Entre as organizações que mais se destacaram na efervescência católica do século XVI, destaca-se a Companhia de Jesus. Com sua fundação no ano de 1534, foi responsável por grande trabalho educacional e missionário em escala mundial, principalmente no Novo Mundo. A companhia foi criada por Íñigo López de Loyola junto a alunos da Universidade de Paris.Os integrantes da Companhia de Jesus ficaram conhecidos como jesuítas, que eram missionários extremamente empenhados, com ampla formação intelectual e posições severas perante aos assuntos religiosos. Por meio deles, a fé da Igreja Católica foi disseminada na África, Ásia e América, continentes em que realizavam a catequese dos índios e ajudavam a manter acesa a fé dos colonizadores.Fontes:DREHER, Martin N. A crise e renovação da Igreja no período da Reforma. São Leopoldo, Ed. Sinodal,1996.http://pt.wikipedia.org/wiki/Reforma_da_Igreja_Cat%C3%B3licahttp://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/contrarreforma-concilio-vaticano-ii-705935.shtmlTexto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/reforma-catolica/Arquivado em: Idade ModernaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Relação metrópole-colôniaHistória » Relação metrópole-colôniaCompartilhar no WhatsappPor Karine Ferreira BritoGraduada em História (UFRJ, 2016)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Logo após a chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, os portugueses perceberam que não havia metais preciosos como ouro e prata, como ocorreu na América Espanhola. O que eles encontraram foi somente o pau-brasil cuja madeira fornecia uma coloração vermelha muito usada na Europa para, por exemplo, tingir os tecidos. Deste modo, Portugal passou a extrair a matéria-prima, utilizando a mão de obra nativa, ou seja, dos indígenas. Assim, a política econômica que foi implementada no Brasil era baseada no mercantilismo, uma prática vigente nos países europeus nos séculos XV e XVI.O mercantilismo possuía práticas que eram adotadas pelos Estados absolutistas na Idade Moderna como o fato de que a riqueza de um país é medida pela quantidade de ouro e prata que ele possuía e que não havia ganho para um Estado sem o prejuízo de outros, medida que explica muito as consequências dessas práticas anos depois e, de certa forma, até os dias atuais. As medidas protecionistas eram utilizadas para proteger o Estado como a proibição da entrada de manufaturados estrangeiros, estimulando a exportação e conseguindo atingir uma balança de comércio favorável, obtendo lucros.“O comércio exclusivo pautava-se no estabelecimento de preços vantajosos na venda mais alta e a compra mais barata pelos europeus, caracterizando um mecanismo de trocas lucrativo que contribuía fortemente na balança comercial das potências.” (CARVALHO, p. 18)Ainda de acordo com Carvalho, alguns historiadores questionam o termo muito utilizado “pacto colonial”, pois dá a ideia de unilateralidade. Na verdade, havia uma relação tanto metrópole-colônia e colônia-metrópole, onde poderia existir negociações em favor das colônias e não somente da metrópole.Já se sabe que entre os anos de 1500 e 1530, os portugueses quase não efetivaram empreendimentos na nova terra. Foram apenas feitas algumas missões de reconhecimento do pau-brasil e a construção de algumas feitorias, onde ficava a madeira antes de ser enviada para Portugal. Foi somente no ano de 1516 que se iniciou uma colonização com o envio dos primeiros colonos para povoar as terras como a Vila de São Vicente, desenvolvendo-se, assim, a plantação de cana de açúcar, se tornando rentável. É interessante ressaltar também que entre os anos de 1580 e 1640 os espanhóis ficaram à frente das ações administrativas no que dizia respeito ao Brasil. Esse período foi caracterizado pelo “domínio” de Portugal pela Espanha, por conta da crise dinástica iniciada com a morte do rei de Portugal, D. Sebastião, tendo um rei Espanhol, Felipe II, no trono português (União Ibérica). A economia portuguesa acabou ficando fragilizada, ainda mais depois da invasão pelos holandeses ao nosso território, no nordeste. No século XVIII, as primeiras minas de ouro são descobertas e há outra mudança na relação Brasil – Portugal, aumentando a taxa de impostos e fiscalização por se tratar de uma atividade econômica extremamente lucrativa. Essas cobranças geraram revoltas, pois o governo português não auxiliava em nada os colonos, somente cobrava impostos.É somente no século XIX, em 1808, que o sistema colonial e essa relação metrópole-colônia começou a se desmantelar, pois é o ano em que a família real portuguesa se transfere para o Brasil e houve a abertura dos Portos às Nações Amigas, acabando com o exclusivismo português, mas Portugal ainda tomando decisões importantes para o Brasil.Referências Bibliográficas:CARVALHO, Rodrigo Janoni. A Relação Metrópole-Colônia e o Debate Historiográfico sobre o Pacto Colonial. Cerro Grande – RS: ÁGORA – Revista Eletrônica, páginas 17 – 20.COSTA, Marcos. A História do Brasil para quem tem pressa. Rio de Janeiro: Valentina, 2016.DEL PRIORE, Mary, VENANCIO, Renato. Uma Breve História do Brasil. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2010.FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1996.PRADO, Edilaine Cristina. O Pacto Colonial e a Colonização do Brasil. Link: http://www.santacruz.br/v4/download/janela-economica/2008/2-o-pacto-colonial.pdfTexto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/relacao-metropole-colonia/Arquivado em: Brasil Colônia, Idade ModernaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Renascimento científicoHistória » Renascimento científicoCompartilhar no WhatsappPor Fernanda Paixão PissurnoMestra em História (UFRJ, 2018)Graduada em História (UFRJ, 2016)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: O termo “Renascimento científico” se refere e uma faceta do movimento cultural conhecido como Renascimento ou Renascença que se desenvolveu no início da Era Moderna. No caso, o Renascimento científico diz respeito a um desenvolvimento específico de métodos e teorias que, eventualmente, dariam origem à ciência moderna.A base do Renascimento está no movimento intelectual humanista. Desenvolvido no final da Era Medieval, ele passou a valorizar mais um olhar antropocêntrico sobre os eventos naturais, valorizando assim uma perspectiva que utilizasse explicações terrenas, e não adotasse apenas visões religiosas. Partindo desse princípio, se desenvolveria o movimento cultural renascentista.Embora sejam os Renascimentos artístico e literário as facetas melhor conhecidas atualmente – em não menor medida graças a nomes célebres como Leonardo da Vinci, Rafael Sanzio, Michelangelo, William Shakespeare, Luís de Camões e Nicolau Maquiavel -, foi o Renascimento científico o responsável pela criação de técnicas fundamentais para os fundamentos da ciência moderna. Isso tanto se deu tanto pela difusão do chamado método científico de avaliação de hipóteses por meio de observações experimentais quanto pela construção paulatina de princípios fundamentais para o desenvolvimento científico que ocorreria nos séculos seguintes, em especial no período do Iluminismo. Entre as teorias mais importantes desenvolvidas durante o período renascentista, encontram-se avanços cruciais nas áreas de astronomia e medicina.Na área de astronomia, o heliocentrismo foi desenvolvido por Nicolau Copérnico (1473-1543), matemático e monge polonês, e contestava a teoria dominante do geocentrismo, defendendo que era o Sol, e não a Terra, o centro a partir do qual os planetas giravam. Uma vez que a Igreja defendia o geocentrismo, os cientistas heliocêntricos costumavam ser perseguidos pela instituição. Exemplos disso foram os tratamentos destinados a Galileu Galilei e Giordano Bruno.Nicolau Copérnico.Galileu Galilei é conhecido como o primeiro cientista a preocupar-se de forma sistêmica com o conhecimento do ponto de vista metodológico, rejeitando qualquer conhecimento fruto da observação de fenômenos físicos que não proporcionasse uma comprovação experimental. Ao aprofundar as teorias de Copérnico, ele foi continuamente atormentado por ameaças da Igreja, ao ponto em que teve que negar suas crenças heliocêntricas publicamente para evitar uma execução na fogueira. Mesmo assim, ele morreria em prisão domiciliar em 1642. Apenas em 1992 o papa João Paulo II reconheceu os erros da Igreja no tratamento do cientista.Pior destino teve Giordano Bruno, que era conterrâneo de Galileu. Padre, teólogo e cientista celebrado, ele também aprofundou as ideias de Copérnico ao propor especificamente que o Universo era infinito, sem um centro. Após converter-se ao luteranismo e ser traído por um nobre italiano que o empregara, ele foi preso pela Inquisição. Visto pela Igreja não apenas como um problema religioso, mas também como um inimigo político, Giordano passou por um processo jurídico de sete anos antes de ser condenado à morte, embora tenha lhe sido dada a oportunidade de arrepender-se. Preferindo a execução a renegar suas crenças, porém, ele foi queimado vivo em pleno centro de Roma em 1600.Estátua de Giordano Bruno (Roma, Itália). Foto: Fabianodp / Shutterstock.comJá na área de medicina, pode-se creditar a Leonardo da Vinci os estudos anatômicos que influenciaram cientistas como Andeas Vesálio, que hoje é considerado como o pai da anatomia moderna pela sua contribuição aos estudos do funcionamento do organismo humano. Além disso, nomes como William Harvey, Miguel Servet e Ambroise Paré realizaram grandes avanços em seus estudos sobre o sangue, tendo Paré inclusive criado uma técnica para conter hemorragias.Outro importante nome para a medicina seria Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim. Mais tarde conhecido apenas como Paracelso, ele se tornaria um dos maiores cientistas de todos os tempos ao não apenas desenvolver uma cura eficaz para a sífilis, mas também ao criar teorias factíveis a respeito das causas do bócio e da silicose, ao possibilitar as bases para a criação de vacinas e ao escrever uma série de obras e tratados sobre diversos campos médicos.Bibliografia:FERNANDES, Luiz Estevam de Oliveira; FERREIRA, João Paulo Mesquita Hidalgo. “A nova medida do Homem”. In: Nova História Integrada – Ensino Médio Volume Único. Campinas: Companhia da Escola, 2005. pp. 111-112.LIMA, Lizânias de Souza; PEDRO, Antonio. “O Renascimento e a cultura na época do absolutismo”. In: História da civilização ocidental. São Paulo: FTD, 2005. pp. 154-155.https://www.terra.com.br/noticias/educacao/voce-sabia/voce-sabia-a-igreja-reconheceu-que-errou-ao-condenar-galileu,400811f48735b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.htmlhttps://www.dw.com/pt-br/1600-giordano-bruno-queimado/a-298903https://www.bbc.com/portuguese/geral-43081130https://abcdamedicina.com.br/primeiros-estudos-de-anatomia-andreas-vesalius.htmlhttps://super.abril.com.br/historia/paracelso-mago-e-cientista/Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/renascimento-cientifico/Arquivado em: Idade ModernaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Revolução AmericanaHistória » Revolução AmericanaCompartilhar no WhatsappPor Fernanda Paixão PissurnoMestra em História (UFRJ, 2018)Graduada em História (UFRJ, 2016)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Para compreender um pouco melhor os fatores que possibilitaram a chamada Revolução Americana que estouraria nas 13 colônias americanas na década de 1770, é importante retornar ao século anterior e entender como se deu o processo de colonização das novas terras pela Inglaterra. Iniciando-se em 1607, na região da Virgínia, ele assumiria três formas diferentes: concessão de terras às companhias de comércio para exploração e implantação de colônias, doação real a famílias nobres ou da alta burguesia, e, finalmente, colonização por grupos puritanos (calvinistas), que ali procuravam criar uma nova sociedade. Com este amplo movimento em três vias, milhares de colonos se instalariam no continente durante o século XVII, tomando no processo as terras que anteriormente pertenciam aos habitantes indígenas originais. Contudo, os próprios processos de colonização diferenciariam bastante a região ao Norte da região ao Sul.As colônias do Sul foram, de início, habitadas majoritariamente por aventureiros em busca de riqueza rápida. Em 1649, com a deposição e execução do rei Carlos I de Inglaterra na sequência da Guerra Civil Inglesa e proclamação da República sob Oliver Cromwell, antigos defensores da monarquia foram para estas terras, onde seriam grandes proprietários de terras e escravos. Isto geraria em breve uma sociedade altamente hierarquizada, rural e conservadora. As colônias do Norte, por sua vez, se tornariam abrigo daqueles que fugiam de perseguições religiosas, que organizariam uma sociedade mais igualitária, que tinha a educação como prioridade. Além disso, a própria natureza da chegada de tais colonos às novas terras tornaria sua sociedade particularmente independente da metrópole inglesa, numa tendência que se espalharia para as colônias mais ao Sul.Diferentemente das colônias portuguesas e espanholas do mesmo período, portanto, as 13 colônias contavam com um sistema de auto governabilidade, tendo assim relativa autonomia política, embora ainda fossem vinculadas às leis inglesas. No século XVIII, contudo, esta autonomia foi progressivamente diminuída com diversas restrições e imposições da metrópole, que passou, por exemplo, a proibir que as 13 colônias tivessem fábricas que competissem com indústrias inglesas, ou exportar sua produção agrícola para qualquer outro país que não fosse a Inglaterra, fazendo a insatisfação dos habitantes crescer gradualmente.Já na década de 1750, os gastos efetuados durante a Guerra dos Sete Anos contra a França deixou a Inglaterra em péssima situação financeira. Para se reequilibrar, a metrópole optou por submeter às colônias a mais tributos. Assim, foram aprovados vários novos impostos para produtos de uso diário dos colonos – como açúcar, selo e chá. Essas medidas foram muitíssimo impopulares, e logo os primeiros protestos e boicotes contra o governo britânico ocorreriam. Além disso, as assembleias coloniais passaram a questionar o próprio direito do governo inglês de tributar os habitantes, uma vez que as 13 Colônias não tinham representação qualquer no Parlamento. Como resultado da movimentação dos colonos, a metrópole acabou por suspender todas as novas taxas, menos o imposto sobre o chá.Tendo isso em vista, os colonos passaram a adquirir o chá livre de impostos dos Países Baixos, mas as tensões sobre o que viam como um tributo indevido apenas continuaram a crescer. Em 1773, depois que um carregamento de chá da Companhia Britânica das Índias Ocidentais foi atacado por colonos disfarçados de indígenas, que atiraram todo o conteúdo ao mar na chamada Festa do Chá, o Parlamento inglês ocupou militarmente a cidade de Boston e restringiu os poderes da Assembleia local. Essas medidas ficariam em breve conhecidas como Leis Intoleráveis.Em setembro do ano seguinte, representantes de todas as colônias se reuniram no Primeiro Congresso Continental e conceberam uma petição pedindo o fim de tais medidas, que enviaram ao rei George III. A revogação, contudo, não ocorreria e, algumas semanas antes do Segundo Congresso Continental, tropas britânicas entraram em confronto com grupos de colonos armados, fazendo o rompimento inevitável e a criação de um Exército Continental Americano, liderado pelo coronel George Washington. A guerra propriamente dita, contudo, só estouraria em julho de 1776, depois da entrega da Declaração de Independência e a criação oficial dos Estados Unidos da América. Para convencer habitantes ainda indecisos, uma obra fundamental seria Senso Comum, de autoria do inglês Thomas Paine (1737-1809). Fortemente inspirado pelos ideais iluministas, Paine defenderia com hábeis palavras a necessidade de se separar de um governo déspota, que apenas explorava e prejudicava as 13 Colônias.Capa original de Senso Comum, de Thomas Paine.A guerra contra a antiga metrópole duraria até 1781, quando os colonos, apoiados por França, Países Baixos e Espanha, derrotaram definitivamente os ingleses na batalha de Yorktown. A metrópole reconheceria oficialmente a independência do novo país dois anos mais tarde, e a primeira Constituição do novo país – com fortes influências iluministas – seria promulgada em 1788.Rendição das tropas inglesas na batalha de Yorktown, 1781.Cumpre relembrar, entretanto, que a população ainda se encontrava bastante dividida em suas lealdades nacionais. Estas fortes diferenças se encontrariam na base da Guerra Civil Americana (melhor conhecida como Guerra de Secessão) que ocorreria menos de um século depois.A guerra foi encerrada formalmente em 1783, com a assinatura do Tratado de Paris, em que a Inglaterra reconheceu a independência dos Estados Unidos da América.Bibliografia:SERIACOPI, Gislane Campos Azevedo; SERIACOPI, Reinaldo. “A formação dos Estados Unidos”. In: História: volume único. São Paulo: Ática, 2005. pp. 246-250.WOOD, Gordon. A Revolução Americana. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.http://super.abril.com.br/comportamento/senso-comum/Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/revolucao-americana/Arquivado em: Idade ModernaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Revolução CientíficaHistória » Revolução CientíficaCompartilhar no WhatsappPor Antonio Gasparetto JuniorMestrado em História (UFJF, 2013)Graduação em História (UFJF, 2010)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Faça os exercícios!Ouça este artigo: A Revolução Científica iniciou no século XV um conhecimento mais estruturado e prático, desenvolvendo formas empíricas de se constatar os fatos.* imagem meramente ilustrativa.Título: A HISTÓRIA DA FÍSICAEditora: M. BooksAutora: Anne RooneyPáginas: 224Formato: 17x24 cmISBN: 9788576802174Até a Idade Média, o conhecimento humano estava muito atrelado ao modo de concepção da vida que a religiosidade propagava. A ciência, por sua vez, estava muito atrelada à Filosofia e possuía suas restrições. Mas o florescer de novas concepções a partir do século XV permitiu uma reformulação no modo de se constatar as coisas. A nova forma de pensar, comprovar e, principalmente, fazer ciência prosperou-se intensamente em um período que se prolongou até o fim do século XVI.A Revolução Científica tornou o conhecimento mais estruturado e mais prático, absorvendo o empirismo como mecanismo para se consolidar as constatações. Esse período marcou uma ruptura com as práticas ditas científicas da Idade Média, fase em que a Igreja Católica ditava o conhecimento de acordo com os preceitos religiosos. Embora na época tenha havido grande movimentação com a divulgação de novos conhecimentos e novas abordagens sobre a natureza e o mundo, o termo Revolução Científica só foi criado em 1939 por Alexandre Koyré.Diversos movimentos sociais, culturais e religiosas prestaram suas valiosas contribuições para o incremento da Revolução Científica. Aquele era o período do Renascimento, uma fase que pregava a volta da cultura Greco-romana e propagava a mudança de orientação do teocentrismo para o antropocentrismo. Outra característica era o humanismo, uma corrente de pensamento interessada em um pensamento mais crítico e, principalmente, valorizava mais os homens. Tais abordagens mudaram muito o pensamento humano.A ciência ganhou muitas novas ferramentas. Passou a ser mais aceita e vista como importante para um novo tipo de sociedade que nascia. As comprovações empíricas ganharam espaço e reduziram as influências das influências místicas da Idade Média. O conhecimento ganhou impulso para ser difundido com a invenção de Joahannes Gutenberg, a imprensa. A capacidade de reproduzir livros com exatidão e espalhá-los por vários lugares foi fundamental para a Revolução Científica na medida em que restringia as possibilidades de releituras e interpretações equivocadas dos escritos.O modo místico da Igreja Católica de determinar o conhecimento perdeu ainda mais espaço com a Reforma Protestante. Os reformistas eram favoráveis à leitura da Bíblia em todas as línguas e também acreditavam que as descobertas da ciência eram válidas para apreciar a existência de Deus.Em meio a toda essa efervescência favorável à Revolução Científica, o hermetismo também apresentou sua parcela de contribuição para o progresso do conhecimento. Usando idéias quase mágicas, apoiava-se e incentivava no uso da matemática para demonstrar as verdades. Com um novo horizonte, a matemática ganhou espaço e se desenvolveu com grande relevância para o desenvolvimento de um método científico mais rigoroso e crítico.Os efeitos da Revolução Científica foram incontáveis e mudaram significativamente a história da humanidade. Provou-se que a Terra é que girava em torno do Sol, a física explicou diversos comportamentos da natureza, a matemática descreveu verdades e o humanismo tornou os pensamentos mais críticos, por exemplo. Entre os grandes nomes do período que deram suas contribuições para o avanço da ciência estão: Isaac Newton, Galileu Galilei, René Descartes, Francis Bacon, Nicolau Copérnico, Louis Pasteur e Francesco Redi.Fontes:RONAN, Colin A. História Ilustrada da Ciência. São Paulo: Círculo do Livro, 1987.http://proquimica.iqm.unicamp.br/revcien.htmTexto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/revolucao-cientifica/Arquivado em: Ciências, História, Idade ModernaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Revolução ComercialHistória » Revolução ComercialCompartilhar no WhatsappPor Antonio Gasparetto JuniorMestrado em História (UFJF, 2013)Graduação em História (UFJF, 2010)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: A Revolução Comercial representa um grande período de transformações ocorridas na Europa entre o século XVI e XVIII.Ao final da Idade Média, novidades tecnológicas começaram a aparecer na Europa. Os costumes restritos de outrora passaram a se dinamizar e a busca pelos metais preciosos se tornou cada vez mais intensa. Ao mesmo tempo, foram se desenvolvendo as grandes navegações, que permitiram maior circulação de mercadorias e das chamadas especiarias.A Revolução Comercial foi fruto dos novos tempos vividos na Europa, como resultado da transição do perío

do medievo para o Moderno, da expansão ultramarina e do mercantilismo. Toda a nova realidade que a Europa passou a viver a partir do século XV gerou grandes alterações nas relações econômicas. A moeda entra em cena, assumindo a posição de elemento fundamental da economia. É o fim das relações de subsistência e início das relações de produção e troca que passaram a acontecer através dos mercados das cidades.No embalo das mudanças que ocorriam no início da Idade Moderna, a tecnologia também se aprimorou para atender as demandas. As técnicas de produção agrícola foram uma inovação adquirida ainda no final da Idade Média, mas ampliadas no novo período da história da humanidade. Junto com elas, vieram novas técnicas contábeis adequadas às novas formas de comércio, a intensificação da mineração, os novos artifícios de navegação e o aperfeiçoamento da cartografia e seus instrumentos.A Revolução Comercial transferiu o antigo eixo econômico existente no Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico, uma vez que as relações não se limitavam mais ao continente europeu. O comércio passou a atuar de forma global, envolvendo os continentes conhecidos à época. Surgiu uma nova concepção econômica que recebeu o nome de Mercantilismo. Esta nova filosofia baseava-se em três elementos. O primeiro estava ligado ao surgimento de uma nova classe social, a burguesia. O segundo era a expansão ultramarina impulsionada pelas grandes navegações, que abriu caminho para o capitalismo comercial e a alteração das relações econômicas no mundo. E o terceiro era o “metalismo”, que, na filosofia mercantilista, determinava a riqueza do país proporcionalmente à quantidade de metal precioso acumulado. Para isto acontecer era necessário manter uma balança comercial favorável, o industrialismo e o colonialismo.O comércio permitiu a acumulação de capital necessária para estabelecer as bases do capitalismo e seu desenvolvimento, que resultou na Revolução Industrial. Mas as conseqüências imediatas da Revolução Comercial foram o afluxo de metais preciosos, a ascensão da classe social burguesa, o aumento dos preços e o retorno da escravidão.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/revolucao-comercial/Arquivado em: Idade ModernaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Revolução copernicanaAstronomia » Revolução copernicanaCompartilhar no WhatsappPor Lucas Henrique dos Santos SilvaGraduado em Física (UFMG, 2011)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Revolução copernicana é o nome que se dá à profunda transformação na concepção do universo, ocorrida no início da Idade Moderna, com a proposição de um sistema planetário heliocêntrico (“centrado no Sol”, da palavra grega para Sol, helios) em lugar do modelo geocêntrico (“centrado na Terra”, da palavra grega para Terra, geo). Diz-se “copernicana” porque tal revolução científica foi iniciada pelo trabalho do astrônomo e cônego polonês Nicolau Copérnico (1473-1543), o primeiro a propor um modelo heliocêntrico com detalhes matemáticos bem desenvolvidos.É importante ressaltar que é justamente a presença de desenvolvimento matemático no modelo proposto por Copérnico que justifica o pioneirismo a ele atribuído. Muitos séculos antes do período da revolução copernicana, a ideia de um universo centrado no Sol já havia sido apresentada pelo astrônomo e matemático grego Aristarco de Samos (310 a.C. - 230 a.C.), sem aceitação, no entanto, por parte de seus contemporâneos. A proposição de Copérnico ganhou substância graças à sua adequada fundamentação matemática e ao progresso científico subsequente.Até o século XVI, a visão de que a Terra estava posicionada no centro do universo era predominante. O que se entendia por universo, aliás, era um conjunto de astros muito limitado em relação ao que compreendemos hoje; como ainda não havia sido inventado o telescópio, os astros conhecidos restringiam-se ao que podia ser observado a olho nu. Assim, o universo era considerado composto apenas pela Terra, no centro, envolta por várias esferas cristalinas invisíveis onde se moviam cada um dos demais astros conhecidos: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter, Saturno e estrelas fixas – nesta ordem. Esse modelo geocêntrico, sistematizado ainda no século II pelo astrônomo e matemático Ptolomeu, era ensinado como padrão e oficializado pela instituição mais poderosa da Idade Média, a Igreja Católica, característica que o classificava como intocável em uma das épocas mais conservadoras de toda a história.Copérnico, ele próprio religioso e sabedor das dificuldades que as novas ideias encontravam na sociedade de sua época, foi bastante cauteloso ao introduzir o modelo heliocêntrico. Em 1530, escreveu um manuscrito que não chegou a ser publicado, o Commentariolus, em que apresentava um esboço de seu modelo. Nele, o Sol era posto no centro do universo e, em torno dele, giravam todos os planetas, inclusive a Terra, que tinha, por sua vez, a Lua ao seu redor. Graças à medição das distâncias planetárias, tornada possível no sistema copernicano, a ordem dos planetas a partir do Sol foi corretamente estabelecida – Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno –, com as estrelas fixas mantidas como os astros mais distantes do universo. As ideias de Copérnico em sua forma final apenas se tornaram públicas no ano de sua morte, em 1543, quando sua obra De Revolutionibus Orbium Coelestium foi publicada.A consagração do modelo de universo proposto por Copérnico veio ao longo do século seguinte, quando Galileu Galilei, em 1610, reuniu evidências do heliocentrismo através de observações astronômicas realizadas com telescópios; quando Johannes Kepler, entre 1609 e 1619, obteve as leis do movimento planetário e fez cálculos precisos das posições dos astros usando órbitas heliocêntricas; e quando Isaac Newton, em 1687, explicou corretamente o movimento dos planetas em torno do Sol ao enunciar a lei da gravitação universal. Ao final do século XVII, a concepção de universo inaugurada pela revolução copernicana mostrava-se incontestável diante da observação da natureza.ReferênciasLAGES, L.; NUNES, R.; SCALIONE, T. O céu que nos abraça. Minas Faz Ciência, Belo Horizonte, n. 70, p. 24-29, 2017.PIRES, A. S. T. Evolução das ideias da Física. 2. ed. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2008. p. 85-93.SARAIVA, M. F. O.; OLIVEIRA FILHO, K. S.; MÜLLER, A. M. Movimento dos Planetas: o modelo heliocêntrico de Copérnico. Disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/~fatima/fis2010/Aula5-141.pdf>. Acesso em 08 de ago. 2017.Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/astronomia/revolucao-copernicana/Arquivado em: Astronomia, Idade ModernaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Revolução PuritanaHistória » Revolução PuritanaCompartilhar no WhatsappPor Tiago Ferreira da SilvaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Faça os exercícios!Ouça este artigo: A Revolução Puritana foi um conflito ocorrido na Inglaterra na década de 1640 entre a monarquia e o parlamento. Carlos I, rei do país, não aceitava a intervenção política dos parlamentares e, de forma autoritária, governava movido por seus interesses.As divergências políticas se iniciaram quando Carlos I assumiu o reinado após a morte de seu pai, Jaime I, em 1625. Sua dinastia era responsável por uma série de mudanças políticas na Inglaterra. Jaime I acabou com as medidas liberais dos Tudor e se aliou à Igreja Católica para fortalecer a ideologia conservadora.Naquela época, a Irlanda tinha uma economia dependente dos ingleses, que mantinham um sistema feudal absolutamente elitizado. No poder, Carlos I queria aumentar a taxa dos impostos, mas dependia de uma aprovação do Parlamento.Os parlamentares exigiram uma petição relacionada aos problemas com impostos, prisões, julgamentos e convocações do exército. Revoltado, o rei acatou as medidas, mas ordenou o fechamento imediato do Parlamento, que perdeu seu direito de intervenção política por mais de 10 anos.Com a implementação de mais tributos, a burguesia se viu prejudicada e acabou gerando uma crise financeira ao não pagar os altos impostos cobrados pelo rei.Tal fato acabou dividindo os parlamentares em duas facções:Diggers: liberais que defendiam a reforma agrária do país e uma distribuição de terras mais igualitária para o desenvolvimento da atividade agrícola.Levellers: mais conservadores, defendiam o direito de praticar a religião (católica) de forma livre, além de serem adeptos à igualdade jurídica.No ano de 1640, Carlos I se viu obrigado a consultar o Parlamento novamente antes de estourar a Guerra Civil. Incomodado com a aversão dos parlamentares aos seus interesses, o rei ameaçou fechar a instituição novamente.Preparados, os líderes parlamentares começaram a formar as primeiras milícias para se manterem no cargo. Oliver Cromwell liderou os combatentes das facções em uma investida contra os monarcas.Em 1649, o exército dos parlamentares conseguiu capturar o rei e acabou aniquilando-o brutalmente, chegando a decapitá-lo.Com a vitória obtida, Cromwell tornou-se o novo presidente do Conselho de Estado, após ajudar a dividir grandes fatias de terra com os pequenos camponeses que lutaram a seu favor. Entretanto, após assumir o poder, pela primeira vez no sistema Republicano, acabou excluindo as camadas mais baixas das decisões políticas e governou a Inglaterra de forma severa e autoritária.Fontes:http://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/revolucao-puritana.htmhttps://web.archive.org/web/20211228033403/http://historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=186Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/revolucao-puritana/Arquivado em: Idade ModernaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Tratado de UtrechtHistória » Tratado de UtrechtCompartilhar no WhatsappPor Antonio Gasparetto JuniorMestrado em História (UFJF, 2013)Graduação em História (UFJF, 2010)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: O Tratado de Utrecht estabeleceu a paz na guerra de sucessão espanhola.No início do século XVIII, a Espanha estava dividida entre grupos que disputavam o trono. A disputa envolvia, inclusive, outros países da Europa. Se, por um lado, Filipe d’Anjou buscava o trono, por outro, Carlos, proveniente da Áustria, fazia oposição e disputava o posto nobre. Aparentemente poderia ser apenas mais uma disputa interna por sucessão, todavia Filipe era neto do rei francês Luís XIV e, por isso, recebia total apoio das forças francesas para ser o sucessor na Espanha. Contra ele, os partidários de Carlos formaram a Grande Aliança reunindo a Grã-Bretanha, a Holanda, a Prússia, Portugal e a casa futuramente italiana de Savoia.A Grande Aliança marcou o ritmo da oposição a Filipe, mas perdeu força com a nomeação de Carlos como imperador do Sacro Império Romano-Germânico. Os britânicos temiam uma concentração de poderes exagerada por parte de Carlos. A guerra pela sucessão do trono espanhol se arrastou por muitos anos e, cada vez mais, envolvia os interesses das potências europeias. Britânicos e franceses, inimigos históricos, se opunham mais uma vez e dificultavam a resolução da questão da sucessão. Assim foi até que eles decidiram se reunir em um congresso em Utrecht que não contou com a participação dos austríacos. Britânicos e franceses negociaram os termos de paz para encerrar os longos conflitos e impuseram a Carlos as deliberações de um tratado que fragmentava seu poder.O Tratado de Utrecht encerrou a guerra de sucessão na Espanha com uma solução que foi favorável a Filipe, que permaneceu no trono espanhol até 1746. Como fruto do acordo de paz, Filipe renunciou ao trono francês, a França foi preservada em sua integridade e a Inglaterra recebeu bases marítimas e o direito de vender escravos negros para as colônias da América Espanhola. Além dos dois principais opositores, as outras potências envolvidas no conflito também desfrutaram de benefícios. A casa de Savoia recebeu a Sicília e expandiu as fronteiras italianas. Os holandeses e os austríacos puderam equipar suas fortalezas no sul dos Países Baixos. Mas, sem dúvida, a parte mais beneficiada desse acordo foi a Inglaterra. Através dele o país estabeleceu bases e conquistas que abririam caminho para que se tornasse o principal império do mundo na ordem mundial dos séculos seguintes. Os ingleses passaram a dominar questões navais, comerciais e coloniais significativas.Fontes:http://info.lncc.br/wrmkkk/utrech1.htmlhttp://ideas.repec.org/a/dec/articl/2004-09183-215.htmlhttp://revistas.ucm.es/index.php/DICE/article/view/12380http://mcv.revues.org/1506Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/tratado-de-utrecht/Arquivado em: Idade ModernaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Volta ao mundo de Fernão de MagalhãesHistória » Volta ao mundo de Fernão de MagalhãesCompartilhar no WhatsappPor Fernanda Paixão PissurnoMestra em História (UFRJ, 2018)Graduada em História (UFRJ, 2016)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: A volta ao mundo de Fernão de Magalhães se notabiliza por ter sido a primeira ocasião em que ocorreu a circunavegação registrada na história mundial, o que provou na prática que a Terra tinha formato esférico.O responsável pelo feito foi o navegador português Fernão de Magalhães (c. 1480 - 1521). Membro da pequena nobreza, Fernão foi criado no corte portuguesa, sendo educado durante o auge dos Descobrimentos. Inicialmente, ele estaria em algumas missões feitas em nome de D. Manuel I (1469 – 1521) nas Índias e Ilhas Molucas, mas em breve estaria lutando por conta própria em Marrocos. Sabendo de algumas atividades questionáveis de Fernão durante este período, o rei de Portugal negou-se a dar qualquer recompensa. Magalhães foi servir então ao imperador Carlos V (1500 – 1558), apresentando-lhe sua ousada proposta de uma rota alternativa para alcançar as cobiçadas Ilhas Molucas - localizadas na atual Indonésia -, que eram ricas em especiarias. Como, na época, era Portugal que dominava o caminho marítimo oriental que era utilizado para chegar à região, o navegador propôs que fosse feito um percurso ocidental, contornando-se as Américas.Fernão de Magalhães.Tratava-se de uma adaptação do mesmo projeto feito anos antes pelo genovês Cristóvão Colombo (1451-1506), mas já com o conhecimento do novo continente. A proposta de Magalhães, então, era fazer o contorno pelo sul, atingindo outro oceano e chegando às Ilhas Molucas, provando dessa forma que elas estavam dentro dos limites designados para a Espanha mediante o Tratado de Tordesilhas. Carlos V interessou-se pela proposta, concordando eventualmente em bancar grande parte do custo da expedição. Por fim, Magalhães - juntamente com seu sócio, o cosmógrafo português Rui Faleiro, além de cerca de 240 homens distribuídos em cinco caravelas – partiu em 20 de setembro de 1519.A expedição chegou em poucos dias nas Ilhas Canárias, abastecendo-se na ilha de Tenerife, passando logo depois pelo arquipélago de Cabo Verde, onde seriam atingidos por uma calmaria que atrasou os navios por algum tempo. No início de 1520 os navios já se encontravam próximos ao Rio da Prata, onde temporais começaram a atormentar a expedição. Pouco depois da parada designada para os meses de inverno, Magalhães enfrentou um violento motim, que desejava retornar para a Espanha por não acreditar que a viagem fosse obter sucesso. Pouco depois de derrotar a insurreição, o navegador atravessou a região atual da Patagônia, passando a seguir pelo estreito que posteriormente ganharia o seu nome. Apenas em novembro os navios chegariam ao que agora conhecemos como Oceano Pacífico, onde a tripulação começaria a adoecer devido à escassez de alimentação. Em abril de 1521, na região das atuais Filipinas, Magalhães morreria durante um confronto com os nativos. Caberia ao novo capitão, o espanhol Juan Sebástian Elcano (1476 – 1526) comandar as duas caravelas restantes em direção às Ilhas Molucas, aonde chegaram em novembro de 1521, depois de vinte meses de viagem. O retorno à Espanha se iniciaria no mês seguinte. O Cabo da Boa Esperança foi cruzado em maio de 1522, mas o último navio, trazendo a bordo os 18 homens sobreviventes, só chegaria em Espanha no dia seis de setembro.O percurso completo da volta ao mundo de Magalhães. Mapa: Sémhur / Uxbona / via Wikimedia Commons / CC-BY-SA 3.0Embora tenha sido um fracasso em termos estritamente econômicos, a volta ao mundo de Fernão de Magalhães foi um sucesso comercial ao encontrar um novo caminho para as Índias. Além disso, ficou provada definitivamente a esfericidade da Terra.Bibliografia:http://seguindopassoshistoria.blogspot.com.br/2014/02/magalhaes-e-elcano-primeira-viagem-ao.htmlhttp://cvc.instituto-camoes.pt/navegaport/d28.htmlhttps://seuhistory.com/hoje-na-historia/fernao-de-magalhaes-parte-para-primeira-viagem-de-circum-navegacao-do-mundoTexto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/volta-ao-mundo-de-fernao-de-magalhaes/Arquivado em: História, Idade ModernaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Exercícios de Idade MédiaAlabardaHistória » Idade Média » AlabardaCompartilhar no WhatsappPor Gabriella PortoEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: A Alabarda é uma arma medieval formada por uma haste comprida de madeira, terminada em um espigão de ferro atravessado por uma lâmina também de ferro, em formato de meia-lua, com um esporão do lado oposto. A alabarda é incluída na categoria de armas de cabo longo, que se tornaram mais conhecidas a partir do século XVI. Sua difusão provocou a associação de diferentes formas, o que pode confundi-la com outras armas de cabo longo como Bardiche, Spetum, Ranseur, Partisan, entre muitas outras.A principal característica da alabarda é possuir a lâmina em formato de meia-lua com o fio levemente angulado para trás. Os componentes que a caracterizam como alabarda propriamente dita são: a ponta longitudinal reta, a porção transversal em lâmina e a porção em gancho. Essas características formam três tipos de diferentes de dispositivos, com usos específicos.A alabarda era a arma dos Sargentos. Considerada essencial para uma infantaria, era mais eficaz que um elefante contra invasores de fortificações e muralhas. Por conta de sua eficiência e multifuncionalidade comparada às demais armas da época, era utilizada pelos guardas de castelos e palácios para proteção das propriedades. Ainda hoje a Alabarda aparece como o padrão em unidades militares históricas, mantidas para fins decorativos, com suas fardas e armaduras de época.A alabarda possuía uma poderosa eficácia e efeito especial no combate a oponentes montados ou usando armaduras. Algumas vezes a lâmina em forma de meia-lua convexa dava lugar a uma em forma de meia-lua, ou um "V", para encaixar melhor na perna do cavalo e derrubar o oponente. A alabarda também podia ser usada apoiando a extremidade contrária da haste no pé e apontando a peça pontiaguda de lança para o peito do cavalo, matando-o.O uso corpo-a-corpo não era frequente devido à haste longa. O soldado armado de alabarda geralmente possuía uma adaga e eventualmente uma espada curta para estas situações. Além dos usos da parte ativa, a haste ou cabo poderia ser usado como bastão, para impacto, e o pé ou coronha muitas vezes era recoberto por metal para ser usado como ponta ativa secundária, para atingir um oponente que já tivesse ultrapassado o soltado, que aplicava um golpe para trás.As partes componentes da alabarda são: A lâmina longitudinal reta , as porções transversais, o cabo, o adorno e o pé. A lâmina longitudinal reta é uma peça reta pontiaguda, que permitia o uso da alabarda como lança, o que era muito utilizado nos combates contra outras unidades de infantaria, principalmente as que escalavam muralhas por meio de escadas. Essa parte permitia ao soldado explorar emendas e aberturas nas armaduras dos oponentes. As porções transversais eram a lâmina e o gancho. A sua lâmina em meia-lua possibilitava que a alabarda fosse usada como dispositivo de corte a distância. As alabardas com pontas transversais curvas, menores e finas, tinham a finalidade principal de explorar aberturas da armadura do oponente, atingindo-o por alguma fresta, ou enganchar-se a peças componentes da armadura, na tentativa de expor alguma parte do corpo do usuário, ou mesmo arrancar uma porção da armadura. Esta porção transversal tinha também a utilidade de evitar a transfixação completa, que poderia prender a alabarda e assim desarmar o usuário após o primeiro uso efetivo. O cabo é a parte usada para manuseio, de comprimentos variados, geralmente tinham diâmetro menor para preensão com as duas mãos. O adorno, apesar de ser visto como adorno, tinha a utilidade de evitar que o sangue do oponente deixasse o cabo escorregadio. O pé, além de servir de apoio, muitas vezes era recoberto por metal, para ser usado também como ponta ativa secundária.Fontes:http://compilacaomedieval.webnode.com.br/tutorial-de-armas/armas-de-haste/http://pt.wikipedia.org/wiki/Alabardahttp://arsgladiatoria.wordpress.com/treino/alabarda/http://en.wikipedia.org/wiki/HalberdTexto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/idade-media/alabarda/Arquivado em: Curiosidades, Idade MédiaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Alta Idade MédiaHistória » Alta Idade MédiaCompartilhar no WhatsappPor Tiago Ferreira da SilvaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Faça os exercícios!Ouça este artigo: A Alta Idade Média compreende os anos entre 476 e 1000 e é marcada pelas invasões bárbaras no território do Império Romano e a consolidação do sistema econômico feudal.Bárbaro, na visão dos romanos, era todo povo que tinha uma cultura diferente da greco-romana. A maioria dos invasores bárbaros era de origem germânica e não tinha uma comunidade estruturada pelo Estado; viviam em grupos tribais constituídos pela família e definiam as decisões importantes com a Assembleia de Guerreiros, chefiada por um rei que eles indicavam. Os bárbaros eram formados pelos nobres, que detinham grandes posses territoriais; homens-livres, que tinham pequenas propriedades; e homens não-livres, prisioneiros de guerra que viviam como escravos.Eles viviam da agricultura através da produção comunitária das propriedades privadas.A invasão bárbara, que antes tinha se caracterizado como um processo pacífico, começou a ficar violenta a partir do século IV. O momento era vantajoso para que os bárbaros concluíssem seus objetivos com êxito:A população germânica estava crescendo imensamente, de forma que o espaço geográfico ocupado por eles estava ficando pequeno demais;Eles queriam achar terras férteis para poderem expandir a agricultura e se sentiram atraídos pelo território romano;O Exército Romano estava enfraquecido por falta de uma organização militar mais efetiva.Das comunidades bárbaras destacam-se os francos, que ocuparam o terrítório da França e formaram os primeiros feudos, classe social que estabeleceu a economia europeia daquele período baseada no escravismo, na vassalagem e nas relações suseranas. Neste contexto, o papel da Igreja Católica, que tinha grande influência no Império Romano, começa a se intensificar.Por outro lado, os árabes invadem a península Ibérica e avançam nos campos da ciência, da alquimia, da medicina, da religião e da filosofia. Nas artes, constroem templos e mesquitas que contribuíram para os estudos da Arquitetura e também desenvolvem (à sua maneira) a técnica da pintura, apesar da religião islâmica proibir a reprodução de figuras humanas.No século IV, o Império Romano é dividido entre o Ocidente e Oriente, cujas capitais eram Roma e Bizâncio respectivamente. Os bizantinos eram fervorosos religiosos e um povo que admirava a arte arquitetônica. Com a morte de Justiniano no século VI, o Império Bizantino começa a decair, até a invasão árabe em Constantinopla, em 1453.Os árabes fecham a atividade comercial com os romanos, fazendo com que o sistema feudal se fortaleça naquela área. Além da hegemonia feudal já consolidada com a invasão dos bárbaros na Europa Ocidental, o feudalismo se tornou a principal atividade econômica da Alta Idade Média.Leia mais:Baixa Idade MédiaFontes:http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u14.jhtmTexto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/alta-idade-media/Arquivado em: Idade MédiaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Alta RenascençaHistória » Alta RenascençaCompartilhar no WhatsappPor Fernanda Paixão PissurnoMestra em História (UFRJ, 2018)Graduada em História (UFRJ, 2016)Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: Enquanto o Renascimento ou Renascença é um termo utilizado geralmente para identificar um amplo movimento cultural que atingiu a Europa Ocidental entre os séculos XIV e XVI, o período da Alta Renascença – também conhecido como Alto Renascimento ou Alto Renascentismo – é mais restrito, abarcando usualmente apenas os últimos anos do século XV e as três primeiras décadas do século XVI.O marco inicial da Alta Renascença costuma ser o mesmo do início do auge do Renascimento artístico italiano, ou seja, o processo de elaboração de um dos principais afrescos da história da arte: A Última Ceia, de Leonardo da Vinci. Encomendado por Ludovico Sforza, duque de Milão, ele foi pintado entre 1494 e 1498 e representa a refeição derradeira de Jesus Cristo com seus apóstolos antes de ser efetuada sua prisão por soldados romanos. Tendo 4,6 metros de altura e 8,8 metros de largura, A Última Ceia teve grande impacto sobre os artistas do período devido à sua abordagem inovadora de pintura ‘a seco’, à técnica sfumato e à verossimilhança das figuras retratadas. Até hoje, ela se encontra em sua posição original em um convento adjacente à igreja de Santa Maria delle Grazie, muito embora tenha se deteriorado ao longo dos séculos por fatores atmosféricos, técnicos e humanos. Supostamente, a obra teria sido até mesmo utilizada para treinamentos de tiro ao alvo.A Última Ceia, pintura de Leonardo da Vinci.Em realidade, são as realizações artísticas do início do século XVI pelos contemporâneos Leonardo da Vinci, Rafael e Michelangelo que estão no centro da Alta Renascença, sendo que as pinturas dos dois últimos são vistas como a culminância do período devido à sua complexidade. Neste sentido, Michelangelo destacou-se em seus trabalhos com mármore e na dramaticidade que ressaltava em suas obras por meio das proporções alongadas e posicionamentos exagerados, enquanto Rafael, que teve papas como mecenas, ressaltou tão bem ideais cristãos e humanistas em suas obras por meio de sua composição e perspectiva que seria chamado ainda durante o seu período de vida como “divino”. Entre as obras mais famosas, encontram-se as esculturas Moisés e Davi, de Michelangelo, e as pinturas Escola de Atenas e Transfiguração, de Rafael.Deve ser destacado também o trabalho arquitetônico de Donato Bramante, que teve vários intercâmbios profissionais com Leonardo da Vinci e, assim como Rafael, esteve a serviço de papas. Ele foi o responsável pelo projeto da Basílica de São Pedro, que teve iniciada a sua edificação em 1506. Construída no mesmo lugar da Basílica de Constantino, que teve que ser demolida, a Basílica de São Pedro foi uma das maiores construções planejadas do início da Era Moderna, tendo quatro arquitetos diferentes e demorado mais de cem anos para ficar completamente pronta. Ela foi erguida sobre o túmulo de São Pedro, apóstolo de Jesus Cristo e o primeiro papa da cristandade.Basílica de São Pedro por dentro. Foto: Mayara Silvestre / InfoEscola.comEmbora a influência da Alta Renascença tenha se feito sentir pela Europa em menos de uma geração, gerando importantes focos autônomos de produção artística como o Renascimento Flamengo e o Renascimento Alemão, além de um tardio Renascimento espanhol ao final do século XVI, seria a disseminação paulatina dos trabalhos de Leonardo da Vinci, Rafael e Michelangelo que tornaria suas obras verdadeiros modelos de inspiração para diversos artistas durante os séculos seguintes. Entretanto, o período propriamente dito da Alta Renascença é considerado como tendo se encerrado em 1527 com o Saque de Roma. Fruto das tensões do reino de França com o Sacro Império Romano-Germânico, ele ocorreu após uma rebelião das tropas imperiais. De religião luterana na maior parte, os soldados de Carlos V degradaram Roma na impossibilidade de chegar até o próprio papa, gerando destruição artística de valor incalculável em adição às perdas humanas. Posteriormente, se iniciaria um movimento da Igreja Católica que tentou conter a expansão do protestantismo, intitulado Contra Reforma ou Reforma Católica.Leia também:Renascimento científicoBibliografia:FERNANDES, Luiz Estevam de Oliveira; FERREIRA, João Paulo Mesquita Hidalgo. “A nova medida do Homem”. In: Nova História Integrada – Ensino Médio Volume Único. Campinas: Companhia da Escola, 2005. pp. 108-109.LIMA, Lizânias de Souza; PEDRO, Antonio. “O Renascimento e a cultura na época do absolutismo”. In: História da civilização ocidental. São Paulo: FTD, 2005. pp. 153.https://www.hisour.com/pt/high-renaissance-33373/http://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-renascentista/renascimento/https://www.milan-museum.com/br/ultima-ceia.phphttps://www.ebad.info/bramante-donatohttps://www.rome-museum.com/br/basilica-de-sao-pedro.phphttps://casaducaldebraganca.wordpress.com/2016/01/21/o-saque-de-roma-1527/Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/alta-renascenca/Arquivado em: Idade MédiaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Arco Longo InglêsHistória » Idade Média » Arco Longo InglêsCompartilhar no WhatsappPor Gabriella PortoEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: O arco longo inglês, também chamado de arco inglês, ou arco galês, é um poderoso e grande arco medieval, com, aproximadamente, 1,83m de comprimento, usado pelos britânicos para caçar e também como arma de guerra. O uso do arco longo foi notadamente eficaz durante a Guerra dos Cem anos, contra os franceses, principalmente nas batalhas de Crécy (1346), de Poitiers (1356) e, a mais famosa delas, Agincourt (1415). Após esse período, os arcos se ficaram menos efetivos, com muitíssimas baixas de arqueiros, principalmente nas batalha de Verneuil (1424) e Patay (1429) quando foram arrasados antes mesmo de se colocarem em posição de batalha. O termo "arco longo inglês", ou "galês", é um termo moderno usado para diferenciá-los de outros tipos de arcos, muito embora arcos muito semelhantes, ou até mesmo idênticos, terem sido usados ​​no norte e oeste da Europa. Inclusive, uma enorme quantidade de material para a construção dos arcos foi importada da Espanha no Século XIV.* imagem meramente ilustrativa.Autor: William WeirEditora: M. BooksI.S.B.N.: 9788576801948Acabamento: BrochuraEdição: 1ªAno: 2012Número de Paginas: 248O primeiro arco longo conhecido da Inglaterra foi encontrado em Ashcott Heath, em Somerset, datado de 2665 a.C. Grande parte dos arcos longos não sobreviveram ao período em que alcançaram sua glória (entre 1250 e 1450), muito provavelmente porque aqueles que não haviam sido destruídos em batalha ou pelo tempo, foram logo substituídos por melhores equipamentos através das gerações. Cerca de 130 arcos sobreviveram ao período renascentista. Outros 137 foram recuperados no navio Mary Rose, navio da marinha de Henrique VIII que afundou em Portsmouth no ano de 1545.A origem exata do arco longo inglês é ainda hoje contestada. Embora seja difícil precisar a influência do arco e flecha na Conquista Normanda da Inglaterra, é claro que eles tiveram grande importância para a vitória dos Normandos, como na célebre Batalha de Hastings. Assim como os Anglo-saxões também fizeram uso do arco e flecha como uma arma de guerra. De qualquer forma, esse arco se tornou conhecido sendo usado pelos galeses durante as invasões normandas. Impressionados com seu alcance e precisão, os ingleses o adotaram e começaram a recrutar arqueiros galeses para o serviço militar. Esse arco tinha de 1.2m até 1,8m, mas, geralmente, tinham acima de 1,5m.O arco longo inglês decidiu muitas batalhas medievais em favor dos ingleses, mais notadamente as batalhas de Crécy e Agincourt, na Guerra dos Cem Anos, e de Halidon hill (1333), contra a Escócia. Contra o arco, pesa a derrota na batalha de Patay, que contribuiu significativamente para a França conseguir reconquistar seus territórios perdidos. O arco também foi usada contra os ingleses por seus vizinhos galeses, que costumavam emboscar os soldados ingleses, afim de conseguirem tiros à queima roupa, que pudessem penetrar nas pesas armaduras inglesas. Na famosa batalha em 1402 travada pelo gaulês Owain Glyndŵr contra o inglês Bryn Glas, os arqueiros galeses conseguiram esmagar seus inimigos influenciando decisivamente na vitória galesa.Apesar dos arcos longos ingleses serem muitos mais rápidos e precisos que as primeiras armas de fogo, que os substituiriam posteriormente, os recrutas que necessitavam de anos de treinamento intensivo para se tornarem realmente importantes numa batalha. Numa época em que as guerras eram sazonais, e que soldados não nobres passavam a maior parte das suas vidas trabalhando em fazendas, todo esse extensivo treinamento acabava se tornado um desafio que com o avançar das armas de fogo foi sendo cada vez mais evitado. Apesar disso, muitos arqueiros ingleses foram recrutados como mercenários por outros países europeus devido às suas habilidades com o arco e flecha.Os arcos longos permaneceram em uso até por volta do século XVI, quando os avanços das armas de fogo tornaram a pólvora um fator extremamente significativo nos conflitos armados, época em que unidades como arcabuzeiros e granadeiros começaram a surgir. O último registro do uso dos arcos longos data de 1642, no confronto em Bridgnorth, durante a Guerra Civil Inglesa, quando uma milícia improvisada da cidade derrotou pelotões regulares de mosqueteiros.Arcos longos modernos continuam a ser feitos objetivando esportes e a caça. Mas desde 1642 eles deixaram de serem usados como uma arma de guerra. O arco longo inglês clássico possuía 1,2 a 1,8m de comprimento, mas muitos com mais de 2m já foram encontrados. Geralmente, a flecha disparada desse arco podia alcança entre 165 to 228 metros, enquanto os arcos maiores poderiam ultrapassar os 300 metros.Fontes: http://www.archers.org/longbow.htm http://militaryhistory.about.com/od/smallarms/p/englongbow.htm http://en.wikipedia.org/wiki/English_longbowTexto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/idade-media/arco-longo-ingles/Arquivado em: Idade MédiaEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição:Armadura de Placas MedievalHistória » Idade Média » Armadura de Placas MedievalCompartilhar no WhatsappPor Gabriella PortoEste artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição: Ouça este artigo: A armadura de placas foi uma armadura de grande importância histórica, feita com chapas de ferro ou aço. Apesar de existirem armaduras parecidas já Roma Antiga, como a lorica segmentada, armaduras completas de placas se desenvolveram de fato apenas na parte final da Idade Média, notadamente no contexto da Guerra dos Cem Anos, com um casaco de chapas vestidas sobre uma cota de malha, durante o século XIII. Na Europa, a armadura de placas alcançou seu apogeu entre os séculos XV e XVI, quando os soldados já vestiam armaduras que lhes cobriam o corpo por completo.Armaduras de placas que cobriam parcialmente o corpo, protegendo principalmente o peito e os membros inferiores, eram usados pelos gregos e romanos antigos, mas logo essa ferramente entrou em declínio depois do colapso do Império Romano, por causa do alto custo e quantidade de tempo de trabalho envolvido na produção de uma peça de metal ou de couraça. Armaduras de chapas só voltaram a ser usadas no fim do século XIII em diante, usadas para proteger as articulações e as pernas, sendo colocadas sobre uma cota de malha.No fim do século XIV, armaduras completas de placas começaram a ser desenvolvidas. No começo do século XVI, os projetos de capacete e as proteções do pescoço foram redesenhados para criar a chamada Armadura de Nurembergue, muitas delas obras-primas em acabamento e design. Os melhores criadores de armaduras de placas nesse período europeu foram os italianos e os alemães, que deram origem aos estilos milanês e gótico, do Sacro Império Romano-Germânico. Ingleses também produziram grande número de armaduras, principalmente em Greenwich, usando um estilo único. Turco-otomanos também fizeram uso dessa armadura, mas incorporando à peça grandes quantidades de malha. Esse modelo foi amplamente utilizado por tropas de choque, como os tropas de elite, os Janízaros. Até o Renascimento, armaduras de placas elaboradamente decoradas foram criadas para a realeza. Por exemplo, a armadura de Henrique II, da França, de 1555, foi coberta com um relevo meticulosamente trabalhado, além de ser submetida a banhos de prata e ouro.A armadura de placas era, virtualmente, invulnerável a golpes de espada, a não ser que fosse atacada por uma fortíssima estocada. Ela também era capaz de proteger seu usuário contra golpes de lança, além de oferecer proteção contra trauma de armas de impacto maiores, como maças.A evolução desse tipo de armadura acabou por desencadear uma profunda evolução no desenho das armas. Enquanto ela era eficaz contra cortes, seus pontos fracos podiam ser explorados por espadas longas, como os estoques, ou outras armas concebidos para esse fim, como as alabardas. Arcos longos e bestas também eram capazes de perfurar armaduras em distâncias de até 200 metros, mas mesmo assim, com muita sorte. A evolução das armaduras do século XIV, também provocou a desenvolvimento de diversas armas de haste. Elas foram concebidos para proporcionar um impacto forte e concentrado, que produzisse energia sobre uma área pequena, suficiente para provocar danos através da placa. Os martelos de guerra ficaram famosos por funcionarem efetivamente contra esse tipo de armadura. O uso de cotas de malha mais resistentes se tornou uma questão de sobrevivência, além disso, as armaduras também passaram a ter placas arrendondadas chamadas besagues, usadas para proteger as axilas e outras articulações.No período do Renascimento, as Armaduras Maximilianas eram famosas por seus estilo decorativo, ao contrário do acabamento mais liso presente nas armaduras do século XV. Além disso, foi nesse período que surgiram os capacetes fechados. Essas armaduras eram formadas pelo capacete, um gorjeira (ou barbote), brafoneira (ou espaldares), protetores para os cotovelos (inclusive na parte interna), protetores para o antebraço, luvas e um corselete (para as costas e para o peito), protetores para as coxas, joelhos, tornozelos e pés. Essa armadura completa pesava em torno de 20kg, mas como o peso era bem distribuído por todo o corpo, o usuário ainda era capaz de conservar sua agilidade, sendo capaz de se movimentar livremente, além de poder de correr e pular. Mercenários costumavam usar uma armadura chamada almain rivet, uma versão com menos peças dessa armadura, mas eram, geralmente, feitas com materiais de péssima qualidade.Armaduras feitas para batalhas de justas começaram a ser produzidas entre os séculos XV e XVI. Elas eram bem mais pesadas que as convencionais, chegando a 50kg, já que não era projetada para um combate livre, não sendo necessário que ela permitisse o livre movimento do usuário, sendo limitada apenas pela quantidade de peso que os cavalos eram capazes e suportar. Até o século XVII, a maior parte dos exércitos já usavam as armaduras de placas, tanto p

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